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quarta-feira, 18 de abril de 2018

PAI BOM DE VOLANTE



Marcelo Augusto de Carvalho

II Timóteo. 4. 6-8.

O que você diria a seus filhos se estivesse à beira da morte? Imagine a cena: você já está bem idoso, e há alguns meses muito doente. Você pressente que não viverá por muito tempo. Um dia, muito mal, você reúne seus filhos em volta de sua cama, e sentindo que esta pode ser a última vez que os verá, quais seriam as suas últimas palavras? O que diria a eles a fim de que ficassem confortados, animados, e estivessem preparados para tocarem suas vidas com sucesso?
A Bíblia apresenta muitas “últimas palavras”. De Moisés, de Estevão, de S. Paulo, e as de Jesus. Incrível é que em todas elas, a nota tônica é: “Quando estiverem passando por problemas, parem para relembrar o que Deus fez por vocês no passado, e assim receberão forças para continuarem avançando sempre”.
Até mesmo Ellen White seguiu este ponto. Suas últimas palavras à IASD foram: “Não devemos temer o futuro. Só o faremos se esquecermos como Deus nos conduziu no passado”.
Você está triste, desanimado, infeliz, inseguro? É hora de parar e meditar em como Deus conduziu os homens no passado. Como Ele conduz de forma maravilhosa as forças da natureza, e como Ele pode te guiar agora.

1-   ELE DIRIGE O MACROCOSMO.
v  Como já vimos, o Universo é incrivelmente grande e complexo.
v  Ele é formado por mais de 100 bilhões de galáxias.
v  Dentro de cada uma delas há milhões de sóis (estrelas) planetas, luas, meteoros, buracos negros, etc.
v  Cada galáxia é infinitamente imensa. A  Via-Láctea, onde moramos, por exemplo: é tão grande que 1 raio de luz, que viaja a 300 mil km/s leva 100 mil anos para viajar de um lado a outro desta única galáxia. Imagine agora se fosse cruzar o Universo todo!
v  Mais fascinante ainda é ver a quantidade de estrelas que há no Céu espacial. Calcula-se que sejam em torno de 10 octilhões de estrelas. Isto é o número 10 acompanhado de 27 zeros!
v  Certo cientista calculou que se o céu começasse a chover ervilhas verdes e os lagos, rios e oceanos se congelasse de sorte que as ervilhas se amontoassem, seriam necessários 250 mil planetas do tamanho da Terra, todos cobertos de ervilhas verdes com 1m e 20 cm de profundidade para se conter 1 octilhão de estrelas.
v  Incrível é que, não nos parece, mas todo o Universo está em movimento. Todas as estrelas, planetas, cometas, as galáxias, tudo está “viajando”, e além de serem velocidades alucinantes, cada astro tem a sua velocidade própria, devido a tamanho, peso, gravidade, localização espacial, etc. Por exemplo, a Via-Láctea viaja junto com outras 30 galáxias próximas.
v  Mais incrível ainda é que Deus colocou um caminho certo para cada astro.  Todos os astros tem a sua órbita, e a seguem perfeitamente.   Deus conduz as estrelas.
v  Não só isto: além de seguirem sua rota, elas jamais fazem um caminho exatamente igual. Por isto disse o profeta que Deus faz novas as suas promessas a cada manhã.
v  Mas, apesar de haverem tantos astros no Céu, cada um com sua órbita, eles nunca batem um no outro. A única explicação: são guiados por alguém a cada instante de sua existência.
v  A Terra e o Sol: A Terra se move através do espaço  girando como um pião, tendo pelo menos 33 movimentos diferentes. Assim girando, movimenta-se numa linha imaginária que a levará a fazer uma volta ao redor do Sol em um ano. Mas ela precisa desviar-se do Sol neste percurso pois possui 40 mil km de diâmetro, senão cairia dentro dele. Sendo que ela exerce atração pelos outros corpos à sua volta como os outros por ela, consegue o desvio exato para que seus ocupantes nada sofram de eventuais conseqüências devido a uma catastrófica aproximação ou distanciamento demasiado do Sol. Isto é: o desvio necessário é de 2,8 milímetros em cada 28 km, ou 1 cm a cada 100 km. Insignificante para astros tão imensos. Mas se a Terra desviasse 2,5 mm em vez de 2,8 mm, ficaríamos tão longe do Sol que morreríamos congelados. Se desviássemos 3,0 mm, ficaríamos tão perto do Sol que morreríamos assados!
v  Deus conduz as estrelas!

2-   ELE DIRIGE O MICROCOSMO.
A)   O Escaravelho.
v  Pequeno besouro que tem umas “pás” em seus 2 pés dianteiros, usados para cavar. Ele cava uma toca de mais de 30 cm de profundidade, perto de uma pilha de adubo animal, enrola o esterco em pequenos rolos, empurra-os para seus buracos e tocas. Quando a fêmea  está para pôr seus ovos, ela ajunta um rolo de esterco, empurra-o para uma toca e põe nela um ovo. Sai andando, cava outra toca, enrola outro rolo de esterco e põe outro ovo. Depois volta e certifica se o esterco está molhado para que quando o ovo chocar as larvas comam o esterco e cresçam até a idade adulta. Todo este processo leva 30 dias. Incrível porém é que no 28º.  dia o inseto sabe ser este o dia certo para que ele abra a bola de esterco e a atire dentro da água. Dessa bola saem animais que são os escaravelhos.  Quem os conduz à esta data? 
B)   As aves.
v  Para as aves migratórias, é imprescindível terem um aguçado sentido de direção, para que possam fazer suas longas viagens, cruzando os hemisférios, para que consigam sobreviver. Mas é incrível analisar como Deus as capacitou:
v  Segundo estudos recentes com aves migratórias bem jovens, muitas espécies de aves não nascem sabendo qual é  a direção sul. Eles aprendem a orientar-se observando o céu noturno durante as semanas e os meses que precedem o outono quando finalmente empreendem sua longa migração para o sul.
v  Já a maioria dos pássaros é dotada de uma incrível sensibilidade às pressões atmosféricas, a ponto de perceberem leves diferenças nas condições do ar que alteram o clima. A aproximação de mau tempo geralmente está associada com frentes climáticas e várias espécies de ventos que aparecem antes, durante e depois dessas frentes. Como os pássaros migram para o norte e para o sul utilizando-se dos ventos, é de primordial ajuda saberem quando os ventos são-lhes favoráveis.  Mais curioso ainda é que esse “barômetro” que possuem está localizado dentro dos ouvidos, e deve ser do tamanho de uma pequena semente de maçã. 
v  O caso mais espetacular, sem dúvida, é o pombo- correio. Eles observam o Sol, usam marcos divisórios sabendo que já estiveram antes em determinados locais, e também possuem no corpo um tipo de dispositivo sensível  ao magnetismo da Terra semelhante ao que a bússola faz. Assim, qualquer pombo correio pode viajar com mais exatidão do que os comandantes de navios e de aeronaves que usam centenas de equipamentos sofisticados.  Porém o pombo faz isto automaticamente. Ninguém precisa ensiná-lo a olhar ao relógio ou à bússola.
v  Deus conduz o vôo das aves!
C)   As sementes.
v  Todas as sementes, ao serem jogadas ao solo, seguem uma direção pré- determinada. Isto se chama geopocentrismo. Você pode colocar a semente de qualquer maneira sobre o solo. Mesmo que o seu princípio gerador esteja apontando para baixo, a pequeníssima raiz faz a volta na semente e cresce para cima, fura o solo, e busca a luz do sol. Ela simplesmente quebra a lei da gravidade!
v  Todas as plantas seguem uma direção também. O tronco, em geral cresce para o alto. Já as raízes crescem para os lados e para baixo, em busca de água e nutrientes. A planta de alfafa pode ter raízes de 9 m de comprimento, e há acácias que chegam a quase 40 m de extensão! Incrível que todas seguem um caminho determinado, fixo, jamais seguido por outras plantas.
D)   Os peixes.
v  Os salmões retornam ao seu próprio rio onde nasceram após passarem anos no mar. Isso é necessário porque os ovos do salmão não podem ser fertilizados em água salgada.
v  Como ele sabe exatamente o rio onde nasceu sendo que de lá saiu há tantos anos? Pelo olfato! Ao retornarem  do oceano, ele encontra correntes que trazem as moléculas do odor familiar e as segue até o lugar de seu nascimento. Estas moléculas são remanescentes de árvores e arbustos, raízes em dissolução, gravetos e folhas de plantas rasteiras, larvas e corpos de insetos mortos, bem como cristais de minerais dissolvidos, areia e pedregulhos. Tudo isto reunido significa “o caminho do lar” para o salmão. Além disso ele usa a posição do sol para encontrar a foz do rio que procura.
E)   O vento.
v  A maioria das pessoas, ao sentirem o vento, pensam que ele sopra aleatóriamente, viaja sem direção ou rumo. Que é fruto do acaso. Mas isto não é verdade. Os cientistas estão descobrindo as leis que regem os ventos.
v  Um exemplo claro disto é a neve. Os flocos de neve precisam de 15 minutos mais uma temperatura de 10 a 15 graus negativos para se formarem. Mas a sua forma e estrutura depende tremendamente do vento e, dependendo deste, o floco de neve poderá ter uma estrutura bem diversa da que teria. Sem dúvida alguma os ventos seguem leis física bem rígidas para que possam cumprir seu papel na natureza.
v  Quem guia o vento em suas eternas viagens?

3-   ELE DIRIGE A HISTÓRIA DO MUNDO.
A)   Colombo.
v  Durante 1260 anos os fiéis cristãos por todo o mundo sofreram terrível opressão papal. Eles queriam seguir o que as Escrituras lhes diziam. Mas a Igreja Cristã, corrompida, pregava enormes heresias, e perseguia e matava a todos que não a obedecessem. Por todo este tempo, milhares de fiéis morreram. Tudo parecia perdido para os que viviam por volta do ano 1400. A Igreja cobrava altas ofertas de pobres e de reis * Matava os leigos e até padres e doutores em teologia como Huss e Jerônimo * Cada vez mais mandava nos reis. Mas estava profetizado que um dia esta opressão acabaria. Deus prepararia um lugar, despovoado, novo, para onde estes fiéis fugiriam e ali formariam uma nação, livre, forte, baseada nos princípios da lei divina, e acima de tudo, garantiria liberdade a todos os seus habitantes. Da mesma forma como era impossível aos russos sonharem com a liberdade política e religiosa nos anos 80, com 70 anos de comunismo, mas isto aconteceu, Deus porveu um lugar de refúgio para seu povo.
v  Primeiro Ele criou a situação.
v  Todas as mercadorias da Europa eram trazidas das Índias, e da Ásia, onde eram trocadas por seus produtos. Mas em 1453, Constantinopla foi tomada pelos TURCOS, que começaram a cobrar impostos para todos os que iam da Europa para as índias.
v  Era,portanto, preciso achar um outro caminho para se chegar lá. Por terra não havia como. Teria de ser por mar.
v  Portugal já conseguira- Bartholomeu Dias e Vasco da Gama viajaram costeando a África, chegaram às Índias. Mas esta viagem era muito longa, e os marinheiros morriam de muitas doenças. Na verdade, a viagem saía mais cara do que pagar os impostos dos turcos.
v  Então surgiu o homem para o momento: CRISTÓVÃO COLOMBO. Ele propunha que era possível chegar ao oriente viajando pelo ocidente. Foi ao rei da Espanha, Carlos V, que comprou a idéia, e conseguiu patrocínio para a expedição. Mas havia muitos empecilhos:
v  A Bússola: equipamento indispensável para a orientação das rotas marinhas, era muito rudimentar e quase primitiva naqueles tempos. Realmente era lança-se à sorte orientando-se com um instrumento tão inseguro.
v  O Atlântico era desconhecido: com quase 83 milhões de km2, era muito pavoroso andar por ele. Tanto que seu  nome vem de Atlântida- suposto continente coberto por suas águas. Eles não sabiam onde começava e terminava este enorme oceano.
v  Eles pensavam que o mundo fosse quadrado: criam que se você fosse para o ocidente, chegaria na quina do planeta, e assim cairia no espaço sem fim.
v  Havia um medo imensurável de monstros submarinos: os marinheiros criam que na linha do equador havia um lugar muito quente, cheio de pântanos e desertos, com águas tão quentes que incendiariam os barcos.
v  Jamais alguém havia feito uma viagem semelhante, e com sucesso. Porém, Colombo decidiu ir.
v  Ao analisarmos as condições desta viagem, só poderemos chegar a uma única conclusão: Deus os dirigiu em tudo!
v  Os navios: Santa Maria, Pinta e Ninã- apesar de serem super modernos para a época, eram imensamente frágeis para tão arriscada viagem. Mesmo rápidos, eram fracos e muito desconfortáveis, de convés arqueado (em formato de V), de difícil locomoção interna. Os marinheiros dormiam muito mal. Deus os protegeu.
v  Saíram da Espanha rumo ao ocidente. O medo, a incerteza do que encontrariam e a vontade de encontrar logo terra à vista era tão grande que a quase toda hora diziam tê-la encontrado, para depois verificarem de não ter passado de aves ao longe ou algas boiando ao horizonte. Houve até um motim na 2º semana, mas foi controlado por Colombo. Mas Deus os guiou!
v  Sem imaginarem o que estava ocorrendo, eles entraram na Corrente das Canárias, um canal que leva qualquer embarcação rumo às ilhas do Caribe. Amyr Clink diz que se um tambor for jogado nesta corrente lá na Europa, em pouco tempo ele chega à América sem muitos problemas.
v  Esta corrente os ajudou a chegarem logo na América, isto é, em 32 dias. Imagine que naquele tempo, de Portugal à África do Sul a viagem era de 4 meses! Esta rapidez evitou motins maiores, a morte de marinheiros por fome, ou mesmo por tempestades. (Naquele tempo era muito comum  doenças como o escorbuto- produzida por falta de alimentos frescos).
v  Eles chegaram no melhor mês do ano para quem chega às Bahamas de navio. Já haviam acabado os furacões e as tempestades constantes no verão do Caribe.
v  Na volta, Colombo achou, sem querer, o curso de corrente que leva os bracos de volta à Europa. Este curso é usado até hoje. É bem certo que se tivesse tomado outro caminho, ele jamais teria contado sua descoberta na Espanha, pois há um círculo na corrente do Golfo onde está o Mar dos Sargaços- lugar de muitas algas, e constante calmaria. Ele teria morrido lá.
v  Isso foi em 1492. 12 de outubro. Imediatamente, milhares de europeus saíram de sua terra natal em direção ao novo continente a fim de colonizá-lo. A História Universal não contém este detalhe, mas nós sabemos que este descobrimento abriu as portas para que os Pais Peregrinos viessem para a América, fundassem os EUA, e ali implantassem um país onde haveria a tão almejada liberdade de culto e adoração. E o mesmo ocorreu com os demais países, inclusive com o Brasil.
v  Deus guiou os acontecimentos, Colombo e seus homens, para que Ele pudesse cumprir Sua Palavra, e dar a seu povo um lugar de repouso e paz.   
B)   Napoleão.
v  O grande sonho de Napoleão Bonaparte era conquistar toda a Europa. fazendo ali o seu grande império mundial.
v  Para isto dirigiu grandes batalhas, destruiu com veloz intrepidez os mais treinados exércitos de então e chegou bem perto de seu objetivo.
v  Mas o plano de Deus para o mundo era que, depois de Roma, jamais um exército ou reino dominaria por completo a Terra. Dan. 2.44. Naqueles dias ninguém tinha dúvida que Napoleão conseguiria o que desejava. Seu general, Berthier, até prendeu e exilou o papa da época, coisa jamais imaginada em séculos passados, devido a grande força política da Igreja Católica em todos os tempos.
v  O último país a ser conquistado era a Rússia. Nesta caminhada, ao leste europeu, um dia um de seus soldados, pulou do cavalo, correu à frente de Napoleão e disse: “Olhe capitão, olhe as cegonhas, olhe as cegonhas!”. Napoleão olhou para o céu, vendo um maravilhoso espetáculo: o céu à sua cabeça estava forrado de cegonhas. Depois de admirar aquela cena, o bravo comandante começou a pensar no que aquele humilde jovem poderia estar querendo lhe dizer. Seria o rapaz um louco, pessoa muito simples, queria chamar a sua atenção, ou estava profetizando alguma coisa. Rapidamente Napoleão esqueceu-se do fato. Mas foram aquelas palavras de aviso não atendido que selaram sua sorte. Chegam à Rússia, os russos, sabendo que jamais poderiam combater com os franceses, saíam de suas cidades e fugiam para os lugares mais frios da nação. Mas nesta fuga, queimavam tudo o que deixavam: as casas, as lavouras, as árvores, tudo. Assim, cansado da viagem e já sem alimentos, o exército de Napoleão foi morrendo, de frio e fome, naquele rigoroso inverno russo. Desta foram, os países vizinhos se uniram, e finalmente venceram Napoleão na sangrenta batalha de Waterloo.  Deus usou o inverno para cumprir seus propósitos na História do mundo.
C)   Hitler.
v  Conquistou toda a Europa de forma arrasadora. Só falta a Inglaterra se render. Para lá dirigiu seus armamentos, e bombardeou tanto a ilha britânica, que em secreto, os ingleses decidiram se render. Haviam sido atacados 4 vezes, e a próxima poderia ser fatal para o país. Não havia como resisti-lo. Porém, em cada investida, Hitler sempre procurava o conselho de um feiticeiro, a quem obedecia em tudo. De maneira misteriosa, no momento desta 5º investida, surpreendentemente o feiticeiro de Hitler lhe disse: “Esqueça a Inglaterra, dirija seus olhos para a Rússia. Tente tomar Moscou”. Hitler obedeceu. Como os alemães não voltaram a bombardear Londres, os ingleses se animaram novamente, reconstruíram seus exércitos, e assim os aliados acabaram de vez com o grande sonho de Hitler: construir o III Reino Alemão. Deus usou um feiticeiro para cumprir Seus planos na história mundial.
* Diz-nos EGW: “Seres celestiais tem tomado parte ativa nos negócios dos homens. Embora os governadores deste mundo não o saibam, em seus conselhos têm os anjos muitas vezes sido oradores. Olhos humanos os tem visto. Ouvidos humanos tem ouvido seus apelos. Nos conselhos e cortes de justiça, mensageiros celestiais tem pleiteado a causa dos perseguidos e oprimidos. Tem eles combatido propósitos e detido males que teriam acarretado ruína e sofrimento aos filhos de Deus...”. Educ. 305.

4-   ELE DIRIGIU NOSSA HISTÓRIA PESSOAL E CONTINUA NOS DIRIGINDO HOJE.
A)   José.
- Aos 10 ou 11 anos teve os sonhos- reinarás sobre seus irmãos. Mas isto não aconteceu logo. Aos 17 anos vendidos. Ele poderia ter duvidado, mas ousou confiar na direção divina. Aos 23 ou 24 preso. Continuou confiando. Aos 28 revelou o sonho do copeiro e do padeiro. Aos 30 anos revelou o sonho do rei, e tornou-se o governador do Egito. Casou-se, e teve sues 2 filhos. Aos 37 anos vê os irmãos novamente, e ali se cumpre a palavra de Deus. Uns 30 anos depois. Aos 39 ele se revela a eles. Qual foi a conclusão final de José: “Deus dirigiu a mim e a vocês para que tudo chega-se até onde Ele desejava. A venda que fizeram, e o meu sofrimento foram dirigidos por Ele para que fossemos salvos ”.
B)   Davi.
- Ungido aos 15 anos de idade. Voltou a ser pastor de ovelhas. Aos 17 matou Golias. Algum tempo depois passou a morar no palácio de Saul, a fim de sossegá-lo. Como era muito valente, foi convidado a fazer parte do exército real. A partir daí, Davi foi perseguido por Saul de forma voraz. Foram mais de 10 anos vivendo em cavernas, e andando como bandido. Davi deve ter pensado: “Será que Deus se esqueceu de mim? Por que ele está permitindo isto?” Mas Deus estava conduzindo sua vida. Como ele não era herdeiro natural do trono, o povo podia desconfiar de sua convocação divina. Por isto, Deus deu ao povo todos estes anos, para que pudessem analisar o caráter de Davi, e no momento certo, aceitá-lo e apoiá-lo como rei. Isto aconteceu quando Davi tinha 33 anos.

APELO: O que devemos fazer então? Salmo 37. 3-5.

v  Nos dias da república o embaixador Kague, certa noite, com grande ansiedade e cheio de temor, não conseguia conciliar o sono, turbado e apreensivo com a condição em que se achava o seu país. Um servo sábio e idoso repousava no mesmo aposento. “Senhor” disse o velho embaixador “permite-me fazer-lhe uma pergunta?” “Perfeitamente”. “Porventura Deus governou bem o mundo antes de sua existência?” “Sem dúvida alguma” respondeu o embaixador. “Governará Ele bem o mundo  depois de sua ausência?” continuou o ancião. “Por certo” respondeu novamente o embaixador. “Então não pode o senhor confiar a Ele a direção do mundo enquanto aqui se achar?”. O embaixador, cansado, virou-se e dormiu tranqüilamente. 

Fonte: 500 ilustrações, 67.

Pr. MARCELO AUGUSTO de CARVALHO SP 11/11/1999

terça-feira, 17 de abril de 2018

Frase sem contexto do dia

Mergulhos, trilhas ecológicas e escaladas são algumas das atividades propostas.

JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ



John Wesley


"Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça". (Romanos 4:5)

1. Como um pecador pode ser justificado diante de Deus, o Senhor e Juiz de todos, não é uma questão de importância comum a todo filho do homem. Ela contém o alicerce de toda nossa esperança, visto que, enquanto estamos em inimizade com Deus, não pode haver paz verdadeira, nem alegria sólida, quer no tempo ou na eternidade. Que paz pode existir lá, enquanto nosso próprio coração nos condena; e muito mais, Ele que é "maior do que nosso coração, e sabe todas as coisas?".  Que alegria sólida, seja neste mundo ou no vindouro, enquanto "a ira de Deus habita sobre nós?".

2. E, ainda assim, quão pouco esta importante questão tem sido entendida! Que noções confusas muitos têm com respeito a ela! Na verdade, não apenas confusas, mas freqüentemente extremamente falsas; contrárias à verdade, como a luz da escuridão; noções absolutamente inconsistentes com os oráculos de Deus, e com toda a analogia da fé. E desta forma, errando, concernente ao próprio alicerce, eles não podem possivelmente construir nelas; pelo menos, não "ouro, prata, ou pedras preciosas", que resistiriam, quando testados, através do fogo; mas apenas "feno e restolho", que nem são aceitáveis para Deus, nem de proveito para o homem.

3. Com o objetivo à justiça, tanto quanto me cabe, à vasta importância do assunto, salvar, aqueles que buscam a verdade na sinceridade, das "vãs disputas e rivalidades de palavras"; clarear a confusão de pensamento, por meio das quais, muitos têm sido conduzidos, e dar a eles as concepções verdadeiras e justas deste grande mistério da santidade, eu me esforçarei para mostrar:

I.                   Qual o alicerce geral de toda a doutrina da Justificação.
II.                O que é a justificação.
III.             Quem são aqueles que são justificados.
IV.             Em que condições eles são justificados.

I

            Em Primeiro Lugar, eu vou mostrar qual o alicerce geral de toda esta doutrina da justificação.

            1. Na imagem de Deus o homem foi feito, santo como ele que o criou é santo; misericordioso, como o Autor de tudo é misericordioso; perfeito, como seu Pai no céu é perfeito. Como Deus é amor, então o homem, habitando no amor, habita em Deus, e Deus no homem. Deus o fez para ser uma "imagem de sua própria eternidade"; um retrato incorruptível do Deus da glória. Ele era, portanto, puro, como Deus é puro, de toda mancha de pecado. Ele não conhecia o mal, de nenhum tipo ou grau, mas era interior e exteriormente desprovido de pecado e imaculado. Ele "amou o Senhor seu Deus com todo seu coração, e com toda sua mente, e alma e força".

            2. Ao homem correto e perfeito, Deus deu a lei perfeita, para a qual ele requereu completa e perfeita obediência. Ele requereu completa obediência em todos os pontos, e isto para ser executado, sem qualquer interrupção, do momento em que o homem se tornou uma alma vivente, até o momento que seu julgamento terminasse. Nenhuma redução fora feita para quem não atingiu o objetivo, e proveu totalmente para toda boa palavra e obra. 

            3. Para a completa lei do amor que estava escrita em seu coração (contra a qual, talvez, ele não poderia pecar diretamente), pareceu bom à soberana sabedoria de Deus, adicionar uma lei concreta: "Tu não deverás comer do fruto da árvore que cresce no meio do jardim"; anexando esta penalidade nela: "No dia em que comeres dela, tu certamente morrerás".

            4. Tal, então, era o estado do homem no Paraíso. Através do amor gratuito, e imerecido de Deus, ele era santo e feliz: Ele conhecia, amava, e desfrutava de Deus, que é, em essência, vida eterna. E nesta vida de amor, ele continuaria para sempre, se ele continuasse a obedecer a Deus em todas as coisas; mas, se ele O desobedecesse, de algum modo, ele perderia todo o direito. "Neste dia", diz Deus, "tu certamente morrerás".

            5. O homem desobedeceu a Deus. Ele "comeu da árvore, da qual Deus ordenou, dizendo: não deverás comer dela". E neste dia, ele foi condenado pelo julgamento reto de Deus. Então, também a sentença a respeito do que ele foi advertido antes, começou a tomar lugar sobre ele. Do momento em que ele testou daquele fruto, ele morreu. Sua alma morreu; foi separada de Deus; separada de Deus, a alma não teria mais vida do que o corpo tem, quando separado da alma. Seu corpo, igualmente tornou-se corruptível e mortal; de modo que a morte, então, tomou lugar nisto também. E já sendo morto no espírito, morto para Deus, morto no pecado, ele apressou-se para a morte eterna; para a destruição tanto de seu corpo, quanto de sua alma, no fogo que nunca deverá se extinguir.

            6. Assim, "através de um homem o pecado entrou no mundo, e a morte, através do pecado. E então, a morte passou para todos os homens"; estando contida nele que foi o pai comum e representante de todos nós. Assim, "através da ofensa de um", todos estão mortos; mortos para Deus; mortos no pecado; habitando no corpo corruptível e mortal, brevemente a ser dissolvido, e sob a sentença da morte eterna. Assim como, "através da desobediência de um homem", todos "foram feitos pecadores", então, pela ofensa de um, "o julgamento veio sobre todos os homens para a condenação".  (Romanos 5:12 &c).

7. Neste estado estivemos, mesmo toda a humanidade, quando "Deus assim salvou o mundo; no que deu seu Unigênito Filho, para que não perecêssemos, mas tivéssemos a vida eterna". Na plenitude do tempo, Ele foi feito Homem; um outro Líder comum da humanidade; um segundo Pai geral e Representativo de toda a raça humana. E como tal, foi que Ele "carregou nossas aflições". "O Senhor colocando sobre Ele as iniqüidades de nós todos". Então, ele foi "ferido por nossas transgressões, e machucado por nossas iniqüidades"."Ele fez de Sua alma uma oferta pelo pecado": Ele derramou seu sangue pelos transgressores: Ele "carregou nossos pecados em seu próprio corpo no madeiro", para que, através de suas chicotadas, pudéssemos ser curados: E, através desta oblação de si mesmo, uma vez oferecida, ele redimiu a mim e toda a humanidade; tendo, por meio disto, "feito um sacrifício e penitência completos, perfeitos e suficientes pelos pecados de todo o mundo".

8. Em consideração disto, de que o Filho de Deus "experimentou a morte por todo homem", Deus agora "reconciliou o mundo para si mesmo", não imputando a eles suas "transgressões" anteriores. E, assim, "como pela ofensa de um, o julgamento veio sobre todos, para condenar; do mesmo modo, através da retidão de um, o dom livre veio sobre os homens para a justificação". De maneira que, por causa de seu bem-amado Filho; do que fez e sofreu por nós, Deus agora concedeu, sob uma condição apenas (que Ele mesmo nos capacita também a executar), tanto o desistir da punição devida por nossos pecados; nos restabelecer em seu favor, e restaurar nossas almas mortas para a vida espiritual, quanto a garantia da vida eterna.

9. Isto, portanto, é o alicerce de toda a doutrina da justificação. Através do pecado do primeiro Adão, que não foi apenas o pai, mas igualmente o representante de todos nós; não alcançamos o favor de Deus; tornamo-nos filhos da ira; ou, como o Apóstolo expressa isto, "o julgamento veio sobre todos os homens para a condenação". Da mesma forma, através do sacrifício pelo pecado, feito pelo Segundo Adão, como o Representante de todos nós, Deus é, deste modo, reconciliado para o mundo; fazendo com ele uma nova aliança; a condição clara disto, sendo uma vez cumprida, "não existe mais condenação" para nós, mas "somos justificados livremente pela Sua graça, através da redenção que está em Jesus Cristo".  

II

1. Mas o que é ser "justificado?". O que é a "justificação?". Esta é a Segunda coisa que eu proponho mostrar. E é evidente do que já foi observado, que não é o verdadeiramente justo e reto. Esta é a "santificação"; que é, de fato, em algum grau, o fruto imediato da justificação; mas, não obstante, é um dom distinto de Deus, e de uma natureza totalmente diferente. Uma implica o que Deus faz por nós, através de seu Filho; a outra, o que ele opera em nós, através de seu Espírito. De maneira que, apesar de que algumas raras instâncias possam ser encontradas, em que o termo "justificado", ou "justificação" é usado em um sentido tão amplo, de maneira a incluir a "santificação" também; ainda assim, em uso geral, eles são suficientemente distinguidos um do outro, ambos através de Paulo e de outros escritores inspirados.

2. Nem este conceito forçado, de que a justificação é nos limpar da acusação, particularmente aquela de satanás, é facilmente demonstrável de algum texto claro dos santos escritos. Em todo o relato bíblico sobre este assunto, como colocado acima, nem aquele acusador, nem sua acusação parecer ser tomada, afinal. Na verdade, não se pode negar que ele seja o "acusador" dos homens, enfaticamente assim chamado. Mas, de modo algum, parece que o grande Apóstolo faz alguma referência a isto, mais ou menos, em tudo que ele escreveu no tocante à justificação, quer para os Romanos ou os Gálatas.

3. É também muito mais fácil tomar por certo, do que provar de algum testemunho bíblico claro, que a justificação é nos limpar da acusação trazida contra nós pela lei: De qualquer forma, se esta maneira de falar, forçada e artificial, significar nem mais, nem menos do que isto, que nós transgredimos a lei de Deus, e por meio disto merecemos a condenação do inferno, Deus não impõe naqueles que são justificados a punição que eles mereceriam.

4. Menos do que tudo, a justificação implica que Deus seja enganado com respeito àqueles aos quais Ele justifica; que Ele pense que eles sejam, o que de fato eles não são; que Ele os considera de uma maneira diferente do que são. De modo algum isto implica que Deus julga concernente a nós, contrário à natureza real das coisas; que Ele nos considera mais do que realmente somos, ou nos acredita mais retos, quando somos pecaminosos. Certamente que não. O julgamento do todo sábio Deus é sempre de acordo com a verdade. Nem pode isto consistir sempre com sua sabedoria infalível, pensar que eu sou inocente; julgar que eu sou reto ou santo, porque outro é assim. Ele não pode mais, deste modo, confundir-me com Cristo, do que com Davi ou Abraão. Que algum homem a quem Deus deu entendimento, pese isto, sem preconceito; e que ele não possa deixar de perceber que tal noção de justificação nem é reconciliável com a razão, nem com as Escrituras.

5. A noção bíblica clara da justificação é a absolvição, o perdão dos pecados. Por meio deste ato de Deus, o Pai; por causa do sacrifício expiatório feito, através do sangue de seu Filho, é que ele "demonstrou sua retidão (ou misericórdia) pela remissão dos pecados que são passados". Este é relato fácil, natural dela, dado por Paulo, através de toda esta Epístola. Assim, ele mesmo a explica, mais especificamente neste e no capítulo seguinte. Desta forma, nos versos seguintes, mas em um lugar, para o texto: "Abençoado são aqueles", diz ele, "cujas iniqüidades são perdoadas, e cujos pecados são ocultos: Abençoado é o homem a quem o Senhor não imputará pecado". A ele que é justificado ou perdoado, Deus "não imputará pecado" à sua condenação. Ele não o condenará naquele relato, quer neste mundo ou no vindouro. Seus pecados, todos os seus pecados passados, em pensamento, palavra e feito, estão ocultos, estão apagados, e não deverão ser lembrados ou mencionados contra ele, não mais do que se eles não tivessem existido. Deus não infligirá naquele pecador o que ele mereceu sofrer, porque o Filho do seu amor sofreu por ele. E do momento em que somos "aceitos, através do Amado", "reconciliados para Deus, através de seu sangue", ele ama, e abençoa, e zela por nós para o bem, como se nós nunca tivéssemos pecado.

De fato, o Apóstolo, em um lugar parece estender o significado da palavra, muito mais além, onde ele diz: "não os ouvintes da lei, mas os fazedores da lei, deverão ser justificados". Aqui ele parece se referir à nossa justificação, para a sentença do grande dia. E assim, o próprio nosso Senhor, inquestionavelmente faz, quando ele diz: "Através de tuas palavras, tu deverás ser justificado"; provando por meio disto, que "para cada palavra inútil que os homens possam falar, eles deverão dar um relato naquele dia do julgamento". Mas, talvez, possamos dificilmente produzir uma outra instância do uso, por Paulo, da palavra naquele sentido remoto. No teor geral dos seus escritos, é evidente que não; e menos do que tudo, no texto diante de nós, que inegavelmente fala, não daqueles que já "terminaram seu curso", mas daqueles que estão exatamente agora "partindo", apenas começando "a corrida que se coloca diante deles".

III

1. Mas esta é a terceira coisa a ser considerada, ou seja: Quem são aqueles que são justificados? E o Apóstolo nos diz expressamente, os ímpios: "Ele (ou seja, Deus) justifica o ímpio"; o ímpio de todo o tipo e grau; e ninguém mais, a não ser o ímpio. Como "aqueles que são retos não necessitam de arrependimento", então, eles não necessitam de perdão. Apenas os pecadores têm alguma oportunidade para o perdão: O pecado apenas é que admita ser perdoado. Perdão, portanto, tem uma referência imediata com o pecado, e, neste aspecto, com nada mais. É para com nossa "iniqüidade", que o Deus perdoador é "misericordioso": É da nossa "iniqüidade", que Ele "não se lembra mais".

2. Isto parece não ser, afinal, considerado por aqueles que tão veementemente afirmam que um homem deva ser santificado, ou seja, santo, antes que ele possa ser justificado; especialmente, através de tais que afirmam que a santidade ou obediência universal deva preceder a justificação. (A menos que eles queiram dizer aquela justificação, do ultimo dia, que está totalmente fora da presente questão). Muito longe disto, que a própria suposição não é apenas completamente impossível (porque onde não existe amor a Deus, não existe santidade; e não existe amor a Deus, a não ser da consciência de seu amor por nós), mas também grosseiramente, e intrinsecamente absurda, e contraditória em si mesma. Porque não é um santo, mas um pecador que é perdoado, e sob a noção de um pecador. Deus não justifica o devoto; não aqueles que já são santos, mas o ímpio. Em que condição ele faz isto, será considerado rapidamente: mas o que quer que seja, ela não pode ser santidade. Afirmar isto é dizer que o Cordeiro de Deus tira apenas aqueles pecados que já foram tirados antes.

3. Então, o bom Pastor busca e salva apenas aqueles que já foram encontrados? Não: Ele busca e salva aqueles que estão perdidos. Ele perdoa aqueles que necessitam de sua misericórdia redentora. Ele salva da culpa do pecado (e, ao mesmo tempo, do poder); pecadores de todos os tipos, de todos os graus: homens que, até então, eram totalmente pecaminosos; nos quais o amor do Pai não estava: e, conseqüentemente, nos quais não habitava coisa boa; nada bom ou verdadeiramente de temperamento cristão, -- mas todos os tais que eram maus e abomináveis: o orgulho, ira, amor ao mundo – os frutos genuínos daquela "mente carnal" que é "inimiga contra Deus".

4. Esses que estão doentes, cujo peso dos pecados é intolerável, são aqueles que necessitam de Médico; esses que são culpados, e que gemem, sob a ira de Deus, são os que precisam de perdão. Esses que "já" estão "condenados", não apenas por Deus, mas também, através de suas próprias consciências, como por meio de milhares de testemunhas, de todas as suas iniqüidades, tanto em pensamento, palavra e obra, clamam por Aquele que "justifica o ímpio", através da redenção que está em Jesus; -- o incrédulo, e "aquele que não pratica as boas obras"; que não pratica coisa alguma que seja boa, que seja verdadeiramente virtuosa ou santa, mas apenas o que é mal continuamente, antes de ser justificado. Porque seu coração é necessariamente, essencialmente mal, até que o amor a Deus seja espalhado nele. E enquanto a árvore é corrupta, assim serão os frutos. "porque uma árvore má não produz frutos bons".

5. Se for objetado: "Mas um homem antes que seja justificado, pode alimentar o faminto, ou vestir o nu; e essas são boas obras"; a resposta é fácil: Ele pode realizar essas, até mesmo antes que seja justificado; e essas são, de certa forma, "boas obras"; elas são, estritamente falando, boas em si mesmas, ou boas aos olhos de Deus. Todas verdadeiramente "boas obras" (para usar as palavras de nossa igreja) "sucedendo a justificação"; e elas são, portanto, boas e "aceitáveis a Deus em Cristo", porque elas "brotam de uma fé viva verdadeira". Por uma paridade de motivo, todas as "obras feitas antes da justificação não são boas"; no sentido cristão; "visto que elas não brotam da fé em Jesus Cristo"; (embora elas possam brotar do mesmo tipo de fé em Deus); "sim, antes, porque aquelas que não são feitas como Deus tem desejado e ordenado que sejam feitas, não duvidamos" (por mais estranho que possa parecer a alguns) "que elas tenham a natureza do pecado".

6. Talvez, aqueles que duvidam disto não tenham considerado devidamente o peso do motivo que é aqui afirmado; porque nenhuma obra feita antes da justificação poderá ser verdadeira e propriamente boa. O argumento transcorre plenamente assim: --

·         Nenhuma obra que não seja feita, como Deus deseja e ordena que seja feita, é boa.
·         Mas nenhuma obra feita antes da justificação é feita, como Deus deseja e ordena a eles que seja feita.
·         Portanto, nenhuma obra feita antes da justificação é boa.

            A primeira proposição é auto-evidente; e a segunda, que nenhuma obra feita antes da justificação é feita como Deus deseja e comanda que seja feita, parecerá igualmente clara e inegável, se considerarmos apenas que Deus quer e ordena que "todas as nossas obras" possam "ser feitas na caridade"; (em ágape) no amor, naquele amor a Deus que produz amor a toda a humanidade. Mas nenhuma de nossas obras pode ser feita neste amor, enquanto o amor do Pai (de Deus como nosso Pai) não está em nós; e este amor não pode estar em nós, até que recebamos o "Espírito de Adoção, clamando em nossos corações, Aba, Pai". Se, portanto, Deus não 'justifica o ímpio', e ele que (neste sentido) "não faz boas obras",  então, cristo morreu em vão; então, não obstante sua morte, nenhuma carne viva poderá ser justificada.

IV

1. Mas em que termos, então, é justificado aquele que é completamente "pecaminoso", e até aquele momento, "não praticou as boas obras?". Em um único apenas: que é a fé: "Crer naquele que justifica o ímpio". E "ele que crê, não é condenado"; mas, "passa da morte para a vida". "Porque a retidão (ou misericórdia) de Deus é pela fé em Jesus Cristo, junto a todos e sobre todos aqueles que crêem: -- A quem Deus enviou para a expiação, através da fé em seu sangue; para que ele pudesse ser justo, e" (consistentemente com Sua justiça) "Justificador daquele que crê em Jesus": "Portanto, concluímos que um homem é justificado pela fé, sem as ações da lei"; sem a obediência prévia à lei moral, que, na verdade, ele não teria, até agora, como executar. Que a lei moral, e esta somente, que aqui está pretendida, aparece evidentemente das palavras que se seguem: "Nós tornamos a lei nula, através da fé? Deus proíbe: Sim. Nós estabelecemos a lei. Que lei estabelecemos pela fé? Não a lei ritual: Não a lei ceremonial de Moisés. De modo algum; mas a grande, e imutável lei do amor; do amor santo a Deus e ao nosso próximo".

2. A fé, em geral é a "elegchos", "evidência" ou "convicção" divina, sobrenatural, "das coisas que não são vistas"; não são reveladas, através de nossos sentidos corpóreos, como sendo tanto passado, futuro ou espiritual. A fé justificadora implica, não apenas a evidência ou convicção divina de que "Deus esteve em Cristo, reconciliando o mundo junto a Si mesmo"; mas a confiança e segurança certa de que Cristo morreu por "meus" pecados; de que Ele "me" amou, e deu a Si mesmo por "mim". E naquele momento, por mais que um pecador que assim crê, esteja na tenra infância, na força dos anos, ou quando ele está idoso e de cabelos grisalhos, Deus justifica aquele ímpio. Deus, por amor de seu Filho, perdoa e absolve aquele que tinha em si mesmo, até então, nenhuma coisa boa. Arrependimento, na verdade, Deus deu a ele antes; mas este arrependimento foi, nem mais nem menos, uma profunda consciência da falta de todo o bem, e da presença de todo o mal em si mesmo. E qualquer bem que ele tenha, ou faça, do momento em que ele crê em Deus, através de Cristo, a fé não é "descoberta", mas "produzida". Este é o fruto da fé. Primeiro, a árvore é boa, e, então, o fruto é também bom.

3. Eu não posso descrever a natureza desta fé, melhor do que nas palavras de nossa própria igreja: "O único instrumento da salvação" (do qual a justificação é um ramo) "é a fé; ou seja, a confiança e convicção verdadeiras de que Deus, tanto perdoou nossos pecados, quanto nos aceitou novamente em Seu favor, pelos méritos da morte e paixão de Cristo". -- Mas aqui nós devemos prestar atenção, que nós não hesitamos com Deus, através de uma fé inconstante e indecisa: Porque Pedro fraquejou na fé, quando veio até Jesus, por sobre as águas, ele correu o risco de afogar-se; assim nós, se ficarmos indecisos ou em dúvida, é de se temer que possamos afundar como Pedro o fez; não na água, mas no abismo sem fim do fogo do inferno". (Sermão sobre a Paixão)

"Portanto, tem uma fé segura e constante, não apenas aquela da morte de Cristo que é acessível a todo o mundo, mas a de que Ele fez um completo e suficiente sacrifício por 'ti'; uma perfeita limpeza de 'teus' pecados. De modo que tu possas dizer com o Apóstolo, que Ele amou a 'ti', e deu a si mesmo por 'ti'. Porque isto é fazer Cristo 'teu', e aplicar Seus méritos em 'ti mesmo'".  (sermão sobre o Sacramento, Primeira Parte)

4. Por afirmar que esta fé é o termo ou "condição da justificação", eu quero dizer, Primeiro, que não existe justificação sem ela."Ele que não crê já está condenado"; e por quanto tempo ele não crê, aquela condenação não pode ser removida, mas "a ira de Deus habita nele". Como "não existe outro nome debaixo do céu", do que o de Jesus de Nazaré; nenhum outro mérito, por meio do qual, um pecador condenado possa sempre ser salvo da culpa do pecado; então não existe outro caminho de obter a porção em seus méritos, do que "pela fé em seu nome". De maneira que, por quanto tempo estamos sem esta fé, somos "estranhos para a aliança da promessa"; somos "forasteiros da comunidade de Israel, e sem Deus no mundo". Quaisquer que sejam as virtudes (assim chamadas) que um homem possa ter, -- eu falo daqueles junto aos quais o Evangelho é pregado: porque "o que devo fazer para julgar aqueles que estão sem?" – quaisquer boas obras (então computadas), que ele possa fazer, serão de nenhum proveito; ele ainda é um "filho da ira", ainda está sob a maldição, até que creia em Jesus.

5. Fé, portanto, é a condição "necessária" da justificação; sim, e a "única" condição "necessária". Este é o Segundo ponto, cuidadosamente a ser observado; o de que, no mesmo momento, Deus dá à fé (uma vez que "ela é um dom de Deus"), ao "ímpio" que "não pratica as obras"; a "fé é conferida a ele como retidão". Ele não tem retidão, afinal, antecedente a isto, não tanto quanto retidão nula, ou inocência. Mas a "fé é imputada a ele, como retidão"; no mesmo momento em que ele crê. Não que Deus (como foi observado antes) pense que ele será o que ele não é. Mas como "ele fez Cristo ser pecado por nós", ou seja, tratado como um pecador; punido por nossos pecados; então, Ele reputou a nós retidão, do momento em que cremos nele: Ou seja, Ele não nos pune por nossos pecados; sim, nos trata como se fôssemos inocentes e retos.

6. Certamente, a dificuldade de reconhecer esta proposição, de que a "fé é a única condição da justificação", deve se erguer do não entendimento dela. Nós queremos dizer com isto, que ninguém é justificado; a única coisa que é imediatamente, indispensavelmente, e absolutamente requerida com o objetivo do perdão. Como, por um lado, embora um homem possa ter todas as coisas mais, sem a fé, ainda assim, ele não pode ser justificado; de maneira que, por outro, embora se suponha que ele necessite de tudo, ainda assim, ele tem fé, e ele não deixa de ser justificado. Suponha um pecador, de algum tipo ou grau, consciente de sua total iniqüidade, de sua completa inabilidade de pensar, falar, ou fazer algum bem, e na iminência do fogo do inferno; suponha que este pecador, desamparado, e desesperançado, atire-se totalmente na misericórdia de Deus em Cristo (o que, de fato, ele não pode fazer, a não ser pela graça de Deus); quem pode duvidar de que ele é perdoado naquele momento? Quem afirmará que algo mais é "indispensavelmente requerido", antes que aquele pecador possa ser justificado?

            Agora, se sempre existiram tais instâncias, desde o começo do mundo (e não tem sido milhares e milhares de vezes?), segue-se plenamente que a fé é, no sentido acima, a única condição da justificação.

7. Não se tornam vermes, medíocres, culpados, pecadores, os que recebem quaisquer bênçãos que eles desfrutam (da menor gota de água que refresca nossa língua, à imensidão de riquezas da glória na eternidade), da graça, do mero favor, e não do débito, perguntar a Deus as razões de sua conduta? Não é adequado para nós questionarmos "Aquele que não dá relato algum de seus caminhos"; exigir "por que Tu fazes da fé a condição; a única condição da justificação? Por que tu decretas que 'Aquele que crê', e ele apenas, 'deverá ser salvo?'". Este é o mesmo ponto no qual Paulo tão fortemente insiste, no novo Capítulo desta Epístola, a saber – Que os termos do perdão e aceitação devem depender, não de nós, mas "Dele que nos chamou"; que não existe "falta de retidão em Deus", em fixar Seus próprios termos, não de acordo com os nossos, mas de acordo com seu bom prazer; Aquele que pode merecidamente dizer: "Eu terei misericórdia para com aqueles com quem tenho misericórdia"; ou seja, aquele que crê em Jesus."De maneira, que não cabe a ele que deseja, ou que vai ao encalço, escolher a condição na qual ele encontrará aceitação; mas a Deus que mostra misericórdia"; que aceita nada, afinal, a não ser do seu próprio dom do amor gratuito; de sua bondade que o homem não merece."Portanto, ele terá misericórdia em quem ele terá misericórdia", ou seja: daqueles que acreditarem no Filho do seu amor; mas quanto aos que não crerem, "Ele endurecerá", deixados, por fim, para a dureza dos seus corações.

8. Um motivo, portanto, podemos humildemente conceber, de Deus fixar esta condição para a justificação -- "Se tu creres no Senhor Jesus Cristo, tu serás salvo" -- foi com o objetivo de "impedir o orgulho do homem". O orgulho já destruiu os próprios anjos de Deus, lançou abaixo "a terça parte das estrelas do céu". Foi igualmente, em grande medida, devido a isto, quando o tentador disse: "Vocês devem ser deuses", que Adão caiu de sua própria firmeza, e trouxe o pecado e a morte para o mundo. Foi, portanto, um exemplo da sabedoria notável de Deus, apontar tal condição de reconciliação para Ele e todas as suas posteridades, quando efetivamente os humilharia, e os rebaixaria ao pó. E tal é a fé. Ela é peculiarmente adequada para esta finalidade: Uma vez que ele veio a Deus, através desta fé, deve fixar seus olhos, sozinho em sua própria iniqüidade, em sua culpa e impotência, sem ter o mínimo cuidado com algum bem suposto em si mesmo; para qualquer virtude ou retidão que seja. Ele deve vir como um "mero pecador", interior e exteriormente autodestruído, e autocondenado, trazendo nada para Deus, a não ser incredulidade apenas, não advogando coisa alguma de si mesmo, a não ser o pecado e miséria. Assim é, e somente assim, quando sua "boca é fechada", e ele se coloca completamente "culpado diante" de Deus, que ele poderá "olhar junto a Jesus", como toda e única "expiação para seus pecados".  Assim somente, ele pode "ser encontrado Nele", e receber a "retidão que é de Deus, através da fé".

9. Tu, ímpio que ouves e lês estas palavras! Tu, pecador vil, desamparado, miserável! Eu te comprometo, perante Deus, o Juiz de todos, a ires até Ele, com toda a tua iniqüidade. Presta atenção, tu destróis tua própria alma, declarando, mais ou menos, tua retidão. Vá, tão completamente pecaminoso, culpado, destruído, merecendo e caindo no inferno; e tu, então, deverás encontrar favor aos olhos Dele, e saber que Ele justifica o pecador. Como tal, tu serás trazido junto ao "sangue que borrifa", como um pecador perdido, desamparado, e condenado. Assim, "olha para Jesus". Lá está "o Cordeiro de Deus", que "tira teus pecados!". Não advoga obra alguma, retidão alguma que sejam tuas! Nenhuma humildade, arrependimento, sinceridade! De modo algum. Isto seria, de fato, negar o Senhor que te comprou. Não: Declara simplesmente, o sangue da promessa, da redenção paga por tua alma orgulhosa, obstinada, pecadora. Quem és tu, que agora vês e sentes tanto tua iniqüidade interior quanto exterior? Tu és o homem! Eu quero a ti para meu Senhor! Eu "te" desafio a seres um filho de Deus, pela fé! O Senhor necessita de ti. Tu que sentes que és exatamente adequado para o inferno, és exatamente adequado para promover a glória Dele; a glória de Sua graça livre, justificando o pecaminoso, e aquele que não praticou as boas obras. Ó vem rapidamente! Crê no Senhor Jesus; e tu, até mesmo tu, serás reconciliado para Deus.

[Editado anonimamente no Memorial University of Newfoundland, com correções de George Lyons do Northwest Nazarene College (Nampa, Idaho) para Wesley Center for Applied Theology.]