Pesquisar este blog
sexta-feira, 28 de março de 2014
Frase do dia
"No Dia do Juízo eles serão condenados e ficarão separados dos que obedecem a Deus. Pois o SENHOR dirige e abençoa a vida daqueles que lhe obedecem, porém o fim dos maus são a desgraça e a morte."
(Salmos 1:5,6)
(Salmos 1:5,6)
quinta-feira, 27 de março de 2014
Costa e Silva, Artur da
A condição de militar mais antigo entre os oficiais que derrubaram João Goulart permitiu ao marechal Costa e Silva assumir o Ministério da Guerra, depois do movimento de 31 de março de 1964, e reivindicar, mais tarde, a presidência da república.
Artur da Costa e Silva nasceu em Taquari RS, em 3 de outubro de 1902. Aluno brilhante do Colégio Militar de Porto Alegre, transferiu-se, em 1918, para a Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro. Aspirante em 1921, foi promovido a segundo-tenente em 1922, quando tomou parte na tentativa de levante do 1o Regimento de Infantaria da Vila Militar, em 5 de julho. Participou das revoluções de 1922 e 1930 e, como capitão, comandou uma companhia durante a revolução de 1932. Foi adido militar na Argentina e chegou ao generalato em 1952.
Após a derrubada do presidente João Goulart, chefiou o comando supremo da revolução, integrado também pelo almirante Augusto Hamann Rademaker Grünewald, representante da Marinha, e pelo brigadeiro Francisco Correia de Melo, da Aeronáutica. Nesse período, promoveu a edição, em 9 de abril de 1964, do Ato Institucional no 1, que suspendeu a vigência da constituição, alterou o processo de elaboração legislativa e autorizou o comando da revolução a aplicar punições sumárias ao longo de três meses. Ocorreram, então, afastamentos nas fileiras das forças armadas e dos partidos políticos, cassando-se mandatos e suspendendo-se direitos políticos por dez anos de antigos presidentes, de governadores, de membros do Congresso, das assembléias e câmaras municipais, além de outras pessoas.
Durante o governo Castelo Branco, Costa e Silva ocupou o Ministério da Guerra até a homologação de sua candidatura à presidência da república, em julho de 1966. Foi presidente de 15 de março de 1967 a 31 de agosto de 1969. Adotou uma política econômico-financeira menos rígida que a do governo anterior, com a abertura de créditos a empresas, taxa flexível de câmbio para estimular o comércio exterior e reexame da política salarial. Tudo isso redundou na ativação da economia, ameaçada de recesso após três anos de esforço antiinflacionário. O Plano Nacional de Comunicações modernizou essa área, e a política de transportes foi dinamizada com a abertura e pavimentação de novas estradas, o início da construção da ponte Rio-Niterói e os primeiros estudos para aproveitamento das vias fluviais.
Em seu mandato o setor da educação foi fonte de inquietação estudantil, notadamente no Rio de Janeiro. A situação política agravou-se a partir de agosto, quando, às vésperas do dia da independência, o deputado Márcio Moreira Alves, da tribuna da Câmara dos Deputados, concitou o país a não se solidarizar com as comemorações. O marechal Costa e Silva pediu licença à Câmara para processar o deputado. Negada esta, o governo tomou uma série de medidas restritivas, que culminaram com a outorga, a 13 de dezembro de 1968, do Ato Institucional no 5, que colocou o Congresso em recesso e atribuiu ao executivo poderes mais amplos, entre eles o de governar mediante decretos.
Posteriormente, Costa e Silva procurou um ponto de equilíbrio. Encomendou ao vice-presidente Pedro Aleixo a elaboração de uma emenda constitucional que permitisse reabrir o Congresso. Concordou-se que o presidente publicaria o projeto definitivo no dia 30 de agosto, enviando-o ao Congresso, que se reuniria a 8 de setembro. O AI-5 perderia assim sua razão de ser no dia 7 de setembro de 1969, mas, a 26 de agosto, o marechal manifestou os primeiros sintomas de uma trombose cerebral, e no dia 31 os ministros militares -- Rademaker, da Marinha; general Aurélio Lira Tavares, do Exército; e brigadeiro Márcio de Sousa e Melo, da Aeronáutica -- comunicaram a Pedro Aleixo que não havia condições para lhe entregar o governo. Organizados em junta militar, sob a presidência de Rademaker, os três ministros assumiram o poder, exercendo-o até 31 de outubro, quando o passaram ao general Emílio Garrastazu Médici. O marechal Costa e Silva faleceu no palácio das Laranjeiras, Rio de Janeiro, em 17 de dezembro de 1969.
www.enciclopediaescolar.hpg.com.br
A sua enciclopédia na internet!
Frase do dia
"Descansa no SENHOR e espera nele; não te indignes por causa daquele que prospera em seu caminho, por causa do homem que executa astutos intentos."
(Salmos 37:7)
(Salmos 37:7)
terça-feira, 25 de março de 2014
Brilhar por ti
Coronelismo
Símbolo de autoritarismo e impunidade, as práticas do coronelismo, do caudilhismo e do caciquismo aviltaram, do império às últimas décadas do século XX, a cena política brasileira.
Coronelismo é o termo criado para designar certos hábitos políticos e sociais próprios do meio rural brasileiro, onde os grandes proprietários rurais, ditos coronéis, exerciam absoluto domínio sobre as pessoas que viviam em suas terras ou delas dependiam para sobreviver. O fenômeno tem raízes profundas na tradição patriarcal brasileira e no arcaísmo da estrutura agrária do país.
História. O título de coronel remonta à criação da Guarda Nacional, em 1831, pelo governo imperial, em substituição às milícias e ordenanças, com a finalidade de defender a constituição e a integridade do império. Como seus quadros eram nomeados pelo governo central ou pelos presidentes de província, o tráfico de influências e a corrupção política logo dominaram o sistema. A patente de coronel tornou-se equivalente a um título nobiliárquico, concedida de preferência aos senhores de terras, que assim adquiriam autoridade para impor a ordem sobre o povo e os escravos. Sem vigilância direta, perdido nas distâncias e defendido por um partido nos excessos que cometesse, o coronel personificou a invasão particular da autoridade pública, favorecido pelo sistema que o nomeava e sustentava.
Ao lado do coronel detentor de patente surgiu a figura do coronel sem cargo, qualificado pelo prestígio e pela capacidade de mobilização eleitoral. Os dependentes submetiam-se ao senhor da terra pela persuasão e pela proteção que caracterizavam a relação de "compadrio"; em caso de resistência, eram expulsos da fazenda, perseguidos e até assassinados impunemente. Essa foi, durante muitas décadas, a configuração das relações políticas brasileiras nas áreas rurais. Nos pequenos núcleos urbanos surgiram lideranças mais modestas, personificadas por comerciantes, médicos, padres ou advogados, todos presos à concepção comum do voto cativo.
A república, ao deslocar o comando político para a unidade federada e transformar o governo central -- depois de Campos Sales até a revolução de 1930 -- numa coligação de poderes estaduais, favoreceu o pleno florescimento do coronelismo. Os chefes estaduais tornaram-se coronéis de coronéis, pois os chefes de municípios, em troca dos votos de seus próprios currais eleitorais, recebiam apoio para gerir os negócios locais e autonomia para nomear protegidos.
Opor-se ao governo do estado, exceto no caso de municípios mais ricos, implicava sérias privações para o chefe municipal e seus seguidores. A vitória eleitoral do coronel de oposição foi sempre fato raro, pois a máquina do governo na política, no fisco, na justiça e na administração trabalhava contra ele. Se eleito, precisava de recursos que dificilmente viriam sem concessões de sua parte. Além disso, o governo podia seduzir os chefes da oposição, sempre que se mostrassem mais eficazes que seus correligionários na arregimentação de votos.
Declínio do coronelismo. O crescimento da população rural e das pequenas cidades, as migrações, a abertura de estradas e a penetração dos meios de comunicação de massa nos pontos mais remotos do território nacional tornaram o eleitor menos submisso e mais exigente para conceder seu voto. Surgiram novos líderes, que podiam dirigir-se diretamente ao povo, cada vez mais concentrado nas cidades. A decadência do coronelismo, forma de organização político-social ajustada à tradicional sociedade rural brasileira, foi-se processando em compasso com a transformação da sociedade. O êxodo rural e o desmesurado crescimento das cidades pelos aglomerados urbanos marginais esvaziou o poder eleitoral dos coronéis. A permanência de um regime de propriedade rural arcaico, no entanto, com seu subproduto de pobreza e dependência, favorece a manutenção das práticas políticas autoritárias e da instituição do "voto de cabresto".
Caudilhismo. Formas análogas de exercício de poder pessoal e discricionário surgiram e se mantiveram ao lado do coronelismo, ou em sua substituição. Uma delas foi o caudilhismo, que se define pelo agrupamento de uma sociedade, ou de parte representativa desta, em torno da figura de um chefe. Enquanto o coronel se impunha pela força e pelo medo, o caudilho impunha-se principalmente pelo carisma e por um apelo de tipo salvacionista. Embora se manifestasse na esfera política, podia envolver relações de tipo militar, ou paramilitar, para impor o nome do caudilho pela força. Tal como o coronelismo, é um fenômeno típico do meio rural, ou dos pequenos agrupamentos urbanos do interior, que vigorou até meados do século XX não apenas no Brasil, mas em toda a América Latina.
Caciquismo. Fenômeno semelhante ao coronelismo e ao caudilhismo, o caciquismo difere apenas na forma menos agressiva. O cacique era o chefe político local, às vezes deputado estadual, federal ou senador, com domínio sobre amplos currais eleitorais. Seu traço principal era a política clientelista, de concessão de favores e cargos públicos, também chamada "política de mão-no-ombro". O cacique desfrutava de domínio sobre seu eleitorado e também sobre o processo eleitoral local, o que multiplicava seu poder e o tornava temido.
Embora o coronelismo, o caudilhismo e o caciquismo -- sobretudo este último fenômeno -- tenham sobrevivido até o final do século XX em áreas mais afastadas dos grandes centros urbanos, já não apresentavam a mesma força e poder, corroídos por novas variáveis que se impuseram à realidade eleitoral brasileira. Uma delas foi a recomposição demográfica da sociedade, com crescente diminuição da população rural e aumento dos contingentes urbanos. Tal mudança se acompanhou de uma modificação na visão de mundo do trabalhador rural migrante que, embora vivendo miseravelmente na cidade grande, passou a dispor de certa autonomia e ficou livre da pressão direta de seus antigos patrões.
Outra variável importante foi o alastramento dos meios de comunicação, principalmente a televisão, por sua natureza hegemônica e seu poder de penetração e convencimento, reforçado pela utilização da imagem em cores e a formação de redes nacionais. A disseminação de formas urbanas de comportamento afetou profundamente as massas populares interioranas, destruiu mitos e tradições e, de algum modo, reduziu a ingenuidade e a submissão que caracterizavam a atitude do homem do campo, habituado por séculos de dominação a obedecer servilmente aos seus senhores.
www.enciclopediaescolar.hpg.com.br
A sua enciclopédia na internet!
Fotossíntese
Quando os sacerdotes das religiões primitivas prestavam culto ao Sol, estavam certamente executando algo mais que um mero ato simbólico. De uma forma ou de outra, reconheciam um fato mais tarde confirmado pela ciência moderna: toda a vida terrestre depende em última análise das radiações solares, graças às quais se forma a matéria orgânica.
Fotossíntese é o processo pelo qual as plantas verdes e alguns outros organismos transformam energia luminosa em energia química. Nas plantas verdes, a fotossíntese aproveita a energia da luz solar para converter dióxido de carbono, água e minerais em compostos orgânicos e oxigênio gasoso. Além das plantas verdes, incluem-se entre os organismos fotossintéticos certos protistas (como as diatomáceas e as euglenoidinas), as cianófitas (algas verde-azuladas) e diversas bactérias.
Características gerais. Por meio da fotossíntese constituem-se substâncias complexas integradas por elevado número de átomos. Para isso, parte-se de compostos muito simples, por meio dos quais se cria o alimento básico de que dependem numerosos organismos, entre os quais os fungos e os animais, incapazes de realizar o processo por si mesmos e, por isso, obrigados a obter a matéria orgânica já elaborada. As bactérias fotossintéticas que executam esse processo são chamadas autotróficas, isto é, promovem a síntese do próprio alimento, em oposição às heterotróficas, que vivem à custa de outros seres vivos.
Aristóteles já havia observado que as plantas necessitavam de luz solar para adquirir a cor verde, mas o estudo propriamente dito da fotossíntese começou em 1771 com as observações efetuadas por Joseph Priestley. Esse químico inglês comprovou que uma planta confinada numa redoma de cristal produzia uma substância (mais tarde identificada como o oxigênio) que permitia a combustão. Também na segunda metade do século XVIII o holandês Jan Ingenhousz sustentou que o dióxido de carbono do ar era utilizado como nutriente pelas plantas, e no começo do século XIX Nicolas-Théodore de Saussure demonstrou que os vegetais incorporavam água a seus tecidos.
Outros dados vieram completar os conhecimentos até então disponíveis sobre a nutrição vegetal. Observou-se, por exemplo, que o nitrogênio era sempre retirado do solo, assim como diversos sais e minerais, e que a energia proveniente do Sol se transformava de algum modo em energia química, que ficava armazenada numa série de produtos em virtude de um processo já então denominado fotossíntese.
Na segunda década do século XIX, isolou-se uma substância, a clorofila, que é a responsável pela cor verde das plantas e desempenha papel importante na síntese da matéria orgânica; mais tarde, Julius von Sachs demonstrou que esse composto se localizava em orgânulos celulares característicos, posteriormente chamados cloroplastos. O desenvolvimento das técnicas bioquímicas possibilitou em 1954 isolar e extrair intactos esses orgânulos, quando Daniel Israel Arnon obteve cloroplastos a partir das células do espinafre e conseguiu reproduzir em laboratório as reações completas da fotossíntese.
Essas e outras descobertas permitiram determinar que a fotossíntese ocorre em duas fases: uma clara, em que a energia luminosa solar é captada e a molécula de água se decompõe para utilização do hidrogênio e liberação do oxigênio, e outra escura, em que se verifica o chamado ciclo de Calvin, assim denominado em homenagem ao bioquímico americano Melvin Calvin, que o pesquisou. Nessa fase, o carbono procedente do dióxido de carbono do ar se fixa e se integra numa molécula carboidratada.
Cloroplastos. A fotossíntese produz-se em orgânulos especiais da célula vegetal denominados cloroplastos, de forma alongada, elíptica ou globular e revestidos de uma membrana dupla. Em certas algas unicelulares só existe um cloroplasto, enquanto em outras, como as do gênero Spirogyra, o orgânulo é achatado como uma fita, e dispõe-se helicoidalmente. Nas plantas superiores pode haver várias dezenas de cloroplastos, cujo tamanho se mede em micrômetros (um micrômetro é a milésima parte de um milímetro).
A membrana externa é muito frágil e a interna apresenta numerosas dobras que formam discos achatados chamados tilacóides, que por sua vez se empilham e formam estruturas denominadas granos (ou grana, plural latino de granum). Aqui se realiza a fase clara da fotossíntese. Os granos são unidos entre si por pequenas lâminas semelhantes a varetas, as lamelas. O resto do conteúdo do cloroplasto, semifluido, é o que se conhece como estroma e nele ocorrem a fase escura e o ciclo de fixação do carbono. Os cloroplastos encontram-se nos órgãos verdes da planta, mas são especialmente abundantes nas folhas, órgãos em que se realiza a maior parte da fotossíntese nos vegetais superiores.
Clorofila. A substância a que as plantas devem sua cor verde e que é um dos principais pigmentos captadores da luz é a clorofila. Além dela, existem outros compostos fotossintéticos como as ficobilinas, de cor azul ou avermelhada, ou os carotenóides, amarelados e responsáveis pelas cores purpúreas, vermelhas ou alaranjadas de muitas algas.
A molécula da clorofila apresenta grande complexidade estrutural e compõe-se de diversos elementos como carbono, oxigênio, hidrogênio e nitrogênio, mais um átomo de magnésio. Este último se encontra unido a quatro átomos de nitrogênio, que constituem uma série de anéis ou estruturas químicas fechadas, os núcleos pirrólicos. Existe ainda uma longa cadeia chamada fitol, que se forma como uma comprida cauda e é integrada, quase totalmente, por átomos de carbono e de hidrogênio.
Diferenciam-se vários tipos de clorofila, cada um dos quais se encontra preferencialmente num determinado organismo vegetal. Assim, as plantas superiores dispõem dos tipos a e b, enquanto as algas vermelhas têm clorofila d e as bactérias fotossintéticas possuem uma molécula mais simples, a bacterioclorofila. A clorofila tem a propriedade de absorver energia luminosa e emitir um elétron de sua molécula, o qual é transferido para outros compostos e transportado para utilização na fase escura.
Fase clara. A fase clara da fotossíntese verifica-se na presença da luz, pois é ela que fornece a energia necessária para que ocorra todo o processo. A energia luminosa quebra a molécula de água, formada por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio (H2O), e libera o hidrogênio componente, enquanto o oxigênio se desprende, reação que se denomina fotólise da água. Os hidrogênios serão empregados na formação de uma série de moléculas redutoras (passam elétrons para outras), que mais tarde cedem o mesmo hidrogênio ao dióxido de carbono (CO2), na fase escura.
Ao mesmo tempo, a luz chega à clorofila e faz com que desta se desprendam elétrons, que passarão aos hidrogênios originados na fotólise da água por meio de uma cadeia de substâncias transportadoras.
Na fase clara, portanto, prepara-se o material redutor (que cede elétrons) necessário à segunda fase do processo fotossintético; produz-se oxigênio como resultado da quebra da molécula de água; e formam-se, graças à contribuição energética da luz, substâncias ricas em energia conhecidas como ATP (trifosfato de adenosina). Estas contêm átomos de fósforo e, quando se decompõem, liberam a energia nelas encerrada e possibilitam a ocorrência de reações biológicas imprescindíveis à vida do organismo. O ATP pode ser considerado o combustível molecular dos seres vivos.
Em algumas bactérias fotossintéticas, a fase clara não determina o desprendimento de oxigênio para o meio, já que contêm um tipo de clorofila diferente daquele que possuem as plantas superiores.
Fase escura. Na ausência da luz, ocorrem no estroma do cloroplasto diversas e complicadas reações (o ciclo de Calvin), graças às quais se formam as moléculas de açúcares de que a planta necessita para viver. O carbono da molécula de dióxido de carbono (CO2), que o vegetal tira do ar, capta os elétrons cedidos pelas moléculas redutoras presentes no cloroplasto e passa a fazer parte de uma molécula de pentose, açúcar de cinco átomos de carbono, que mais tarde se fraciona em duas moléculas, cada uma com três átomos de carbono.
Esses últimos compostos sofrem uma série de modificações e, após sucessivos ciclos, formam uma molécula de glicose, açúcar de grande importância para o metabolismo de numerosos seres vivos. Como ocorre com todas as reações produzidas nos organismos vivos, esses processos são regulados por diversas enzimas, compostos que possibilitam e aceleram a conversão de umas substâncias em outras.
Fotossíntese e respiração. As células das plantas têm determinadas necessidades energéticas para poderem realizar suas funções, e para tal requerem um consumo contínuo de oxigênio. Dessa forma, os vegetais produzem oxigênio na fase clara da fotossíntese e, paralelamente, absorvem esse elemento do meio em que se encontram. Do que se acaba de expor, poder-se-ia deduzir que o balanço líquido estaria equilibrado e que, em definitivo, não se geraria excedente de oxigênio, mas isso não é certo: na realidade, a quantidade produzida durante o dia ultrapassa significativamente a consumida.
A maior percentagem de oxigênio produzido corresponde às algas marinhas e às plantas unicelulares. Entre as plantas superiores, a contribuição mais notável é a dos grandes bosques e florestas tropicais. Nesse sentido, justifica-se classificar a Amazônia como o autêntico pulmão da Terra, pelo que a intervenção humana na região deve ser particularmente prudente, a fim de não alterar de forma irreversível esse verdadeiro paraíso: a alteração acarretaria conseqüências imprevisíveis em escala planetária.
Frase do dia
"Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada."
(Romanos 8:18)
(Romanos 8:18)
segunda-feira, 24 de março de 2014
Os Climas do Brasil
Existem diversas classificações climáticas baseadas no estudo da dinâmica das massas de ar, dos elementos e dos fatores do clima.
A classificação climática de Strahler pertence a uma escola climatologia chamada Dinâmica, pois ela se baseia na dinâmica geral da atmosfera, através das massas de ar.
A classificação dos climas brasileiros proposta por Arthur Strahler, por exemplo, baseia-se nas áreas da superfície terrestre dominadas ou controladas pelas massas de ar.
Uma outra classificação, a de Wilhelm Köppen, estuda separadamente os elementos do clima. Ela baseia-se, predominantemente, na temperatura, nas precipitações e na distribuição dos valores destes dois elementos do clima durante as estações do ano.
Significado dos símbolos da classificação de Köppen
• 1ª letra – maiúscula, representa a característica geral do clima de uma região:
- A – clima quente e úmido
- B – clima árido ou semi-árido
- C – clima mesotérmico ( subtropical e temperado)
• 2ª letra – minúscula, representa as particularidades do regime de chuva:
- f – sempre úmido
- m – monçônico e predominantemente úmido
- s – chuvas de inverno
- s’ - chuvas do outono e inverno
- w – chuvas de verão
- w’- chuvas de verão e outono
• 3ª letra - minúscula, representa a temperatura característica de um região:
- h – quente
- a – verões quentes
- b – verões brandos
A classificação de Köppen, adaptada ao Brasil pela geógrafa Lísia Maria Cavalcanti Bernardes, resultou na existência dos tipos de clima que você observa neste outro mapa.
A localização da maior parte do país em zona intertropical e o predomínio de baixas altitudes são responsáveis pelas variedades climáticas quentes (médias superiores a 20o C), controladas por algumas massas de ar e frentes.
CLIMA EQUATORIAL
Domina os cerca de 5 milhões de km² da Amazônia Legal. Que corresponde a Amazônia : Acre, Amazonas, Amapá, Rondônia, quase todo o estado do Pará ( menos a porção sudeste), o noroeste do Maranhão e do Mato Grosso e parte de Roraima. Caracteriza-se por temperaturas médias entre 24ºC e 26ºC e sendo no mês mais frio superior a 18ºC , com amplitude térmica anual de até 3 graus, chuvas abundantes (mais de 2.500 mm/ano) e bem distribuídas. A ação da massa equatorial continental (mEc) produz as chuvas locais (ou de convenção) por meio da evapotranspiração. No inverno, ocasionalmente, a região recebe frentes frias originárias da massa polar atlântica (mPa), ocasionando as friagens. A umidade atmosférica é elevada, geralmente superior a 80%.
CLIMA TROPICAL
O clima tropical abrange quase a totalidade da área correspondente ao planalto Brasileiro, domina extensas áreas do planalto Central e das regiões Nordeste e Sudeste. Suas temperaturas são também elevadas, mas este tipo de clima se diferencia do equatorial por apresentar duas estações bem delimitadas pelas chuvas: Apresenta inverno quente e seco e verão quente e chuvoso.
As temperaturas médias são superiores a 20o C, com amplitude térmica anual de até 7 graus e precipitações de 1.000 a 1.500 mm/ano.
Mas para o Nordeste, a estação seca vai-se se tornando mais longa, efetuando-se a transição para o clima semi-árido.
No litoral oriental do Nordeste(do Rio Grande do Norte até o litoral baiano), as chuvas tornam-se novamente abundantes, caindo predominantemente no outono e no inverno.
Por influência da latitude(mais alta) e do relevo, no Sudeste estas características sofrem algumas modificações, que dão origem ao clima tropical de altitude.
CLIMA TROPICAL DE ALTITUDE
Corresponde às áreas mais altas do relevo brasileiro, representado elevações das serras do Mar e da Mantiqueira, assim como pelo planalto que se estende ao norte de São Paulo, sul de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. As médias mensais de temperatura que caracterizam este clima estão entre 18o e 22o C, com amplitudes térmicas anuais de 7 a 9 graus e precipitações entre 1.000 e 1.500 mm/ano, não existindo maiores diferenças entre o clima tropical de altitude e o tropical, pois os meses mais chuvosos, nas áreas de ocorrência deste tipo de clima, coincidem com a primavera e o verão( setembro a março) e os de estiagem, com o outono e inverno(abril a setembro) . O verão tem chuvas mais intensas, devido à ação úmida da massa tropical atlântica (mTa). No inverno, as massas frias originárias da massa polar atlântica (mPa) podem provocar geadas com temperaturas abaixo de 0ºC.
CLIMA TROPICAL ATLÂNTICO
Atua na fachada atlântica desde o sul do Rio Grande do Norte até o sul do Rio Grande do Sul. Temperaturas médias entre 18o e 26o C, com amplitudes térmicas crescentes à medida que aumenta a latitude. As chuvas abundantes superam 1.200 mm/ano, mas têm distribuição desigual. No litoral do Nordeste, concentram-se no outono e inverno e mais ao sul no verão.
CLIMA SEMI-ÁRIDO
O clima semi-árido caracteriza-se, predominantemente, pela escassez de chuva. Este tipo de clima domina o sertão nordestino.
Quando ocorrem anos normais as chuvas caídas no período próprio atendem às necessidades dos habitantes. A situação torna-se calamitosa apenas quando elas deixam de cair na época devida, prolongando-se assim a estação seca.
Alias, as estiagens anormais não ocorrem somente na área compreendida pelo sertão nordestino, mas abrangem também áreas mais distantes das influências do clima semi-árido. Caracteriza-se por médias térmicas elevadas, em torno de 27o C, com extremos, como Sobral, no Ceará, com uma média mensal de 28,9ºC ( em dezembro). Amplitude térmica anual em torno de 5 graus. Chuvas poucas e irregulares (menos de 800 mm/ano).
CLIMA SUBTROPICAL
Ocorre na maior parte do planalto Meridional. Predomina na zona temperada ao sul do Trópico de Capricórnio, exceto no norte do Paraná. Caracteriza-se por temperaturas médias inferiores a 18ºC, com amplitude térmica anual entre 9 e 13 graus. Nas áreas mais elevadas, o verão é suave e o inverno rigoroso, com geadas constantes e nevascas ocasionais. Muitas chuvas (entre 1.500 e 2.000 mm/ano), e bem distribuídas.
Frase do dia
"Está alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém contente? Cante louvores. Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados."
(Tiago 5:13-15)
(Tiago 5:13-15)
domingo, 23 de março de 2014
Chuva
Precipitação atmosférica mais comum, a chuva é a principal causa da exuberância de paraísos ecológicos como a selva amazônica, o vale do Congo e o arquipélago indonésio, regiões de maior índice pluviométrico do planeta.
Chuva é uma precipitação atmosférica constituída por gotas de água de dimensões variáveis mas, para efeito de classificação meteorológica, superiores a meio milímetro de diâmetro. Como as demais precipitações, a chuva resulta da condensação, decorrente normalmente da ascensão de massas de ar, de gotículas de vapor d'água que se integram às nuvens e formam núcleos de alta densidade.
Origem e formação. A diferença fundamental entre as partículas das diversas precipitações atmosféricas e as contidas nas nuvens é seu tamanho: a massa de uma gota de chuva pode equivaler a um milhão de vezes a massa relativa a uma partícula aquosa de nuvem. O processo por que passam as partículas de precipitação desenvolve-se pela superposição de vários fenômenos físicos, entre os quais a sublimação, a condensação e a aglomeração de partículas, depois dos quais se dá a precipitação propriamente dita.
Durante a sublimação, formam-se nas nuvens aglomerados de pequenos cristais de gelo denominados núcleos de sublimação e que resultam da conversão direta do vapor de água em gelo. Esses cristais aparecem espontaneamente nas nuvens quando estas são submetidas a temperaturas inferiores a -15o C, embora o ponto exato de sua formação varie de acordo com sua natureza físico-química. Podem atingir temperaturas em torno de -40o C, mediante o sub-resfriamento da nuvem sob a ascensão brusca de massas de ar.
Na fase de condensação, pequenos núcleos formados a partir das soluções de cloreto de sódio evaporado da água do mar e de compostos sulfatados provenientes de reações químicas atmosféricas, favorecem o processo da precipitação.
Na fase seguinte, ocorre a aglomeração de partículas em torno dos núcleos de sublimação, graças a mecanismos de colisão e acumulação de moléculas em movimento no interior das nuvens. Quando se inicia a etapa da precipitação, as partículas da nuvem alcançam um peso tal que as impede de permanecer em solução coloidal pela ação das correntes de ar ascendentes, e caem sob o efeito da gravidade.
Classificação. Em geral, as chuvas se classificam, do ponto de vista técnico, em três grandes grupos, de acordo com a quantidade de líquido ao longo de um determinado intervalo de tempo denominado índice pluviométrico. A unidade de medida utilizada é o milímetro, que representa a altura relativa à quantidade de água precipitada sobre uma proveta graduada. Assim, as chuvas ligeiras são aquelas correspondentes a uma precipitação inferior a 2,5mm por hora; as moderadas, a índices de 2,8 a 7,6mm; e as pesadas, a índices superiores a 7,6mm.
Medições pluviométricas. A quantidade de precipitação pode ser medida pelos pluviômetros e registradores pluviométricos. O pluviômetro mais comum consta de um recipiente cilíndrico com vinte centímetros de diâmetro, de fundo afunilado, que transporta a água precipitada para um tubo também cilíndrico de cinqüenta centímetros de comprimento e cuja seção é de 1/10 da do recipiente. Assim, para cada 2,5cm de chuva, a água terá 25cm de altura no tubo, o que propicia medições de quantidades precipitadas com bastante precisão.
O tubo é ligado a uma escala graduada, e o funil receptor se ajusta a um recipiente externo, de vinte centímetros de diâmetro, que conserva o excesso de água, pois o tubo interno só guarda cinqüenta centímetros de precipitação e, passado esse valor, transborda. No caso de registradores (pluviógrafos), o funil receptor tem, normalmente, 25cm de diâmetro. O peso da água retida num cilindro de vinte centímetros aciona uma mola, que transmite o movimento a um ponteiro, o qual o registra num cilindro giratório submetido a um mecanismo de relógio. À medida que a água se acumula, uma bóia na parte inferior do cilindro sobe, indicando a altura da precipitação dentro do tubo interno.
Distribuição geográfica. As zonas de maior pluviosidade são as que coincidem com as áreas de convergência do ar. Nesse sentido, distinguem-se quatro regiões distintas: equatorial, extratropical, montanhosa e anticiclonal. Na região equatorial, nota-se a convergência do ar tropical dos ventos alísios e do próprio ar equatorial, o que resulta em ascensão constante de ar quente e úmido. À medida que a corrente convectiva se eleva, arrefece e produz-se a condensação de cúmulus-nimbos, responsáveis pelas chuvas torrenciais de curta duração conhecidas como chuvas de convecção.
Já na região extratropical ocorrem zonas de convergência do ar quente de origem tropical e do ar frio polar, marcadas por depressões barométricas. Produzem-se chuvas ciclônicas provenientes ora do avanço do ar quente sobre o ar frio, ora do ar frio sobre o ar quente. Podem ser incluídas nesse tipo as chuvas da China central, as da monção de verão e as de inverno, resultantes das invasões ciclônicas que se deslocam em direção ao nordeste.
Nas regiões montanhosas, geralmente situadas perto do mar, como encostas em posição paralela ou oblíqua aos ventos úmidos, a precipitação aumenta com a altitude até certo nível, cujo limite varia com a latitude. Daí em diante, outras condições passam a prevalecer. Normalmente, as montanhas das latitudes tropicais e subtropicais, situadas nas costas orientais dos continentes, são bem mais favorecidas pelas chuvas do que as das costas ocidentais, nas mesmas latitudes.
Fato inverso se observa com as montanhas situadas em latitudes elevadas: as mais chuvosas se encontram junto às costas ocidentais, expostas aos ventos de oeste. O ar carregado de umidade, em sua ascensão, esfria-se ao condensar a umidade nele existente e então se precipitam, em aguaceiros persistentes ou em pancadas (conforme a origem do ar que se encontra com a montanha), as chuvas designadas como orográficas. Em contraposição, o ar que desce pela encosta do lado oposto é comprimido e por esse motivo aquecido adiabaticamente. Dessa forma, o tipo de clima da encosta interior se faz inteiramente diverso daquele que reina no outro lado.
Finalmente, consideram-se áreas anticiclonais as zonas de menor pluviosidade no globo, inclusive aquelas em que as chuvas praticamente não existem. O melhor exemplo é o do Saara, situado justamente na faixa tropical e que permanece constantemente sob a influência desse centro de ação atmosférica.
www.enciclopediaescolar.hpg.com.br
A sua enciclopédia na internet!
Frase do dia
"Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor."
(1 Coríntios 15:57,58)
(1 Coríntios 15:57,58)
sábado, 22 de março de 2014
sexta-feira, 21 de março de 2014
Motorista abandona ônibus
Hoje pela manhã minha esposa estava num ônibus amarelinho que circula pela cidade de Criciúma quando, um casal entra no ônibus e o motorista bate a porta no homen e a mulher dele logo reclama dizendo que o marido dela não é um animal e que o motorista deveria ter mais atenção.
Logo em seguida a mulher diz ao marido para que ele fique sentado no seu lugar, mas, o marido enfurecido vai até a parte frontal do ônibus e fala algumas palavras para o motorista que logo após sai do veiculo dizendo: Peçam a ele que leve o ônibus.
Não se sabe quais foram as palavras deste passageiro ao motorista nem o que motivou esta atitude extrema, mas há relatos de que no dia anterior o motorista havia batido um ônibus, mas nada pode ser confirmado por nossa equipe.
Jailson Crepaldi Inacio
Blogueiro
Logo em seguida a mulher diz ao marido para que ele fique sentado no seu lugar, mas, o marido enfurecido vai até a parte frontal do ônibus e fala algumas palavras para o motorista que logo após sai do veiculo dizendo: Peçam a ele que leve o ônibus.
Não se sabe quais foram as palavras deste passageiro ao motorista nem o que motivou esta atitude extrema, mas há relatos de que no dia anterior o motorista havia batido um ônibus, mas nada pode ser confirmado por nossa equipe.
Jailson Crepaldi Inacio
Blogueiro
Barak Articula Articulação com o “estopim” Sharon
JERUSALÉM- Ehud Barak está prestes a fazer um acordo para formar um governo de unidade nacional com o líder do direitista palestino Likud, Ariel Sharon, acusado pela Autoridade Palestina e pelo mundo Árabe em geral de ser o estopim da atual onda de violência nos territórios ocupados por Israel.
A ida de Sharon ao local conhecido como Monte do Templo pelos judeus e Haram al-sharif pelos árabes – sagrados pelas duas religiões em Jerusalém, para mostrar que a área pertence a Israel, provocou revolta entre os palestinos.
O porta-voz do Barak na cúpula de Sharm el-Sheik, Nachman Shai, disse ontem à BBC que uma coalizão pode ser formada independentemente dos resultados do encontro no Egito. Se isso ocorrer, a união da coligação do centro-esquerda que elegeu o trabalhista Barak, Um Israel,o Likud e outros grupos teria entre 80 e 90 das 120 cadeiras do Parlamento (Knesset).
Barak perdeu o apoio da maioria na Knesset pouco antes de tomar parte na cúpula de paz de Camp David (EUA), por não ter chegado a um acordo com os partidos de sua coalisão sobre as conçessões que poderia fazer nas negociações.
Frase do dia
"Pelo que, rejeitando toda imundícia e acúmulo de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar a vossa alma. E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos."
(Tiago 1:21,22)
(Tiago 1:21,22)
quinta-feira, 20 de março de 2014
quarta-feira, 19 de março de 2014
Cerrado
Um quarto do território brasileiro -- mais de 200 milhões de hectares -- era originalmente ocupado pelo cerrado. Na década de 1990, porém, 47 milhões de hectares já haviam sido substituídos por pastagens plantadas ou culturas de grãos.
Formação vegetal característica do Centro-Oeste brasileiro, o cerrado é constituído de árvores relativamente baixas e tortuosas, disseminadas em meio a arbustos, subarbustos e gramíneas. A estrutura do cerrado compreende basicamente dois estratos: o superior, formado pelas árvores e arbustos; e o inferior, composto por um tapete de gramíneas. As árvores típicas do cerrado atingem em média dez metros de altura, apresentam casca grossa, protegida às vezes por uma camada de cortiça, troncos, galhos e copas irregulares; algumas possuem folhas coriáceas, em certos casos tão duras que chegam a chocalhar com o vento; em outras, as folhas atingem dimensões enormes e caem ao fim da estação seca.
O cerrado predomina nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins. As mais extensas áreas desse tipo de vegetação aparecem em locais de clima quente e úmido, com chuvas de verão e estação seca bem marcadas. Ocorrem subtipos de vegetação, como o cerradão, o cerradinho e os campos sujos. Entre as árvores características dos cerrados destacam-se a lixeira (Curatella americana), o pau-terra de folhas grandes ou miúdas (Qualea grandiflora e Qualea parviflora), o pequi (Caryocar brasiliensis), o pau-santo (Kielmeyera coriacea), o ipê (Tabebuia caraiba) e a peroba-do-campo (Aspidosperma tomentosum). Entre as gramíneas, as mais comuns são o capim-flecha (Tristachya chrysotryx), o barba-de-bode (Aristida pallens) e diversas espécies do gênero Androgopon.
O solo típico do planalto central, onde se encontra a maior parte do cerrado, é constituído de areias e argilas, soltas ou consolidadas em arenitos e filitos, e de calcários e pedregulhos, resultantes do levantamento dos sedimentos do oceano primitivo. Os elementos que formam o estrato superior são providos de raízes profundas, que lhes permite atingir o lençol freático, situado de 15 a 20m de profundidade. Essa circunstância lhes confere melhores condições de sobrevivência ao longo do período de estiagem. As gramíneas do estrato inferior, devido a suas raízes curtas, ressentem-se mais da estiagem, quando entram em estado de latência, ou morte aparente. O tapete rasteiro apresenta então aspecto de palha seca, que favorece a propagação de incêndios, desencadeados pelas queimadas. Mas logo após as primeiras chuvas tudo reverdece e viceja.
Quando devidamente preparado, o solo do cerrado é fértil, como comprovam as grandes plantações de soja, milho, sorgo e outras culturas. No entanto, no Centro-Oeste, imensas áreas foram submetidas a queimadas, para a formação de pastagens, o que provocou o empobrecimento do solo, pela queima de
materiais orgânicos, e colocou em risco de extinção certas espécies vegetais e animais, como o tamanduá-bandeira e o lobo guará. Outra ameaça à riqueza desse ecossistema é o plantio indiscriminado de florestas homogêneas de pinheiros e eucaliptos. Mais de 150.000 espécies animais vivem no cerrado, entre elas a ema e o veado-campeiro.
terça-feira, 18 de março de 2014
Enzima
Enzima
A importância das enzimas é ilustrada pela ocorrência do albinismo, doença congênita que se manifesta pela despigmentação da pele, dos cabelos e da íris. O albinismo deve-se à falta da tirosinase, uma das muitas enzimas que regulam o metabolismo e as funções dos organismos vivos.
Enzima é a designação geral de várias proteínas complexas, especializadas na catálise de reações biológicas - facilitam e aceleram a maior parte das reações bioquímicas que ocorrem no interior das células dos animais, vegetais e microrganismos. Como a catálise ocorre sem intervenção de reagentes, as enzimas não se consomem ao longo do processo.
Existem diversos tipos de enzimas, com ação e finalidade não muito variadas. Assim, contribuem para que as moléculas dos princípios nutritivos (proteínas, gorduras e hidratos de carbono) se desdobrem em outras menores, durante a digestão dos alimentos. Também facilitam a passagem dessas moléculas para o sangue através da parede intestinal, catalisam a formação de moléculas grandes e complexas destinadas a produzir os constituintes celulares, favorecem o armazenamento e consumo de energia. Em termos estritamente fisiológicos, as enzimas também ativam as funções da reprodução, os processos da respiração e da visão e todos os demais mecanismos biológicos.
Constituição das enzimas. Do ponto de vista químico, as enzimas caracterizam-se por apresentarem em sua estrutura uma proteína - substância orgânica complexa que contém nitrogênio em sua molécula e que, por decomposição hidrolítica ou adição de água, produz aminoácidos.
A maioria das enzimas constitui-se de uma proteína e de um componente chamado co-fator, que pode estar ausente. A proteína completa (enzima + co-fator) é a holoenzima. Suprimido o co-fator, a proteína perde sua atividade e recebe o nome de apoenzima. O co-fator pode ser um metal (por exemplo, ferro, cobre ou magnésio), uma molécula orgânica de tamanho médio chamada grupo protético, ou um tipo especial de molécula que atua como substrato e se conhece como co-enzima. Esse co-fator facilita a função catalítica da enzima, como é o caso dos metais ou grupos prostéticos, ou participa da própria reação catalisada, ação típica das co-enzimas.
Forma de atuação das enzimas. As moléculas existentes nas células constituem compostos com alto grau de estabilidade, determinado pela magnitude da energia armazenada nas ligações entre os átomos que as compõem. Para ativar uma reação, seria preciso energia suficiente para romper tais ligações. A presença de enzimas no organismo dispensa a necessidade desse acréscimo de energia, pois se unem às moléculas para formar compostos complexos intermediários, que se decompõem e constituem os produtos finais. As enzimas liberam-se da reação sem sofrerem mudanças e ficam preparadas para continuar sua ação de catalisadores na formação de novos produtos.
A característica principal da ação enzimática sobre o organismo é sua especialidade. Cada tipo de enzima atua sobre um composto ou substrato associado, cuja estrutura deve encaixar-se à da enzima de modo que os centros ativos coincidam perfeitamente. Esse processo pode ser comparado com a relação entre uma chave e sua fechadura, pois cada substrato possui uma enzima específica, capaz de abrir os caminhos para sua transformação.
Os grupos catalíticos dos centros ativos de uma enzima atuam com um rendimento mais de um milhão de vezes maior que o de outras substâncias análogas numa reação não-enzimática.
Inibição das enzimas. Existem compostos de estrutura semelhante ao substrato de uma enzima que, ao se unirem ao centro ativo desta, impedem que ela desenvolva sua ação catalítica de maneira irreversível ou reversível (inibição competitiva).
Outros inibidores atuam sobre uma parte da estrutura da enzima diferente do centro ativo, de modo que, se esse centro for afetado, ocorre um bloqueio definitivo da ação da enzima; em caso contrário, a inibição é reversível (não-competitiva). Em virtude de sua natureza protéica, as enzimas desnaturam-se e inativam-se acima de 60o C ou em presença de meios muito ácidos ou muito alcalinos.
Nomenclatura. O nome aplicado às enzimas deriva do nome do substrato sobre o qual elas atuam, a que se acrescenta a terminação "ase". Assim, as carboidrases atuam sobre os hidratos de carbono ou carboidratos, as fosfatases sobre os fosfatos etc. Há ainda nomes instituídos pela tradição, como a pepsina, a tripsina ou a pancreatina.
As reações enzimáticas classificam-se em seis grandes grupos, que por sua vez se subdividem de acordo com os tipos de substratos participantes e as reações: as óxido-redutases catalisam os processos de oxidação-redução nas células, ocasionados pelo intercâmbio de elétrons ou partículas elétricas elementares entre os diferentes átomos que intervêm; as transferases, que facilitam o transporte de grupos de um doador para um receptor, incluem o subgrupo das aminotransferases ou fornecedoras de aminoácidos; as hidrolases catalisam a decomposição por adição dos constituintes da água; as liases rompem ligações químicas por uma via diferente das anteriores; as isomerases favorecem as redistribuições no interior das células; e as ligases aceleram a união de moléculas sob a ação do portador mais importante de fosfatos e energia, o trifosfato de adenosina (ATP). Nos dois primeiros grupos se acha a metade das mil e poucas enzimas que se conhecem.
Aplicações. O estudo da natureza das enzimas e de sua atuação teve grande utilidade na medicina: determinados tratamentos se baseiam na inibição das enzimas que acompanham as bactérias, com o que se detém a ação infecciosa destas. As sulfonamidas, por exemplo, são elementos bloqueadores das enzimas bacterianas. As enzimas são também utilizadas em diagnósticos médicos e contra reações desfavoráveis em pessoas alérgicas à penicilina. Em certos casos, administração de enzimas serve para controlar sua falta no organismo, assim como para corrigir anormalidades derivadas de doenças.
Uma das principais aplicações industriais das enzimas é na produção do álcool etílico (etanol) pelo processo de fermentação, que utiliza enzimas na conversão da sacarose em etanol. Na fabricação de produtos como pão, queijos, cerveja, vinho etc., em que há fermentação de leveduras, os novos conhecimentos sobre enzimas são utilizados para controlar e melhorar sua qualidade. O curtimento de couros e a limpeza de tecidos são alguns dos numerosos processos químicos e industriais que empregam a ação catalítica das enzimas para favorecer reações da matéria orgânica.
A importância das enzimas é ilustrada pela ocorrência do albinismo, doença congênita que se manifesta pela despigmentação da pele, dos cabelos e da íris. O albinismo deve-se à falta da tirosinase, uma das muitas enzimas que regulam o metabolismo e as funções dos organismos vivos.
Enzima é a designação geral de várias proteínas complexas, especializadas na catálise de reações biológicas - facilitam e aceleram a maior parte das reações bioquímicas que ocorrem no interior das células dos animais, vegetais e microrganismos. Como a catálise ocorre sem intervenção de reagentes, as enzimas não se consomem ao longo do processo.
Existem diversos tipos de enzimas, com ação e finalidade não muito variadas. Assim, contribuem para que as moléculas dos princípios nutritivos (proteínas, gorduras e hidratos de carbono) se desdobrem em outras menores, durante a digestão dos alimentos. Também facilitam a passagem dessas moléculas para o sangue através da parede intestinal, catalisam a formação de moléculas grandes e complexas destinadas a produzir os constituintes celulares, favorecem o armazenamento e consumo de energia. Em termos estritamente fisiológicos, as enzimas também ativam as funções da reprodução, os processos da respiração e da visão e todos os demais mecanismos biológicos.
Constituição das enzimas. Do ponto de vista químico, as enzimas caracterizam-se por apresentarem em sua estrutura uma proteína - substância orgânica complexa que contém nitrogênio em sua molécula e que, por decomposição hidrolítica ou adição de água, produz aminoácidos.
A maioria das enzimas constitui-se de uma proteína e de um componente chamado co-fator, que pode estar ausente. A proteína completa (enzima + co-fator) é a holoenzima. Suprimido o co-fator, a proteína perde sua atividade e recebe o nome de apoenzima. O co-fator pode ser um metal (por exemplo, ferro, cobre ou magnésio), uma molécula orgânica de tamanho médio chamada grupo protético, ou um tipo especial de molécula que atua como substrato e se conhece como co-enzima. Esse co-fator facilita a função catalítica da enzima, como é o caso dos metais ou grupos prostéticos, ou participa da própria reação catalisada, ação típica das co-enzimas.
Forma de atuação das enzimas. As moléculas existentes nas células constituem compostos com alto grau de estabilidade, determinado pela magnitude da energia armazenada nas ligações entre os átomos que as compõem. Para ativar uma reação, seria preciso energia suficiente para romper tais ligações. A presença de enzimas no organismo dispensa a necessidade desse acréscimo de energia, pois se unem às moléculas para formar compostos complexos intermediários, que se decompõem e constituem os produtos finais. As enzimas liberam-se da reação sem sofrerem mudanças e ficam preparadas para continuar sua ação de catalisadores na formação de novos produtos.
A característica principal da ação enzimática sobre o organismo é sua especialidade. Cada tipo de enzima atua sobre um composto ou substrato associado, cuja estrutura deve encaixar-se à da enzima de modo que os centros ativos coincidam perfeitamente. Esse processo pode ser comparado com a relação entre uma chave e sua fechadura, pois cada substrato possui uma enzima específica, capaz de abrir os caminhos para sua transformação.
Os grupos catalíticos dos centros ativos de uma enzima atuam com um rendimento mais de um milhão de vezes maior que o de outras substâncias análogas numa reação não-enzimática.
Inibição das enzimas. Existem compostos de estrutura semelhante ao substrato de uma enzima que, ao se unirem ao centro ativo desta, impedem que ela desenvolva sua ação catalítica de maneira irreversível ou reversível (inibição competitiva).
Outros inibidores atuam sobre uma parte da estrutura da enzima diferente do centro ativo, de modo que, se esse centro for afetado, ocorre um bloqueio definitivo da ação da enzima; em caso contrário, a inibição é reversível (não-competitiva). Em virtude de sua natureza protéica, as enzimas desnaturam-se e inativam-se acima de 60o C ou em presença de meios muito ácidos ou muito alcalinos.
Nomenclatura. O nome aplicado às enzimas deriva do nome do substrato sobre o qual elas atuam, a que se acrescenta a terminação "ase". Assim, as carboidrases atuam sobre os hidratos de carbono ou carboidratos, as fosfatases sobre os fosfatos etc. Há ainda nomes instituídos pela tradição, como a pepsina, a tripsina ou a pancreatina.
As reações enzimáticas classificam-se em seis grandes grupos, que por sua vez se subdividem de acordo com os tipos de substratos participantes e as reações: as óxido-redutases catalisam os processos de oxidação-redução nas células, ocasionados pelo intercâmbio de elétrons ou partículas elétricas elementares entre os diferentes átomos que intervêm; as transferases, que facilitam o transporte de grupos de um doador para um receptor, incluem o subgrupo das aminotransferases ou fornecedoras de aminoácidos; as hidrolases catalisam a decomposição por adição dos constituintes da água; as liases rompem ligações químicas por uma via diferente das anteriores; as isomerases favorecem as redistribuições no interior das células; e as ligases aceleram a união de moléculas sob a ação do portador mais importante de fosfatos e energia, o trifosfato de adenosina (ATP). Nos dois primeiros grupos se acha a metade das mil e poucas enzimas que se conhecem.
Aplicações. O estudo da natureza das enzimas e de sua atuação teve grande utilidade na medicina: determinados tratamentos se baseiam na inibição das enzimas que acompanham as bactérias, com o que se detém a ação infecciosa destas. As sulfonamidas, por exemplo, são elementos bloqueadores das enzimas bacterianas. As enzimas são também utilizadas em diagnósticos médicos e contra reações desfavoráveis em pessoas alérgicas à penicilina. Em certos casos, administração de enzimas serve para controlar sua falta no organismo, assim como para corrigir anormalidades derivadas de doenças.
Uma das principais aplicações industriais das enzimas é na produção do álcool etílico (etanol) pelo processo de fermentação, que utiliza enzimas na conversão da sacarose em etanol. Na fabricação de produtos como pão, queijos, cerveja, vinho etc., em que há fermentação de leveduras, os novos conhecimentos sobre enzimas são utilizados para controlar e melhorar sua qualidade. O curtimento de couros e a limpeza de tecidos são alguns dos numerosos processos químicos e industriais que empregam a ação catalítica das enzimas para favorecer reações da matéria orgânica.
Frase do dia
"Quem dentre vós é sábio e inteligente? Mostre, pelo seu bom trato, as suas obras em mansidão de sabedoria. Mas, se tendes amarga inveja e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica. Porque, onde há inveja e espírito faccioso, aí há perturbação e toda obra perversa. Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia. Ora, o fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz."
(Tiago 3:13-18)
(Tiago 3:13-18)
segunda-feira, 17 de março de 2014
Cidadania
Cidadania
Foi de um discurso do dramaturgo Pierre-Augustin Caron de Beaumarchais, em outubro de 1774, que surgiu o sentido moderno da palavra cidadão -- que ganharia maior ressonância nos primeiros meses da revolução francesa, com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
Em sentido etimológico, cidadania refere-se à condição dos que residem na cidade. Ao mesmo tempo, diz da condição de um indivíduo como membro de um estado, como portador de direitos e obrigações. A associação entre os dois significados deve-se a uma transformação fundamental no mundo moderno: a formação dos estados centralizados, impondo jurisdição uniforme sobre um território não limitado aos burgos medievais.
Na Europa, até o início dos tempos modernos, o reconhecimento de direitos civis e sua consagração em documentos escritos (constituições) eram limitados aos burgos ou cidades. A individualização desses direitos a rigor não existe até o surgimento da teoria dos direitos naturais do indivíduo e do contrato social, bases filosóficas do antigo liberalismo. Nesse sentido, os privilégios e imunidades dos burgos medievais não diferem, quanto à forma, dos direitos e obrigações das corporações e outros agrupamentos, decorrentes de sua posição ou função na hierarquia social e na divisão social do trabalho. São direitos atribuídos a uma entidade coletiva, e ao indivíduo apenas em decorrência de sua participação em um desses "corpos" sociais.
O termo cidadão tornou-se sinônimo de homem livre, portador de direitos e obrigações a título individual, assegurados em lei. É na cidade que se formam as forças sociais mais diretamente interessadas na individualização e na codificação desses direitos: a burguesia e a moderna economia capitalista.
Ao ultrapassar os estreitos limites do mundo medieval -- pela interligação de feiras e comunas, pelo estabelecimento de rotas regulares de comércio, entre regiões da Europa e entre os continentes --, a dinâmica da economia capitalista favorece a imposição de uma jurisdição uniforme em determinados territórios, cuja extensão e perfil derivam tanto da interdependência interna enquanto "mercado", como dos fatores culturais, lingüísticos, políticos e militares que favorecem a unificação.
Em seus primórdios, a constituição do estado moderno e da economia comercial capitalista é uma grande força libertária. Em primeiro lugar, pela dilatação de horizontes, pela emancipação dos indivíduos ante o localismo, ante as convenções medievais que impediam ou dificultavam a escolha de uma ocupação diferente da transmitida como herança familiar; libertária, também, ante as tradições e crenças que se diluíam com a maior mobilidade geográfica e social; mas libertária, sobretudo, pela imposição de uma jurisdição uniforme, que superava o arbítrio dos senhores feudais e reconhecia a todos os mesmos direitos e obrigações, independentemente de seu trabalho ou condição socioeconômica.
Além do sentido sociológico, a cidadania tem um sentido político, que expressa a igualdade perante a lei, conquistada pelas grandes revoluções (inglesa, francesa e americana), e posteriormente reconhecida no mundo inteiro.
Nessa perspectiva, a passagem do âmbito limitado - dos burgos - ao significado amplo da cidadania nacional é a própria história da formação e unificação dos estados modernos, capazes de exercer efetivo controle sobre seus respectivos territórios e de garantir os mesmos direitos a todos os seus habitantes. É fundamentalmente uma garantia negativa: contra as limitações convencionais ao comportamento individual e contra o poder arbitrário, público ou privado.
Rumo à universalização. A cidadania é originalmente um direito burguês. Contudo, quando reivindicada como soma de direitos fundamentais do indivíduo, estes se tornam neutros quanto a seus beneficiários presentes e potenciais.
Vista como processo histórico gradual, a extensão da cidadania é (1) a transformação da estrutura social pré-moderna no quadro da economia capitalista e do estado nacional moderno e (2) o reconhecimento e a universalização de toda uma série de novos direitos que, em parte, são indispensáveis ao funcionamento da economia capitalista moderna e, em parte, são resultado concreto do conflito político dentro de cada país. Portanto, trata-se de um conceito ao mesmo tempo jurídico, sociológico e político: descreve a consagração formal de certos direitos, o processo político de sua obtenção e a criação das condições socioeconômicas que lhe dão efetividade.
Cidadania e democracia. A cidadania tem dois aspectos: (1) o institucional, porque envolve o reconhecimento explícito e a garantia de certos direitos fundamentais, embora sua institucionalização nunca seja constante e irredutível; (2) e o processual, porque as garantias civis e políticas, bem como o conteúdo substantivo, social e econômico, não podem ser vistos como entidades fixas e definitivas, mas apenas como um processo em constante reafirmação, com limiares abaixo dos quais não há democracia. Democrático, no sentido liberal, é o país que, além das garantias jurídicas e políticas fundamentais, institucionaliza amplamente a participação política.
Direitos e garantias individuais. A necessidade de certas prerrogativas que limitem o poder político em suas relações com a pessoa humana são, muito provavelmente, criação do cristianismo, que definiu o primeiro terreno interditado ao estado: o espiritual.
No campo do direito positivo, foi a revolução francesa que incorporou o sistema dos direitos humanos ao direito constitucional moderno. A teoria do direito constitucional dividiu, de início, os direitos humanos em naturais e civis, considerando que a liberdade natural, mais ampla, evolui para o conceito de liberdade civil, mais limitada, visto que seus limites coincidem com os da liberdade dos outros homens.
A primeira concretização da teoria jurídica dos direitos humanos foi o Bill of Rights, de 1689 -- a declaração de direitos inglesa. Só depois da independência dos Estados Unidos, porém, as declarações de direitos, inseridas nas constituições escritas, adquirem o perfil de relação de direitos oponíveis ao estado, e dos quais os indivíduos são titulares diretos. Dada sua importância, o direito constitucional clássico dividia as leis fundamentais em duas partes: uma estabelecia os poderes e seu funcionamento; outra, os direitos e garantias individuais.
No Brasil, é clássica a definição dada por Rui Barbosa às garantias, desdobramento dos direitos individuais: "Os direitos são aspectos, manifestações da personalidade humana em sua existência subjetiva, ou nas suas situações de relações com a sociedade, ou os indivíduos que a compõem. As garantias constitucionais stricto sensu são as solenidades tutelares de que a lei circunda alguns desses direitos contra os abusos do poder." É o caso do direito à liberdade pessoal, cuja garantia é o recurso do habeas corpus.
Direitos sociais. Na antiguidade, considerava-se que o trabalho manual não era compatível com a inteligência crítica e especulativa, ideal do estado. Daí o reconhecimento da escravidão, que restringia consideravelmente os ideais teóricos da democracia direta. A revolução social do cristianismo baseou-se principalmente na dignificação do trabalho manual. Por conseguinte, durante a Idade Média, o trabalho era considerado um dever social e mesmo religioso do indivíduo.
Com o declínio das corporações de ofício, que controlavam o trabalho medieval, e o surgimento das oficinas de trabalho, de características diferentes, entre as quais a relação salarial entre operário e patrão, estão dadas as condições propícias ao capitalismo mercantilista da época do Renascimento e da Reforma.
Mais tarde, a burguesia, que dominara a revolução francesa, viu-se diante dos problemas sociais decorrentes da revolução industrial. Assim, tornou-se indispensável a intervenção do estado entre as partes desiguais em confronto no campo do trabalho, para regular o mercado livre em que o trabalhador era cruelmente explorado.
Atualmente não se pode conceber a proteção jurídica dos direitos individuais sem o reconhecimento e a proteção dos direitos sociais do homem, que são oponíveis não ao estado, mas ao capital, e têm na ação do estado sua garantia.
Hoje existe um grande movimento pelo reconhecimento, definição e garantia internacionais dos direitos humanos. Em 10 de dezembro de 1948, a assembléia geral da Organização das Nações Unidas (ONU) adotou em Paris a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que só terá força obrigatória quando for uma convenção firmada por todos os países membros da ONU.
Os regimes de governo são justos na medida em que as liberdades são defendidas, mesmo em épocas de crise. Os princípios gerais de direito são sempre os mesmos: processo legal, ausência de crueldade, respeito à dignidade humana. As formas de execução desses princípios também não variam. Resumem-se em leis anteriores, em garantias eficazes de defesa e, como sempre, acima de tudo, em justiça independente e imparcial.
Suspensão das garantias constitucionais. No Brasil, a instabilidade do poder político e as lutas oligárquicas durante a primeira república fizeram do estado de sítio e da intervenção federal os centros de convergência dos debates jurídicos e das ações políticas. Também o Supremo Tribunal Federal defrontou-se freqüentemente com o problema. No entanto os fatos mais de uma vez atropelaram o direito ao longo da história do Brasil.
-----------------------------------------------
www.enciclopediaescolar.hpg.com.br
A sua enciclopédia na internet!
-----------------------------------------------
Foi de um discurso do dramaturgo Pierre-Augustin Caron de Beaumarchais, em outubro de 1774, que surgiu o sentido moderno da palavra cidadão -- que ganharia maior ressonância nos primeiros meses da revolução francesa, com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
Em sentido etimológico, cidadania refere-se à condição dos que residem na cidade. Ao mesmo tempo, diz da condição de um indivíduo como membro de um estado, como portador de direitos e obrigações. A associação entre os dois significados deve-se a uma transformação fundamental no mundo moderno: a formação dos estados centralizados, impondo jurisdição uniforme sobre um território não limitado aos burgos medievais.
Na Europa, até o início dos tempos modernos, o reconhecimento de direitos civis e sua consagração em documentos escritos (constituições) eram limitados aos burgos ou cidades. A individualização desses direitos a rigor não existe até o surgimento da teoria dos direitos naturais do indivíduo e do contrato social, bases filosóficas do antigo liberalismo. Nesse sentido, os privilégios e imunidades dos burgos medievais não diferem, quanto à forma, dos direitos e obrigações das corporações e outros agrupamentos, decorrentes de sua posição ou função na hierarquia social e na divisão social do trabalho. São direitos atribuídos a uma entidade coletiva, e ao indivíduo apenas em decorrência de sua participação em um desses "corpos" sociais.
O termo cidadão tornou-se sinônimo de homem livre, portador de direitos e obrigações a título individual, assegurados em lei. É na cidade que se formam as forças sociais mais diretamente interessadas na individualização e na codificação desses direitos: a burguesia e a moderna economia capitalista.
Ao ultrapassar os estreitos limites do mundo medieval -- pela interligação de feiras e comunas, pelo estabelecimento de rotas regulares de comércio, entre regiões da Europa e entre os continentes --, a dinâmica da economia capitalista favorece a imposição de uma jurisdição uniforme em determinados territórios, cuja extensão e perfil derivam tanto da interdependência interna enquanto "mercado", como dos fatores culturais, lingüísticos, políticos e militares que favorecem a unificação.
Em seus primórdios, a constituição do estado moderno e da economia comercial capitalista é uma grande força libertária. Em primeiro lugar, pela dilatação de horizontes, pela emancipação dos indivíduos ante o localismo, ante as convenções medievais que impediam ou dificultavam a escolha de uma ocupação diferente da transmitida como herança familiar; libertária, também, ante as tradições e crenças que se diluíam com a maior mobilidade geográfica e social; mas libertária, sobretudo, pela imposição de uma jurisdição uniforme, que superava o arbítrio dos senhores feudais e reconhecia a todos os mesmos direitos e obrigações, independentemente de seu trabalho ou condição socioeconômica.
Além do sentido sociológico, a cidadania tem um sentido político, que expressa a igualdade perante a lei, conquistada pelas grandes revoluções (inglesa, francesa e americana), e posteriormente reconhecida no mundo inteiro.
Nessa perspectiva, a passagem do âmbito limitado - dos burgos - ao significado amplo da cidadania nacional é a própria história da formação e unificação dos estados modernos, capazes de exercer efetivo controle sobre seus respectivos territórios e de garantir os mesmos direitos a todos os seus habitantes. É fundamentalmente uma garantia negativa: contra as limitações convencionais ao comportamento individual e contra o poder arbitrário, público ou privado.
Rumo à universalização. A cidadania é originalmente um direito burguês. Contudo, quando reivindicada como soma de direitos fundamentais do indivíduo, estes se tornam neutros quanto a seus beneficiários presentes e potenciais.
Vista como processo histórico gradual, a extensão da cidadania é (1) a transformação da estrutura social pré-moderna no quadro da economia capitalista e do estado nacional moderno e (2) o reconhecimento e a universalização de toda uma série de novos direitos que, em parte, são indispensáveis ao funcionamento da economia capitalista moderna e, em parte, são resultado concreto do conflito político dentro de cada país. Portanto, trata-se de um conceito ao mesmo tempo jurídico, sociológico e político: descreve a consagração formal de certos direitos, o processo político de sua obtenção e a criação das condições socioeconômicas que lhe dão efetividade.
Cidadania e democracia. A cidadania tem dois aspectos: (1) o institucional, porque envolve o reconhecimento explícito e a garantia de certos direitos fundamentais, embora sua institucionalização nunca seja constante e irredutível; (2) e o processual, porque as garantias civis e políticas, bem como o conteúdo substantivo, social e econômico, não podem ser vistos como entidades fixas e definitivas, mas apenas como um processo em constante reafirmação, com limiares abaixo dos quais não há democracia. Democrático, no sentido liberal, é o país que, além das garantias jurídicas e políticas fundamentais, institucionaliza amplamente a participação política.
Direitos e garantias individuais. A necessidade de certas prerrogativas que limitem o poder político em suas relações com a pessoa humana são, muito provavelmente, criação do cristianismo, que definiu o primeiro terreno interditado ao estado: o espiritual.
No campo do direito positivo, foi a revolução francesa que incorporou o sistema dos direitos humanos ao direito constitucional moderno. A teoria do direito constitucional dividiu, de início, os direitos humanos em naturais e civis, considerando que a liberdade natural, mais ampla, evolui para o conceito de liberdade civil, mais limitada, visto que seus limites coincidem com os da liberdade dos outros homens.
A primeira concretização da teoria jurídica dos direitos humanos foi o Bill of Rights, de 1689 -- a declaração de direitos inglesa. Só depois da independência dos Estados Unidos, porém, as declarações de direitos, inseridas nas constituições escritas, adquirem o perfil de relação de direitos oponíveis ao estado, e dos quais os indivíduos são titulares diretos. Dada sua importância, o direito constitucional clássico dividia as leis fundamentais em duas partes: uma estabelecia os poderes e seu funcionamento; outra, os direitos e garantias individuais.
No Brasil, é clássica a definição dada por Rui Barbosa às garantias, desdobramento dos direitos individuais: "Os direitos são aspectos, manifestações da personalidade humana em sua existência subjetiva, ou nas suas situações de relações com a sociedade, ou os indivíduos que a compõem. As garantias constitucionais stricto sensu são as solenidades tutelares de que a lei circunda alguns desses direitos contra os abusos do poder." É o caso do direito à liberdade pessoal, cuja garantia é o recurso do habeas corpus.
Direitos sociais. Na antiguidade, considerava-se que o trabalho manual não era compatível com a inteligência crítica e especulativa, ideal do estado. Daí o reconhecimento da escravidão, que restringia consideravelmente os ideais teóricos da democracia direta. A revolução social do cristianismo baseou-se principalmente na dignificação do trabalho manual. Por conseguinte, durante a Idade Média, o trabalho era considerado um dever social e mesmo religioso do indivíduo.
Com o declínio das corporações de ofício, que controlavam o trabalho medieval, e o surgimento das oficinas de trabalho, de características diferentes, entre as quais a relação salarial entre operário e patrão, estão dadas as condições propícias ao capitalismo mercantilista da época do Renascimento e da Reforma.
Mais tarde, a burguesia, que dominara a revolução francesa, viu-se diante dos problemas sociais decorrentes da revolução industrial. Assim, tornou-se indispensável a intervenção do estado entre as partes desiguais em confronto no campo do trabalho, para regular o mercado livre em que o trabalhador era cruelmente explorado.
Atualmente não se pode conceber a proteção jurídica dos direitos individuais sem o reconhecimento e a proteção dos direitos sociais do homem, que são oponíveis não ao estado, mas ao capital, e têm na ação do estado sua garantia.
Hoje existe um grande movimento pelo reconhecimento, definição e garantia internacionais dos direitos humanos. Em 10 de dezembro de 1948, a assembléia geral da Organização das Nações Unidas (ONU) adotou em Paris a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que só terá força obrigatória quando for uma convenção firmada por todos os países membros da ONU.
Os regimes de governo são justos na medida em que as liberdades são defendidas, mesmo em épocas de crise. Os princípios gerais de direito são sempre os mesmos: processo legal, ausência de crueldade, respeito à dignidade humana. As formas de execução desses princípios também não variam. Resumem-se em leis anteriores, em garantias eficazes de defesa e, como sempre, acima de tudo, em justiça independente e imparcial.
Suspensão das garantias constitucionais. No Brasil, a instabilidade do poder político e as lutas oligárquicas durante a primeira república fizeram do estado de sítio e da intervenção federal os centros de convergência dos debates jurídicos e das ações políticas. Também o Supremo Tribunal Federal defrontou-se freqüentemente com o problema. No entanto os fatos mais de uma vez atropelaram o direito ao longo da história do Brasil.
-----------------------------------------------
www.enciclopediaescolar.hpg.com.br
A sua enciclopédia na internet!
-----------------------------------------------
Frase do dia
"Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações, sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência. Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma."
(Tiago 1:2-4)
(Tiago 1:2-4)
sexta-feira, 14 de março de 2014
Assinar:
Postagens (Atom)