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quinta-feira, 13 de dezembro de 2018
terça-feira, 11 de dezembro de 2018
Sobre o Sermão do Monte – Parte IX
John Wesley
Ninguém
pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há
de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.
Por isso vos digo: Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis
de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que
haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o
vestuário? Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam
em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não valeis vós muito mais do
que elas? Ora, qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um
côvado à sua estatura? E pelo que haveis de vestir, por que andais ansiosos?
Olhai para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam; contudo
vos digo que nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles.
Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada
no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé? Portanto, não vos inquieteis,
dizendo: Que havemos de comer? ou: Que havemos de beber? ou: Com que nos
havemos de vestir? (Pois a todas estas coisas os gentios procuram.) Porque
vosso Pai celestial sabe que precisais de tudo isso. Mas buscai primeiro o seu
reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não vos
inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã cuidará de si
mesmo. Basta a cada dia o seu mal.
(Mateus 6:24-34)
1.
Está registrado que as nações que o Rei da Assíria estabeleceu nas cidades de
Samaria, depois de ter levado Israel cativo, temiam ao Senhor, e, ao mesmo
tempo, serviam aos seus próprios deuses'. 'Essas nações', diz o
escritor inspirado, 'temiam o Senhor'; desempenhavam um serviço exterior
a Ele (uma prova clara de que eles tinham um temor por Deus, embora não de
acordo com o conhecimento); 'e serviam suas próprias imagens esculpidas;
ambos seus filhos, e os filhos de seus filhos: Assim como seus antepassados; e
como eles até esse dia'. (2 Reis
17:33 em diante).
Quão
proximamente, a prática da maioria dos cristãos modernos assemelha-se a esta
dos pagãos antigos! 'Eles temiam ao Senhor'; eles também executavam os
serviços exteriores a Ele, e, por meio disto, mostravam que tinham algum temor
a Deus; mas eles igualmente 'serviam aos seus próprios deuses'. Existem
aqueles que 'os ensinam' como era
ensinado aos Assírios, 'a maneira do Deus da terra'; o Deus cujo nome a
cidade carrega até esse dia, e quem foi uma vez adorado lá, com adoração santa.
'Todavia', eles não O serviam sozinho; eles não O temiam suficientemente
para isto; Mas 'cada nação criou seus próprios deuses': Cada nação, nas
cidades, nas quais eles habitam'. Essas nações temiam ao Senhor'; elas não
tinham colocado de lado as formas exteriores de adoração a Ele; mas 'elas
serviam as suas imagens esculpidas, prata e ouro; a obra das mãos dos homens:
Dinheiro, prazer, e aplaudo; os deuses desse mundo, mais do que divide seus
serviços com o Deus de Israel. Essa é a maneira de ambos: 'seus filhos e os
filhos de seus filhos; e como fizeram seus antepassados, assim eles fazem até
esse dia'.
2. No entanto, falando de uma
maneira ampla, seguindo a maneira comum dos homens, dizia-se que esses pobres
pagãos 'temiam ao Senhor'; ainda assim, podemos observar que o Espírito
Santo imediatamente acrescenta, falando de acordo com a natureza verdadeira e
real das coisas: 'Eles não temiam ao Senhor, nem seguiam de acordo com a lei
e o mandamento que o Senhor ordenou aos filhos de Jacó; com os quais o Senhor
fez uma aliança, e os instruiu, dizendo:Vocês não devem temer outros deuses,
nem servi-los. – Mas ao Senhor, seu Deus, vocês devem temer, e Ele irá
livrá-los das mãos de todos os seus inimigos'.
O mesmo julgamento é passado,
através do infalível Espírito de Deus; e, realmente, através dos olhos todos
desse entendimento, ele tem permitido discernir as coisas de Deus, sobre esses
pobres cristãos, comumente assim chamados. Se nós falamos de acordo com a
natureza verdadeira e real das coisas, 'eles não temiam ao Senhor, nem o
serviam'. Uma vez que eles não 'seguiam
a aliança que o Senhor fez com eles, nem a lei e os mandamentos, os quais ele
ordenou a eles dizendo: deveis adorar o Senhor, teu Deus, e a ele tão somente,
deveis servir'. 'Eles servem outros deuses, até esse dia'. E 'nenhum
homem pode servir a dois mestres'.
3. Quão inútil, é para
qualquer homem visar isto: -- tentar servir a dois mestres! É difícil prever
qual deva ser a conseqüência inevitável de tal tentativa? 'Tanto ele irá
odiar um, e amar o outro; quanto irá dedicar-se a um, e desprezar o outro'. As
duas partes dessa sentença, embora separadamente propostas, devem ser
entendidas, em conexão uma com a outra; porque a última parte é uma
conseqüência da primeira. Ele irá naturalmente dedicar-se a quem ele ama. Ele
irá, então, apegar-se a ele, prestando a ele um serviço concorde, fiel e
diligente. E, nesse meio tempo, ele irá, da mesma forma, desprezar o mestre que
ele odeia, e não terá o menor cuidado com respeito às suas ordens, e irá
obedecê-las, se, afinal, de uma maneira inadequada e descuidada. Portanto,
quaisquer que sejam os homens sábios do mundo, podemos supor que 'não se
pode servir a Deus e a mammon'.
4. Mammon era o nome de um
dos deuses pagãos, que se supunha presidir sobre as riquezas. É aqui entendido
sobre os próprios ricos; ouro e prata; ou, em geral, dinheiro; e através de uma
figura de linguagem, sobre tudo que possa ser comprado por meio disto, tal como
conforto, honra e prazer sexual.
Mas o que podemos entender aqui, por
servir a Deus, e o que significa servir a mammon?
Nós não podemos servir a Deus,
exceto se acreditarmos Nele. Este é a única condição verdadeira para servi-lo.
Por conseguinte, acreditando em Deus, como 'reconciliando o mundo para si
mesmo, através de Jesus Cristo; o acreditar Nele, como um Deus amoroso,
redentor, é a primeira grande ramificação de seu serviço.
E assim, acreditarmos em Deus
implica, confiarmos Nele, como nossa força, sem a qual não podemos fazer coisa
alguma; quem a todo momento, nos dota com o poder do alto, sem o qual é
impossível agradar a Ele; como nosso ajudador, nosso único auxílio nos momentos
de preocupação; quem nos circunda com
músicas de libertação; como nosso escudo; nosso defensor; e quem ergue nossas
cabeças acima de todos os nossos inimigos que estão à nossa volta.
Isto
implica, em confiarmos em Deus, como nossa felicidade; como o centro dos
espíritos; o único descanso de nossas almas; o único bem que é adequado para
todas as nossas capacidades, e suficiente para satisfazer todos os desejos que
Ele nos tem dado.
Isto implica (o que está
proximamente ligado ao outro), em confiarmos em Deus como nossa finalidade;
termos um único olho para Ele, em todas as coisas; usarmos todas as coisas
apenas como meios de agradarmos a Ele; onde quer que estejamos, ou o que quer
que façamos, vê-lo que é invisível, nos observando bem satisfeito, e submetendo
todas as coisas a Ele, em Jesus Cristo.
5.
Assim sendo, acreditar é a primeira coisa que devemos entender por servirmos
a Deus. A segunda é amá-lo.
Agora, amarmos a Deus da maneira
que as Escrituras descrevem; da maneira que o próprio Deus requer de nós,
exigindo compromisso, para operar em nós, -- é amarmos a Ele como o Único Deus;
ou seja, 'com todo nosso coração, e com toda a nossa alma, e com toda a
nossa mente, e com toda as nossas forças'; -- é desejarmos a Deus somente,
por amor a Ele; e nada mais, a não ser com referência a Ele; -- regozijarmo-nos
em Deus; -- deleitarmo-nos no Senhor; não apenas para buscarmos, mas para
encontrarmos felicidade Nele; para desfrutarmos de Deus como o Superior;
descansarmos Nele, como nosso Deus e nosso tudo; -- em uma palavra, é termos
tal possessão de Deus, que nos torna sempre felizes.
6. A terceira coisa
que devemos entender por servir a Deus é assemelharmo-nos a Ele ou o imitarmos.
Assim dizem os antepassados: 'a melhor adoração ou serviço a Deus, é imitar
a Ele que você adora'.
Nós aqui falamos de imitar ou
assemelhar-se a Ele, no espírito de nossas mentes: porque é aqui que a
verdadeira imitação cristã de Deus começa. 'Deus é um Espírito'; e eles
que o imitam ou se assemelham a Ele, devem fazer isto 'em espírito e em
verdade'.
Agora Deus é amor: Portanto, eles,
que se assemelham a Ele, no espírito de suas mentes, são transformados na mesma
imagem. Eles são misericordiosos, assim como ele é misericordioso. A alma deles
é todo amor. Eles são gentis, benevolentes, compassivos, bondosos de coração; e
isto não apenas para com o bom e gentil, mas também para com o obstinado. Sim.
Eles, assim como Eles amam a todo homem, e sua misericórdia se estende para
todas as suas obras.
7.
Uma coisa mais, nós devemos entender por servir a Deus, e esta é obedecermos
a Ele; glorificarmo-lo, com nossos corpos, assim como, com nossos espíritos;
mantendo seus mandamentos exteriores; zelosamente fazendo aquilo com a qual Ele
se agrada; cuidadosamente, evitando o que Ele tem proibido; executando todas as
ações comuns da vida, com um olhar único, e um coração puro; oferecendo todas
elas, no amor santo e ardente, como sacrifícios a Deus, através de Jesus
Cristo.
8. Vamos considerar agora o
que nós entendemos, por outro lado, como servirmos a mammon. Primeiro, isto
implica em confiarmos nas riquezas; no dinheiro; ou nas coisas adquiridas por
meio dele, como nossa força, -- como os meios para conseguirmos o que quer que
tenhamos em mão; em confiarmos nele como nosso ajudador, -- através do qual,
buscamos ser confortados, ou libertos da preocupação.
Isto implica em confiarmos no mundo
para a felicidade; supondo que 'a vida do homem', o conforto de sua vida, 'consiste na
abundância de coisas que ele possui'; buscarmos descanso nas coisas que são vistas;
contentamento, na plenitude exterior; esperarmos satisfação nas coisas do
mundo, e que nunca poderão ser encontradas fora de Deus.
E, se nós fazemos isto, nós não
podemos deixar de fazer do mundo nossa finalidade; nosso objetivo último; se
não, de todos, pelo menos, de muitos de nossos entendimentos; muitas de nossas
ações e desígnios; nos quais nós almejamos apenas a melhora da saúde; obter
prazer ou louvor; ganhar uma maior medida de coisas temporais, sem qualquer
referência às coisas eternas.
9.
O servirmos a mammon implica, em segundo lugar, amarmos o mundo;
desejando-o apenas por amor a ele; colocando nossa alegria nas coisas dele; e
fixando nossos corações sobre elas; buscarmos (o que, de fato, é impossível que
possamos encontrar) nossa felicidade nisso; o descanso, com todo o peso de
nossas almas, sobre o apoio de juncos quebrados, embora a experiência diária
mostre que eles não poderão suportar,
mas irão apenas 'entrar em nossa mão e perfurá-la'.
10.
Assemelharmo-nos; estarmos em conformidade com o mundo, é a terceira coisa
que entendemos por servirmos a mammon; não termos apenas desígnios, mas
desejos, temperamentos, afeições, adequados àqueles do mundo; termos uma mente
mundana, sensual, presa às coisas da terra; sermos obstinados, amantes
desordenados de nós mesmos; pensarmos grandemente, em nossas próprias
realizações; desejarmos e deleitarmo-nos no louvor de homens; temermos,
evitarmos, e abominarmos reprovação; estarmos descontente com a censura; sermos
facilmente provocados, e rápidos para retornarmos o mal com o mal.
11. Servirmos a mammon é, por
último, obedecermos ao mundo, exteriormente confirmando suas máximas e
costumes; caminharmos como outros homens caminham, numa estrada comum, em um
caminho largo, sem obstáculos, e muito usado; é estarmos na moda; seguirmos à
multidão; fazermos como o restante de nosso próximo; ou seja, fazermos a
vontade da carne e da mente, para gratificarmos nossos apetites e inclinações;
sacrificarmos a nós mesmos; almejarmos nosso próprio bem-estar e prazer, no
curso geral, de nossas palavras ou ações.
Agora, o que pode ser mais inegavelmente
claro do que não podermos, assim, servir a Deus e a mammon?
12. Será que os homens não
vêem que não se pode confortavelmente servir a ambos? Que se posicionar, entre
Deus e o mundo, é o caminho certo para ficar desapontado em ambos, e não ter descanso,
tanto em um, quanto em outro? Em que condição desconfortável está aquele que
teme a Deus, mas não o ama, -- que, serve a Ele, mas não com todo seu coração,
-- que tem apenas as lutas, mas não as alegrias da religião! Ele tem religião
suficiente para torná-lo miserável, mas não o suficiente para fazê-lo feliz:
Sua religião não o deixará desfrutar o mundo, e o mundo não permitirá que ele
se alegre com Deus. Assim sendo, hesitando entre ambos, ele perde a ambos; e
não tem lugar tanto em Deus quanto no mundo.
13. Será que os homens não
vêem que ele não pode servir a ambos consistentemente consigo mesmo? Que
consistência mais evidente pode ser concebida, do que a que deve continuamente
aparecer em todo o comportamento, daquele que está se esforçando para obedecer
a ambos esses mestres, -- empenhando-se para 'servir a Deus e mammon?'.
Ele é, na verdade, 'um pecador que segue dois caminhos'; dando um passo
adiante, e um outro para trás. Ele está continuamente construindo com uma mão,
e colocando abaixo com a outra. Ele ama e odeia o pecado: Ele está sempre
buscando, e, ainda assim, sempre fugindo de Deus. Ele poderia e não poderia.
Ele não é o mesmo homem, um dia inteiro; não, nem por uma hora consecutiva. Ele
é uma mistura heterogênea de tuas espécies de contrariedades; um amontoado de
contradições misturadas desordenadamente em um. Ó seja consistente consigo
mesmo; ou um caminho, ou o outro! Vire para a direita, ou para a esquerda. Se
mammon for seu deus, sirva a ele; se o Senhor o for, então sirva ao Senhor. Mas
nunca pense em servir um e outro, afinal, exceto de todo o seu coração.
14. Será que cada homem razoável,
racional, não vê que ele não pode possivelmente servir a Deus e a mammon?
Porque existe a mais absoluta contrariedade; a mais irreconciliável animosidade
entre eles. A contrariedade entre as coisas mais opostas na terra; entre fogo e
água; escuridão e luz; desfazendo-se em nada, quando comparadas com a
contrariedade entre Deus e mammon. Assim sendo, no que quer que sirva a um,
você necessariamente renuncia ao outro.
Você
acredita em Deus, através de Cristo? Você confia Nele como sua força; sua
ajuda; seu escudo; e sua grande recompensa? Como sua felicidade? Sua finalidade
em tudo, acima de todas as coisas? Então, você não pode confiar nas riquezas. É
absolutamente impossível que você possa, por quanto tempo você tenha fé em
Deus. Confia assim nas riquezas? Então, você tem negado a fé. Você não confia
no Deus vivo. Você ama a Deus? Você busca e encontra felicidade Nele? Então,
você não pode amar o mundo; nem as coisas do mundo. Você está crucificado para
o mundo, e o mundo crucificado para você.
Você
ama o mundo? As suas afeições estão fixadas nas coisas abaixo? Você busca
felicidade nas coisas terrenas? Então, é impossível que você possa amar a Deus.
Então, o amor do Pai não está em você. Você se assemelha a Deus? Você é
misericordioso como o Pai é misericordioso? Você está transformado, através da
renovação de sua mente, na imagem Dele que o criou? Então, você não pode estar
em conformidade com o mundo presente. Você tem renunciado a todas essas
afeições e luxúrias.
Você
está de acordo com o mundo? A sua alma ainda carrega a imagem terrestre? Você
obedece a Deus? Você é zeloso para fazer Sua vontade na terra, como os anjos
fazem no céu? Então, é impossível que você possa obedecer a mammon. Você coloca
o mundo em desafio declarado. Você coloca seus costumes e máximas debaixo de
seus pés, não segue, e nem é conduzido por eles. Você segue o mundo? Você vive
como os outros homens? Você agrada a homens? Você agrada a si mesmo? Então,
você não pode ser um servo de Deus. Você é um servo de seu mestre e pai, o
diabo.
15. Portanto, 'você deve adorar o
Senhor seu Deus; e a Ele apenas servir'. Deve colocar de lado todos os pensamentos de
obedecer a dois mestres; de servir a Deus e a mammon. Não deve propor a si
mesmo, resultado, ajuda, felicidade, a não ser Deus. Não deve buscar coisa
alguma na terra, ou no céu, a não ser ele: Não deve almejar coisa alguma, a não
ser conhecer, amar e deleitar-se Nele. E porque este é todo o seu trabalho
abaixo; a única visão que você pode razoavelmente ter; o único objetivo que
você deve perseguir em todas as coisas, -- 'Por isso vos digo': (como
nosso Senhor continua seu discurso) 'Não estejais ansiosos quanto à vossa
vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao
vosso corpo, pelo que haveis de vestir':-- Uma direção profunda e
convincente, que nos importa considerar e entender completamente bem.
16. Nosso Senhor, não requer aqui que possamos
estar completamente sem propósito, mesmo no tocante ao que concerne a esta
vida. Um temperamento leviano, descuidado, está bem distante de toda a religião
de Jesus Cristo. Nem Ele requer que sejamos 'indolentes no trabalho';
sejamos negligentes e dilatórios nisso. Isto, igualmente, é contrário a todo
espírito e caráter de Sua religião. Um cristão abomina preguiça, assim como
bebedeira; e foge da inatividade, assim como ele faz do adultério. Ele conhece
bem que existe uma espécie de pensamento e cuidado com que Deus está bem
agradado; que é absolutamente necessário para a devida execução dessas obras
exteriores, junto as quais a providência de Deus o tem chamado.
É a vontade de Deus, que cada homem
possa trabalhar para comer seu próprio pão; sim, e que cada homem possa prover
para si mesmo; e para aqueles de sua própria casa. É igualmente Sua vontade que
'não devamos a homem algum, mas que providenciemos as coisas, honestas aos
olhos de todos os homens'. Mas isto não pode ser feito, sem tomar algumas
considerações; sem ter algum cuidado sobre nossas mentes; sim, e
freqüentemente, não, sem uma reflexão longa e séria; não, sem muito cuidado, e
cuidado sincero. Conseqüentemente, essa preocupação, para prover para nós
mesmos, e para os de nossa casa; essa preocupação, em como restituir o que
devemos a eles, nosso abençoado Senhor não condena. Sim, isto é bom e aceitável
aos olhos de Deus, nosso Salvador.
É bom e aceitável para Deus, que
tenhamos preocupação, no que concerne ao que temos em mão; como a ter uma
compreensão clara do que estamos por fazer; e planejar nossa tarefa, antes de
darmos início a ela. E é certo que nós podemos, de tempos em tempos, considerar
cuidadosamente quais são os passos que devemos tomar nisso; assim como, que
devemos preparar todas as coisas de antemão, para conduzi-la da maneira mais
efetiva. Esse cuidado, denominado por alguns como 'a preocupação da cabeça',
de maneira alguma foi o que nosso Senhor objetivou condenar.
17. O
que Ele condena aqui, é o cuidado excessivo do coração; a ansiedade; a
inquietação desconfortável; a que traz aflição; toda aquela preocupação que
causa dano à alma e ao corpo. O que Ele proíbe, é aquela agitação, que a
experiência triste mostra, que enfraquece o sangue e esvazia o espírito; que
antecipa toda a miséria que ela teme, e vem nos atormentar antes do tempo. Ele
proíbe apenas aquela excitação que envenena as bênçãos de hoje, por temer o que
possamos ser amanhã; que não pode desfrutar o presente plenamente, em meio às
apreensões das necessidades futuras. Essa inquietação não é apenas uma doença
desagradável, uma enfermidade grave da alma, mas também uma abominável ofensa
contra Deus; um pecado dos mais abjetos. É uma alta afronta para o gracioso
Governador, e sábio Disponente de todas as coisas; necessariamente implicando
que o grande Juiz não está agindo corretamente; que Ele não está ordenando
todas as coisas bem. Implica plenamente que Ele necessita, tanto de sabedoria –
já que Ele não sabe quais as coisas de que necessitamos; quanto de santidade –
se não as provém a todos aqueles que depositam sua confiança Nele. Cuide,
portanto, que você não se aflija nesse sentido: Que não esteja ansiosamente
preocupado, com coisa alguma. Que não tenha um pensamento desconfortável. Esta
é uma regra clara, e certa. Cuidado inquietante, é cuidado ilegítimo. Com um
olho fixo em Deus, faça tudo que estiver
ao seu alcance para prover as coisas, de maneira honesta, aos olhos de todos os
homens. E, então, entregue tudo em mãos melhores; deixe todo o resultado para
Deus.
18. 'Não
tenham preocupação' desse
tipo; não tenham preocupação inquietante, mesmo 'pela vida; pelo que vocês
devam comer; ou o que beber; ou que vestir. Não é a vida mais do que o
alimento, e o corpo mais do que o vestuário?'. Se, então, Deus deu a vida,
o maior dom de todos, Ele não dará alimento para sustentá-la? Se Ele deu a
vocês um corpo, como vocês podem duvidar de que Ele dará o vestuário para
cobri-lo? Mais especificamente, se vocês derem a si mesmos a Ele, e servirem-no
com todo seus corações. 'Observem'; vejam, diante de seus olhos,
'as aves do
céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros';e elas não têm falta de coisa
alguma; 'seu Pai celestial as alimenta. Não são vocês muito mais do que
elas?'. Vocês que são criaturas suscetíveis de Deus; não serão mais
considerados aos olhos de Deus? Ou num grau e escala maior entre todos os
seres? 'Ora, qual de vocês, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um
côvado à sua estatura?'. Que proveito vocês têm, então, desse pensamento ansioso?
Será, de qualquer modo, infrutífero e inútil.
'E por que se preocuparem com o
vestuário?'. Vocês já não têm uma reprovação, para onde quer, que vocês
virem seus olhos? 'Olhem para os lírios do campo, como crescem; não
trabalham nem fiam; contudo eu lhes digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um
deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é
lançada no forno', (que é cortada, queimada e não mais vista) 'quanto
mais não vai vestir a vocês, homens de pouca fé?'. Vocês, aos quais Ele fez
para que vivessem para sempre; para serem os retratos de sua própria
eternidade! Vocês são, de fato, de pouca fé; do contrário, não poderiam duvidar
de seu amor e cuidado; não; nem por um momento.
19. 'Portanto, não
se preocupem, dizendo: Que havemos de comer', se nós não ajuntamos tesouros
na terra? 'Que havemos de beber', se nós servimos a Deus com toda nossa
força; se nossos olhos estão unicamente fixados Nele? 'Com que nos havemos
de vestir', se nós não estamos em conformidade com o mundo; se nós não
obedecemos aqueles, através dos quais poderíamos ter proveito? 'Pois a todas
estas coisas os gentios procuram', -- os ateus que não conhecem a Deus. Mas
vocês estão conscientes de que 'seu Pai celestial sabe que vocês têm
necessidade de todas essas coisas'. E Ele tem apontado um caminho infalível
de vocês estarem constantemente sendo supridos nisto: 'Busquem, primeiro o
Seu reino, e a Sua justiça, e todas estas coisas lhes serão acrescentadas'.
20. 'Busquem, primeiro o
reino de Deus': -- Antes de dar lugar a alguma outra preocupação ou
cuidado, que seja sua única preocupação que o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus
Cristo (que 'deu Seu único Filho Unigênito', para que, todo que nele
crer, 'não pereça, mas tenha a vida terna') possa reinar em seus
corações; possa manifestar a si mesmo em suas almas; e habitar, e lá comandar;
que Ele possa 'atirar ao chão toda coisa imponente que exalta a si mesma
contra o conhecimento de Deus, e traga cativo todo pensamento de obediência a
Cristo'. Que Deus tenha o único domínio sobre vocês: Deixem-no reinar sem
rival: Deixem que Ele possua todo o coração de vocês, e os comande sozinho. Que Ele seja o único
desejo de vocês; a alegria, o amor; de modo que tudo que está em você possa
continuamente clamar: 'O Senhor Deus Onipotente reina'.
'Busque o reino de Deus, e sua
retidão'. Retidão é o fruto do reino de Deus no coração. E o que é retidão,
se não, amor? – o amor a Deus e a toda a humanidade, fluindo da fé. em Jesus
Cristo, e produzindo humildade de mente; mansidão, gentileza, longanimidade,
perseverança, morte para o mundo; e cada disposição correta do coração, em
direção a Deus e ao homem. E, através disto, ela produz todas as ações santas;
o que quer que seja amável ou de boa reputação; o que quer que seja obras da fé
e trabalho do amor são aceitáveis para Deus, e adequado ao homem.
'Sua retidão'. – Isto é toda
sua retidão ainda: É o seu próprio dom, livre para nós, por amor a Jesus
Cristo, o justo, através de quem unicamente é conseguida para nós. E é sua
obra; é Ele apenas que opera isto em nós, através da inspiração do Espírito
Santo.
21. Talvez, observar bem
isto, possa dar uma luz para algumas outras Escrituras, que nós não temos
entendido sempre tão claramente. Paulo, falando em sua Epístola aos Romanos,
concernente aos descrentes judeus, disse: 'Eles, sendo ignorantes da retidão
de Deus, e pretendendo estabelecer sua própria retidão, não têm se submetido à
retidão Dele. Eu acredito que isto possa ser o único sentido das palavras:
Eles eram 'ignorantes da retidão de Deus'; não apenas da retidão de
Cristo, imputada a cada crente, por meio da qual, todos os seus pecados são
apagados, e ele é reconciliado para o favor de Deus: Mas (o que parece aqui ser
mais imediatamente entendido) eles eram ignorantes daquela retidão interior;
daquela santidade de coração, que é, com a mais extrema propriedade, denominada
retidão de Deus; como sendo seus dons livres, através de Cristo; e sua própria
obra, por meio de seu Todo-Poderoso Espírito. E, porque eles eram 'ignorantes'
disso, eles 'empreenderam estabelecer sua própria retidão'. Eles
trabalharam para estabelecer aquela retidão exterior que poderia muito
propriamente ser denominada sua própria. Já que ela nunca foi forjada pelo Espírito
de Deus, nem pertenceu ou foi aceita por Ele. Eles teriam operado isto, eles
mesmos, através da própria força natural; e, quando o fizeram, foi um fedor
para suas narinas. Ainda assim, confiando nisso, eles 'não se submeteram à
retidão de Deus'. Sim; eles se endureceram contra aquela fé, por meio da
qual apenas, é possível ater-se a ela. 'Porque Cristo é a finalidade da lei,
para a retidão de todo que crê'. Cristo, quando disse, 'Está terminado!',
colocou um fim àquela lei, -- à lei dos ritos e cerimônias externas, que ele
poderia trazer para uma melhor retidão, através de seu sangue; através daquela
única oblação de si mesmo, uma vez oferecida, até mesmo a imagem de Deus, no
mais íntimo da alma de cada um que crê.
22. Proximamente
relacionado a essas são aquelas palavras do Apóstolo, em sua Epístola aos
Filipenses: 'Eu considero todas as
coisas como esterco, para que eu possa ganhar a Cristo'; uma entrada em seu
reino eterno; 'e ser encontrado nele', acreditando nele, 'não tendo
minha própria retidão, que é da lei, mas aquela que é através da fé de Cristo,
a retidão que é de Deus pela fé'. – 'Não tendo minha própria retidão,
que é da lei'; uma retidão meramente externa; a religião exterior que eu
primeiramente tive, quando eu esperei ser aceito de Deus, porque eu fui 'tocado
pela retidão que é da lei, sem culpa'; -- 'mas aquela que é através da
fé em Cristo, a retidão que é de Deus pela fé'; (Filipense 3:8-9)
aquela santidade do coração; aquela renovação da alma, em todos os seus
desejos, temperamentos e afeições, 'que é de Deus', (é a obra de Deus, e
não do homem) 'pela fé'; através da fé de Cristo, através da revelação
de Jesus Cristo em nós, e pela fé em seu sangue; por meio do qual somente, nós
obtemos a remissão de nossos pecados, e uma herança entre aqueles que são
santificados.
23. 'Busquem, primeiro'
este 'reino de Deus', em seus corações; esta retidão, que é o dom e obra
de Deus; a imagem de Deus renovada em suas almas; 'e todas essas coisas
devem ser acrescidas a vocês'; todas as coisas necessárias para o corpo;
tal a medida de tudo como Deus vê, a maioria para a promoção de seu reino.
Essas serão acrescentadas, -- elas serão acrescentadas, além. Em buscar a paz e
o amor de Deus, vocês não apenas encontrarão o que vocês mais imediatamente
procuram, mesmo o reino que não pode ser movido; mas também o que vocês não
buscam, -- não, afinal, por causa dele, mas apenas em referência ao outro.
Vocês encontrarão em seu caminho para o reino, todas as coisas exteriores,
tanto quanto elas sejam convenientes para vocês. Esse cuidado Deus tem tomado
sobre si mesmo: Joguem sobre Ele todas as suas preocupações. Ele conhece suas
necessidades; e o que quer que esteja faltando, Ele não falhará em suprir.
24. 'Portanto,
não se preocupem com o amanhã'.
Não apenas não tenham preocupação em como ajuntarem tesouros na terra; como
fazerem aumentar os bens materiais; não se preocupem, em como procurarem mais
alimento do que aquele que vocês podem comer; ou mais vestuário do que podem
vestir; ou mais dinheiro do que o dia a dia de uma vida simples e com
propósitos razoáveis pode requerer; -- nem tenham um pensamento inquietante,
mesmo no que concerne àquelas coisas que são absolutamente necessárias para o
corpo. Não aflijam a si mesmos agora, com o que deverão fazer numa época ainda
distante. Talvez, aquela época nunca chegue; ou não dirá mais respeito a vocês;
-- antes, então, vocês terão passado por todas as ondas, e terão embarcado na
eternidade. Todas essas visões distantes não pertencem a vocês; vocês são criaturas
do dia a dia. Mais ainda, o que vocês poderão fazer pelo amanhã, mais
estritamente falando? Por que causarem confusão a si mesmos, sem necessidade?
Deus providencia para vocês hoje o que é necessário para sustentarem a vida que
Ele tem dado a vocês. É o suficiente. Entreguem-se nas mãos deles. Se vocês
forem viver mais um dia, Ele providenciará para este também.
25. Acima de tudo, não tenham
preocupação com coisas futuras, com a pretensão de negligenciarem o dever
presente. Este é o caminho mais fatal de 'se preocupar com o amanhã'. E
quão comum é isto entre os homens! Muitos, se nós os exortamos a manterem a
consciência isenta de ofensa; para absterem-se daquilo que estamos convencidos
seja mal, não têm escrúpulos em replicar: 'Como, então, devemos viver? Nós
não devemos nos preocupar conosco mesmos e com nossas famílias?'. E isto
eles imaginam ser razão suficiente para continuarem em pecado conhecido e
terrível. Eles dizem, e talvez pensem, que poderiam servir a Deus agora, não
fossem eles, mais tarde, perder seu alimento. Eles se preparariam para a
eternidade; mas estão temerosos pela falta do que é necessário para a vida.
Assim, eles servem o diabo, por causa de um pedacinho de pão; eles se apressam
para o inferno, por medo da necessidade; eles atiram fora suas pobres almas, a
fim de que eles não possam, algum tempo ou outro, não alcançar o que é
necessário para seus corpos!
Não é estranho que eles que lidam
com o assunto, fora das mãos de Deus, possam estar tão freqüentemente
desapontados das mesmas coisas que eles buscam; que, enquanto eles atiram fora
o céu, para assegurar as coisas da terra, eles perdem uma, mas não ganham a
outra? O zeloso Deus, no sábio curso de sua providência, freqüentemente permite
isto. De maneira que, estes que não colocam suas preocupações em Deus; que têm
aflições por coisas temporais, têm pouco interesse pelas coisas eternas; perdem
a mesma porção que eles têm escolhido. Existe uma influência maléfica visível,
em todas as suas incumbências; o que quer que eles façam, não prospera; de tal
maneira que, depois de terem preterido Deus ao mundo, eles perdem o que eles
buscaram, tanto quanto o que eles não buscaram: Eles não alcançam o reino de
Deus, e sua retidão; nem ainda as outras coisas são acrescentadas a eles.
26. Existe uma outra maneira de 'nos
preocuparmos com o amanhã', que é igualmente proibido nessas palavras. É
possível preocuparmo-nos de modo errado, mesmo com respeito às coisas
espirituais; sermos tão cuidadosos a respeito do que pode acontecer mais tarde,
a ponto de negligenciarmos o que é requerido agora de nossas mãos. Quão
insensivelmente nós deslizamos nisto, se não estamos continuamente vigiando com
oração! Quão facilmente somos levados, em uma espécie de sonho acordado,
projetando cenas remotas, e desenhando cenários aprazíveis em nossa própria
imaginação! E nós pensamos, no que iremos fazer, quando estivermos em tal
lugar, ou quando tal tempo chegar! Quão útil seria; quão produtivo nas boas
obras, quando nós estivermos mais facilmente nessas nossas condições. Quão
sinceramente serviremos a Deus, quando tal obstáculo estiver fora do caminho!
Ou, talvez, vocês estejam agora na
opressão da alma: Deus, como aconteceu, esconde sua face de vocês. Vocês vêem
pouco da luz de seu semblante: vocês não podem testar seu amor redentor. Em tal
temperamento de mente, quão natural é dizer: 'Ó como eu irei louvar a Deus,
quando a luz de seu semblante tiver novamente se erguido na minha alma! Como eu
irei exortar outros a louvá-lo, quando seu amor estiver novamente espalhado em
meu coração! Então, eu irei fazer assim e assim: eu irei falar para Deus em
todos os lugares: Eu não irei me envergonhar do Evangelho de Cristo. Eu irei
redimir o tempo: e usar o mais aprimorado talento que eu tenho recebido'. Não
acreditem em si mesmos. Vocês não irão fazer isto, então, a menos que o façam
agora.
'Aquele que é fiel no pouco', de qualquer espécie que seja, se
for bens materiais, ou o temor, ou amor de Deus, 'será fiel naquilo que é
muito'. Mas se vocês agora escondem um talento na terra, vocês irão
esconder, então, cinco: Ou seja, se eles alguma vez forem dados; mas existe uma
pequena razão para esperar que eles sempre serão. De fato, 'junto a ele que
tem', ou seja, que usa o que tem, 'será
dado, e ele terá mais abundantemente. Mas aquele que não tem', ou seja, que
não usa da graça que ele já tem recebido, que, menor ou maior grau, 'será
tomado mesmo o que ele tem'. (Lucas 8:18).
27. E
não se preocupem pelas provas do amanhã. Esta também é uma armadilha perigosa.
Não pensem: 'Quando tal prova vier, o que irei fazer? Como deverei ficar? Eu
sinto que não tenho forças para resistir. Eu não sou capaz de dominar aquele
inimigo'. A maior verdade: Vocês não têm agora o poder do qual vocês não
necessitam. Vocês, neste momento, não estão capacitados para vencerem aquele
inimigo; e nesse momento, ele não irá atacá-los. Com a graça que vocês têm
agora, vocês não podem resistir às tentações que vocês não estão sofrendo. Mas,
quando as provas vierem, a graça virá. Nas maiores experimentações, vocês terão
a maior força. Quando os sofrimentos abundarem, as consolações de Deus virão,
na mesma proporção, abundantes também. De maneira que, em cada situação, a
graça de Deus será suficiente para vocês. Ele não irá permitir que vocês 'sejam
tentados hoje', acima daquilo que vocês sejam capazes de suportar, e 'em
cada tentação ele irá criar um caminho para escape'. 'Como forem teus dias,
assim serão tuas forças'. (Deuteronômio 33:25) 'Seja de ferro e
de metal o teu calçado; e a tua força seja como os teus dias'.
28. 'Deixem que o amanhã', portanto, 'preocupe-se consigo
mesmo'; ou seja, quando o amanhã vier, então, pensem nele. Vivam o hoje.
Seja o sincero cuidado de vocês, melhorarem a presente hora. Isto compete a
vocês; e isto é tudo com que devem se preocupar. O passado é como nada; como se
nunca tivesse existido. O futuro é nada para vocês. Ele não lhes pertence;
talvez, nem nunca chegue a pertencer. Não se pode estar na dependência do que
está por vir; porque vocês 'não sabem o que o dia poderá trazer'.
Portanto, vivam o presente: não percam uma hora. Usem esse momento; porque ele
é a sua porção. 'Quem, debaixo do sol, já sabia das coisas que vieram antes
dele, ou o que deverá vir depois?'. As gerações que existiram desde o
começo do mundo, onde elas estão agora? Passaram rapidamente: Estão esquecidas.
Elas se foram; elas viveram seus dias; elas foram tiradas da terra, como as
folhas de suas árvores: Elas viraram pó comum! Outra e outra raça sucederam; e,
então, 'seguiram a geração de seus antepassados, e nunca mais viram a luz'.
Agora
são vocês que estão sobre a terra. 'Regozijem-se', ó jovens, nos dias de
sua juventude! Desfrutem muito, muito agora, alegrando-se com Ele, 'cujos
dias não acabam'. Permitam que seus olhos estejam singularmente fixos Nele,
'que não é inconstante, nem demonstra a menor mudança!'. Agora dêem a
Ele os seus corações; permaneçam Nele? Sejam santos, como Ele é santo. Abracem
a oportunidade abençoada de fazer a Sua vontade aceitável e perfeita.
Regozijem-se 'para suportarem a perda de todas as coisas', assim, vocês poderão 'ganhar a Cristo'.
29. Felizes, por suportarem hoje, por
amor a Seu nome, o que quer que Ele permita que venha, neste dia, sobre vocês.
Mas não se preocupem com o amanhã. 'É suficiente a cada dia o seu mal'. O
mal é, falando da maneira dos homens, a reprovação, a necessidade, a dor ou
enfermidade; mas na linguagem de Deus, tudo é bênção: É o precioso bálsamo
preparado pela sabedoria de Deus, e
distribuído, diferentemente, entre seus filhos, de acordo com as várias
enfermidades de suas almas. E Ele dá, em um dia, o suficiente para aquele dia;
proporcionado à necessidade e força do paciente. Se, por conseguinte, vocês
quiserem hoje, o que pertence ao amanhã; se vocês acrescentarem isso ao que já
é dado a vocês, isto será muito mais do que poderão suportar: Este é o caminho
não para a cura, mas para a destruição de suas próprias almas. Tomem, portanto,
a medida exata do que Ele deu a vocês, hoje. Hoje, façam e suportem o que é da
vontade Dele! Hoje, entreguem-se; seus corpos, almas e espírito, a Deus,
através de Jesus Cristo; desejando nada mais, a não ser que Deus possa ser
glorificado em tudo que vocês são; em tudo que vocês fazem; em tudo que
suportam; não buscando coisa alguma, a não ser conhecer a Deus, e ao Seu Filho,
Jesus Cristo, através do Espírito eterno; nada almejando, a não ser amar a Ele,
servi-lo, e alegrar-se Nele nessa hora, e para toda a eternidade!
Agora, junto 'a Deus, o Pai, que fez a mim e a
todo o mundo'; junto a 'Deus, o
Filho, que tem me redimido e a toda a humanidade' junto 'a Deus, o Espírito Santo, que
santificou a mim e a todo o povo eleito de Deus'; seja a honra e louvor; majestade e domínio,
para sempre e sempre! Amém!
.
[Editado por Joel Nye, estudante da Northwest
Nazarene College (Nampa, ID), com correções por George Lyons para a Wesley Center for Applied Theology.]
A LÍNGUA QUE NÃO FALA
Pr. Marcelo Augusto
de Carvalho
ATOS 2.1-5
Existe mesmo o dom de línguas?
Se existe temos tal dom? Ou
porque não temos?
1- QUEM É
E COMO AGE O ESPÍRITO SANTO, SEU AUTOR
- MATEUS 28.19 – Jesus afirma que Ele é Deus, 3ª.
Pessoa da Trindade
- ONIPOTENTE – gerou Jesus em Maria
- ONIPRESENTE – estaria todos os dias conosco
- ONISCIENTE – ensinaria tudo sobre o pecado, justiça
e juízo.
- CRIADOR – Jô 33.4 – não é um gás ou energia...
- É UMA PESSOA – Ele contende (dilúvio) ENSINA Luc
12.12 CONVENCE JOÃO 16.8 DIRIGE A
IGREJA Atos 13.2 INSPIRA 2 Ped 1.21 INTERCEDE AO PAI Rom 8.26
- NÃO É UMA CHUVA – maneira de falar de como atua, e
não a Sua Pessoa. Fulano é um trovão! Fulano é um raio!
2- DOM DE
LÍNGUAS
- Discípulos precisam pregar a
todo o mundo
- Muitos empecilhos- transporte,
distâncias, perseguição, centenas de religiões pagãs, línguas estranhas
(muitas).
- Como pregariam? Como
alcançariam o mundo? Iam estudar para depois ir?
- O Dom de Línguas resolveu isto
no 1º. Século.
ATOS 2.7-12
- Judeus de todas as nações em Jerusalém. Era um
momento estratégico.
- Pedro pregou. Os outros
discípulos ouviam e traduziam o sermão nas línguas daquelas pessoas. Todos
entenderam sua mensagem.
- Por onde foram pregar usaram
este dom.
- As línguas eram línguas normais/
línguas que JÁ EXISTIAM/ que SE ENTENDIAM
- Há dom RECEBIDO/ APRENDIDO.
ATOS 10. 44-48
- Cornélio- centurião romano,
excluído de Israel.
- Era preciso confirmar sua fé/ e
quebrar o preconceito da Igreja.
- Deus ama e usa a todos.
ATOS 19.1-7
- Haviam crido em João. Mas não conheciam
o Espírito Santo.
- ÉFESO era capital da Ásia.
Lugar estratégico para a pregação do evangelho.
- Receberam o dom de línguas.
- CURIOSO- Não receberam enquanto
não entenderam quem era o ES
1 CORÍNTIOS 14
- CORINTO- Centro de gente de
todo o mundo. Todo dia chegava gente nova.
- Todos queriam falar em sua
língua materna.Outros não entendiam.
- Paulo foi claro: SE OS OUTROS
NÃO ENTENDEM, NÃO FALE.
O QUE
ENTÃO SÃO AS LÍNGUAS PENTECOSTAIS?
- Tudo menos o dom de línguas
bíblico.
- EXTASE/ ATÉ POSSESSÃO.
* Irmão que freqüentava centro de
Umbanda. As mesmas línguas que recebia dos espíritos dos mortos, era a mesma na
igreja evangélica.
IASD
PROMESSA
- Só se converteu se recebeu o
Espírito Santo. Só está salvo se falar em línguas.
- Mas: estes não falaram línguas!
- Luc 1.15
João Batista
- Luc 1.35
Maria mãe de Jesus
- Luc 1.41
Isabel mãe de JB
- Luc 3.22 O
próprio Jesus (falava Aramaico)
- Atos 4.31
Discípulos não falaram aqui
- Atos 6. 1-7 Diáconos não falavam línguas
- Atos 6.5
Estevão nunca falou línguas
LÍNGUAS NÃO É O MAIOR DOM – 1 Cor
14. 1-5
NEM TODO MUNDO FALARÁ. CADA 1 TEM
SEU DOM. 1 Cor 12. 4-11
MAIS IMPORTANTE – ATOS 2.1-2 ENCHER TODA A CASA!
Pr. Marcelo Augusto de
Carvalho FADMINAS 28/12/2005
segunda-feira, 10 de dezembro de 2018
Sobre o Sermão do Monte – Parte VIII
John Wesley
'Não
ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e os
ladrões minam e roubo. Mas ajuntai tesouros nos céus, onde nem a traça, nem a
ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam. Porque onde estiver
o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. Os olhos são a luz do corpo:
de modo que, se teus olhos forem bons, todo teu corpo será cheio de luz. Mas,
se teus olhos foram maus, todo teu corpo será cheio de escuridão. Se, portanto,
a luz que há em ti for trevas, quão grandes serão tais trevas' (Mateus 6:19-23).
1.
Dessas que são comumente denominadas ações religiosas, e que são ramificações
reais da verdadeira religião, de onde nascem de uma intenção pura e santa, e são
executadas de uma maneira adequada a isto, -- nosso Senhor procede para as
ações da vida comum, e mostra que alguma pureza de intenção é tão
indispensavelmente requerida, em nosso trabalho ordinário, como fazer
donativos, jejuar, ou orar.
E,
sem dúvida, a mesma pureza de intenção, que faz com que nossos donativos e
devoções sejam aceitos, também deve fazer com que nosso trabalho ou
empreendimento seja um oferecimento apropriado para Deus. Se um homem exerce
seu trabalho, de modo que ele possa elevar-se a um estado de honra e riqueza no
mundo, não por muito tempo, ele irá servir a Deus em sua ocupação, e não terá
mais direito à recompensa de Deus, do que aquele que dá donativos, para que ele
possa ser visto; ou aquele que ora, de modo que seja ouvido por homens. Porque
desejos vãos e mundanos não são mais aceitáveis, em nossas ocupações, do que em
nossas doações e devoções. Eles não são apenas maus, quando eles se misturam
com nossas boas obras; com nossas ações religiosas, 'mas eles têm a mesma
natureza má, quando eles entram na tarefa comum de nossas ocupações. Se fosse
permitido desempenhá-las, em nossos empreendimentos mundanos, seria permitido
desempenhá-las em nossas devoções. Mas, como nossos donativos não são um
serviço aceitável, a não ser quando procedem de uma intenção pura, assim nossa
ocupação comum não pode ser considerada um serviço para Deus, a não ser quando
é executada com a mesma fidelidade de coração'.
2. Isto nosso abençoado
Senhor declara, da maneira mais eficaz, naquelas fortes e compreensivas
palavras, que Ele explica, reforça, e se estende sobre, através desse capítulo
todo. 'Os olhos são a luz do corpo: se, portanto, teus olhos forem bons,
todo teu corpo será cheio de luz: mas, se teus olhos forem maus, todo teu corpo
estará na escuridão'. O olho é a intenção: o que o olho é para o
corpo, a intenção é para a alma. Como um conduz todos os movimentos do corpo,
assim o outro, aqueles da alma. Esse olho da alma é, então, único, quando ele
olha para uma única coisa somente; quando nós não temos outro objetivo, a não
ser, 'conhecer a Deus,e Jesus Cristo a quem ele enviou', -- para
conhecer a ele com afeições adequadas; amá-lo como Ele nos amou; agradar a
Deus, em todas as coisas; servir a Deus (como nós o amamos), com todo nosso
coração, e mente, e alma, e forças; e deleitarmo-nos em Deus, em tudo e nas
coisas do alto, no tempo e na eternidade.
3. 'Se
os teus olhos forem'',
assim, 'único'; assim, fixado em Deus, 'todo teu corpo será cheio de
luz'. 'Todo teu corpo'. –
tudo que é guiado pela intenção, como o corpo é pelo olho. Tudo o que você é;
tudo o que você faz; seus desejos, temperamentos, afeições; seus pensamentos,
palavras e ações. A totalidade desses 'deverá ser cheia de luz'; cheia
do conhecimento divino. Esta é a primeira coisa que podemos aqui entender por
luz. 'Em Sua luz, tu verás a luz'. 'Ele que, do passado, ordenou que
a luz brilhasse nas trevas, deverá brilhar em teu coração': Ele iluminará
os olhos do teu entendimento com o conhecimento da glória de Deus. Seu Espírito
revelará a ti as coisas profundas de Deus. A inspiração do Espírito Uno dará a
ti entendimento, e fará com que conheças a sabedoria secretamente. Sim. A unção
que tu recebestes dele 'irá habitar em ti e ensinar-te todas as coisas'.
Como a experiência confirma isto!
Até mesmo depois que Deus abriu os olhos de nosso entendimento, se nós buscamos
ou desejamos alguma coisa a mais do que Deus, quão breve nosso tolo coração é
enegrecido! Então, novamente as nuvens descansam sobre nossas almas. Dúvidas e
medos novamente nos oprimem. Somos sacudidos de lá para cá, e não sabemos o que
fazer; ou qual o caminho que devemos tomar. Mas, quando desejamos ou buscamos
nada mais, a não ser Deus, as nuvens e dúvidas desaparecem. Nós que 'estivemos,
algumas vezes, nas trevas, agora, somos luz no Senhor'. A noite agora
brilha como dia, e nós nos certificamos 'que o caminho correto é a luz'.
Deus nos mostrou o caminho, por onde devemos ir, e tornou claro o caminho
diante de nossa face.
4. A segunda coisa que nós podemos entender
aqui, por luz, é santidade. Enquanto buscas a Deus nas coisas, tu o encontras
em tudo; a fonte de toda santidade, continuamente preenchendo a ti, com sua
própria semelhança, com justiça, misericórdia e verdade. Enquanto tu olhas para
Jesus, e para Ele somente, tu és preenchido, com a mente que estava nele. Tua
alma é renovada, dia a dia, na busca da imagem Dele que a criou. Se o olho de
tua mente não for afastado dele; se tu resistes 'na busca dele que é
invisível'; buscando nada mais no céu ou na terra, então, como tu olhaste a
gloria do Senhor, tu serás transformado 'na mesma imagem, de glória em
glória, pelo Espírito do Senhor'.
E também é assunto de experiência
diária que, 'pela graça, nós somos' assim 'salvos pela fé'. É
pela fé que o olho da mente é aberta, para ver a luz do amor glorioso de Deus.
E, tanto quanto ela está firmemente fixada nisto, sobre Deus, em Cristo,
reconciliando o mundo em si mesmo, nós somos mais e mais preenchidos com o amor
de Deus e homem; com a humildade; gentileza; longanimidade; com todos os frutos
da santidade, que são, através de Jesus Cristo, para a glória do Deus, o Pai.
5. A luz que preenche a ele que tem
um olho bom, implica, em Terceiro Lugar, felicidade, tanto quanto santidade.
Certamente, 'a luz é doce e uma coisa agradável é ver o sol': Mas,
quanto mais, é ver o Sol da Retidão, continuamente brilhando sobre a alma! Se
existe alguma consolação em Cristo; se existe algum conforto de amor; alguma
paz que excede todo entendimento; se existe algum regozijo na esperança da
glória de Deus, eles todos pertencem àqueles que têm o olho puro [único]. Assim
é 'todo seu corpo cheio de luz'. Ele caminha na luz, como Deus está na
luz; regozijando-se, mais e mais; orando sem cessar; e em todas as coisas dando
graças; desfrutando do que quer que seja a vontade de Deus, concernente a ele,
em Jesus Cristo.
6.
'Mas, se teu olho for mau, todo teu corpo será cheio de escuridão'. 'Se
teu olho for mau': -- Nós vemos que não há meio termo entre um olho bom, e
um olho mau. Se o olho não é bom, então, ele é mau. Se a intenção, no que quer
que façamos, não for unicamente endereçada a Deus; se buscarmos alguma coisa
mais, então, 'nossa mente e consciência estarão corrompidas'.
Nossos olhos são maus se, em alguma
coisa que fazemos, nós almejamos uma outra finalidade do que Deus; se nós temos
alguma visão, a não ser conhecermos e amarmos a Deus; agradarmos e servimos a
Ele, em todas as coisas; se nós temos algum outro objetivo do que nos
regozijarmos em Deus, do que sermos felizes nele, agora e para sempre.
7. Se teu olho não estiver
unicamente fixado em Deus, 'todo teu corpo será cheio de trevas'. O véu
ainda deve permanecer sobre teu coração. Tua mente deverá ser mais e mais cega,
através 'do deus desse mundo', 'a fim de que a luz do glorioso Evangelho de
Cristo não possa brilhar sobre ti'. Tu serás cheio de ignorância e erro no
tocante às coisas de Deus; não sendo capaz de receberes ou de a discernires. E,
mesmo quando tu tens algum desejo de servir a Deus, tu estarás cheio de incerteza,
quanto à maneira de servi-lo; encontrando dúvidas e dificuldades em todo lado,
e não vendo algum caminho para escapar.
Sim. Se teu olho não for único; se
tu buscares algumas das coisas da terra, tu serás cheio de descrença e
iniqüidade; teus desejos, temperamentos, afeições, estarão fora de curso, permanecendo nas
trevas, sendo vis e inúteis. E tua conversa será pecaminosa, assim como teu
coração, não 'temperado com sal', ou 'apropriado para ministrar graça
junto aos que ouvem'; mas ineficiente, não proveitoso, corrupto e
repugnante para o Espírito Santo de Deus.
8. Ambas a destruição e
infelicidade estão em teus caminhos; 'já que o caminho da paz tu não
conheces'. Não existe paz, não a paz segura e sólida, para aqueles que não
conhecem a Deus. Não existe verdade, nem contentamento permanente para qualquer
um que não busque Ele com todo seu coração. Enquanto tu almejas quaisquer das
coisas que perecem, 'tudo que virá é vaidade'; sim; não apenas vaidade,
mas 'inquietação de espírito', e
ambos na busca e no desfrute também.
Tu que caminhas, de fato, na sombra
inútil, e te inquietas em vão. Tu que caminhas na escuridão que pode ser
sentida. Dormindo, mas sem conseguir descansar. Os sonhos da vida podem trazer
dor, e isto tu sabes; mas eles não podem trazer bem-estar. Não existe descanso
nesse mundo ou no mundo que há de vir, mas, apenas em Deus, o Pai de todos os
espíritos.
'Se a luz que está em ti for
escuridão, quão grande é esta escuridão!'. Se a intenção que deve iluminar toda
a alma; preenchê-la com conhecimento, e amor, e paz, e o que, de fato,
acontece, por quanto tempo ela é pura; por quanto tempo ela almeja a Deus
somente – se ela for escuridão; se ela almejar alguma coisa além de Deus, e,
conseqüentemente cobrir a alma com escuridão, em vez de luz; com ignorância e
erro; com pecado e miséria: Ó quão enorme será esta escuridão! Ela é a mesma
fumaça que sobe do abismo insondável! É a noite essencial que reina na
depressão profunda, na terá de sombra e morte!
9. Portanto,
'Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e
os ladrões minam e roubo'. Se você faz isto, é porque os seus olhos são
maus; não estão fixados unicamente em Deus. Com respeito à maioria dos
mandamentos de Deus, se relativo ao coração ou à vida, os ateus da África ou
América, se situam no mesmo nível daqueles que são chamados cristãos. Os
cristãos observam os mandamentos (alguns poucos, apenas, sendo exceção) muito
proximamente ao que os ateus observam.
Por exemplo: a generalidade dos nativos da Inglaterra, comumente chamados
cristãos, é tão abstinente quanto moderada, como a generalidade dos ateus perto
de Cabo e Boa Esperança. E assim os cristãos alemães e franceses são tão
humildes e tão virtuosos quando os índios Choctaw ou Cherokee.
Não
é fácil dizer, quando nós comparamos a maior parte das nações da Europa com
esses na América, se a superioridade se estenda de um lado ou de outro. Pelo
menos os americanos não têm muita vantagem. Mas nós não podemos afirmar isto
com respeito aos mandamentos agora diante de nós. Aqui o ateu tem uma adiantada
pré-eminência. Ele deseja e busca nada mais do que um alimento simples e um
vestuário simples para vestir. E ele busca isto apenas, dia a dia. Ele não
reserva; ele não armazena coisa alguma; a não ser tanto milho, de uma estação
do ano, quanto ele irá precisar antes que
aquela estação retorne.
Esse
mandamento, entretanto, os ateus, embora o desconheçam, o observam contínua e
prontamente. Eles armazenam para si mesmos, nenhum tesouro sobre a terra';
nenhum estoque de púrpura, ou fino linho; de ouro ou prata, que 'a traça e a
ferrugem podem consumir', ou 'os
ladrões minam e roubam'. Mas como os cristãos observam o que eles professam
receber como tal mandamento tem sido sempre dado ao homem. Mesmo os bons
cristãos, como eles são considerados por outros, e por si mesmos, não se
preocupam com isto.
Ele poderia bem estar ainda oculto
em seu Grego original, já que algum registro eles tomam dele. Em que cidade
cristã nós encontramos um homem de quinhentos anos que tenha o menor escrúpulo
de armazenar tanto tesouro quanto ele possa? – de aumentar seus bens, tanto
quanto seja capaz? Realmente, existem aqueles que não fariam isto injustamente;
existem muitos que não irão roubar, nem furtar; e alguns que não irão trapacear
seu próximo; mais ainda, que não irão tirar proveito tanto de sua ignorância
quanto de sua necessidade. Mas isto é completamente outro ponto. Mesmo esses
não têm escrúpulos da coisa, mas da maneira dela. Eles não têm escrúpulos de 'deitarem
tesouros na terra', mas de deitá-los, através da desonestidade. Eles não
começam desobedecendo a Cristo, mas numa brecha da moralidade pagã. De modo que
mesmo esses homens honestos não mais obedecem a esse mandamento do que um ladrão de estrada ou um ladrão que invade
residências. Mais ainda, eles não objetivaram obedecer isto. Desde a juventude
isto nunca entrou em seus pensamentos. Eles foram educados por seus pais,
mestres, e amigos cristãos, sem qualquer instrução, concernente a isto, afinal;
exceto se fosse este – violá-lo tão logo, e tanto quanto eles pudessem,
continuando a violá-lo, até o fim de suas vidas.
10. Não existe, no mundo, exemplo algum
de obsessão espiritual que seja mais espantoso do que este. A maioria desses
mesmos homens lê ou ouve a leitura Bíblica, -- muitos deles, todos os dias do
Senhor. Eles têm lido ou ouvido essas palavras, centenas de vezes, e, ainda
assim, nunca suspeitam que eles mesmos estão condenados por isso; mais do que
por aqueles que proíbem pais de oferecerem seus filhos ou filhas junto a Moloch
[ídolo fenício, para quem as crianças eram entregues em sacrifício]. Ó que Deus
possa falar, com sua própria voz; sua voz poderosa, para esses miseráveis que
enganam a si mesmos! Que eles possam, por fim soltarem-se das armadilhas do
diabo, e as escamas possam cair de seus olhos!
11. Você pergunta o que
significa 'deitar tesouros na terra?'. Será necessário examinar isto
completamente. E nos permita observar, primeiro, o que não é proibido nesse
mandamento, para que possamos, então, discernir claramente o que significa.
Nós não estamos proibidos nesse
mandamento:
1o. De 'provermos
coisas honestas aos olhos de todos os homens'; provermos recursos para que
possamos retribuir tudo que lhes é devido, -- o que quer que eles possam
justamente reclamar de nós. Longe disto, nós somos ensinados por Deus, a 'não
devermos coisa alguma a homem algum'. Nós devemos, portanto, usar de toda
diligência, em nosso chamado, com o objetivo de não devermos a homens; isto
sendo, não mais, do que uma lei clara da justiça comum, a qual nosso Senhor 'não
veio destruir, mas cumprir'.
2o. Nem o Senhor
nos proíbe aqui de provermos tais coisas, para nós mesmos, quando são
necessárias para o corpo; uma suficiência do alimento básico e saudável; e
vestuário discreto para vestir. Sim; é nossa obrigação, por quanto tempo Deus
coloca em nosso poder, providenciar essas coisas também; para que possamos 'comer
de nosso próprio pão', e não sermos onerosos para homem algum.
3o. Nem ainda,
estamos proibidos de provermos para nossos filhos, e para aqueles de nossa
própria família. Isto também é nosso dever fazer; mesmo que sobre os princípios
da moralidade pagã. Todo homem deve prover as necessidades básicas da
vida, para sua esposa e filhos; e colocá-los em condições de providenciarem
essas, para si mesmos, quando ele se for dali, e não mais puder ser visto. Eu
quero dizer com providenciar isto, prover as necessidades básicas da vida; não
regalos; nem superficialidades; -- e que, por meio do trabalho diligente deles;
já que não é obrigação do homem supri-los, e nem a si mesmo, com os meios da
luxúria ou ócio. Mas se algum homem não provém, tanto assim, para seus filhos
(tanto quanto para as viúvas de sua própria casa, das quais, Paulo fala
principalmente naquelas bem conhecidas palavras a Timóteo, ele praticamente
terá 'negado a fé, e será pior do que um infiel', ou ateu).
Por
último: Nós não estamos proibidos, por essas palavras, de economizar, de tempos
em tempos, o que é necessário para a sustentação de nosso trabalho secular; de
tal maneira e grau, a ser suficiente para responder os propósitos precedentes;
-- de tal maneira a, Primeiro, não dever a homem algum; Segundo, prover a nós
mesmos as necessidades da vida; e, Terceiro, suprir aqueles de nossa própria
casa, enquanto vivermos, e com os meios de conseguirem, por si mesmos, quando
tivermos ido para Deus.
12. Nós
podemos agora, discernir claramente (a menos que não estejamos dispostos a
discernir isto) o que está proibido aqui. É o procurar intencionalmente mais
dos bens do mundo, que irá responder aos propósitos precedentes; o trabalhar em
busca de uma maior quantidade de bens materiais; um grande acúmulo de ouro e
prata, -- armazenar além do que essas finalidades requerem, -- é o que está expressamente
e absolutamente proibido aqui. Se as palavras têm algum significado, afinal,
ele deve ser este; porque elas não são capazes de outro. Conseqüentemente,
aquele que não deve a homem algum; e tem alimento e vestuário para si mesmo e
sua família, junto com a suficiência para conduzir seu trabalho secular, dessa
forma, responde esses propósitos precedentes; entretanto, eu digo que, quem já
estiver, nessas circunstâncias, e ainda
assim, buscar uma maior porção na terra; estará vivendo uma declarada
negação habitual ao Senhor que o comprou. Ele está praticamente negado a fé, e
é pior do que um africano ou americano 'infiel'.
13. Ouçam isto, vocês, que habitam no mundo, e
amam o mundo, onde habitam. Vocês podem ser 'grandemente estimados por
homens'; mas vocês são 'uma abominação aos olhos de Deus'. Por quanto tempo, suas almas serão fiéis ao
pó? Por quanto tempo, vocês irão transportar, vocês mesmos, nessa argila
espessa? Quando vocês irão acordar e ver que os pagãos declarados e
especulativos estão mais perto do reino dos céus do que vocês? Quando vocês
serão persuadidos a escolher a melhor parte; esta que não pode ser tomada de
vocês? Quando vocês buscarão apenas 'armazenar tesouros no céu';
renunciando, temendo, e tendo repugnância de todos os outros? Se vocês almejarem 'juntar tesouros na
terra', vocês não estarão meramente perdendo seu tempo e gastando suas
forças, por aquilo que não é alimento:
já que qual é o fruto do sucesso de vocês?
- Vocês assassinaram suas próprias almas! Vocês extinguiram a última
centelha de vida espiritual nela! Realmente, em pleno vigor da vida, vocês estão mortos! Vocês são homens
viventes, mas cristãos mortos. 'Porque onde o tesouro de vocês está, lá
estarão também os seus corações'. O coração de vocês está submerso no pó,
suas almas aderidas ao chão. Suas afeições estão ficadas, não nas coisas acima,
mas nas coisas da terra; no pobre exterior, sem qualquer valor, e que pode
envenenar, mas não pode satisfazer um espírito eterno feito por Deus. O amor de
vocês; sua alegria; seus desejos estão em todos colocados nas coisas que
perecem ao uso. Vocês jogaram fora os tesouros do céu: Deus e Cristo estão
perdidos! Vocês obtiveram riquezas e o fogo do inferno!
14.
Ó 'quão dificilmente eles que têm riquezas devem entrar no reino de Deus!'.
Quando os discípulos de nosso Senhor ficaram atônitos de ouvi-lo falar assim,
Ele esteve tão longe de retroceder nisso, que repetiu a mesma verdade
importante, nos termos mais fortes do que antes. 'É mais fácil um camelo
passar pelo olho de uma agulha, do que para um homem rico entrar no reino de
Deus'. Quão difícil é isto para aqueles cujas mesmas palavras são
aplaudidas, não por serem sábias aos seus próprios olhos! Quão difícil não ver
felicidade em suas riquezas, ou nas coisas subordinadas a elas; em gratificar o
desejo da carne; o desejo dos olhos; o orgulho da vida! Quão difícil é para
eles não pensarem que são melhores do que o pobre, o simples, a massa inculta
de homens! O quanto não é difícil buscarem felicidade em suas riquezas, ou nas
coisas subordinadas a elas; na gratificação do desejo da carne, no desejo do
olho, ou o orgulho da vida! Ó, vocês que são ricos, como poderão escapar da
condenação do inferno? Apenas com Deus, todas as coisas serão possíveis!
15. E
mesmo que vocês não tenham sucesso, qual será o fruto de seu esforço, ao
juntarem tesouros na terra? 'Eles que serão ricos'; (eles que desejam;
que se esforçam em busca disso, quer tenham sucesso ou não), 'caem na
tentação, e na armadilha', -- numa cilada, no laço do diabo; 'e
entregam-se a luxúrias tolas e danosas'; desejos, com os quais a razão não
tem coisa alguma a fazer; desejos tais que não pertencem propriamente às
existências racional e imortal, mas apenas às bestas rudes que não têm
entendimento; -- 'que submergem os homens na destruição e perdição', na
miséria presente e eterna. Que nós possamos abrir nossos olhos, e vermos
diariamente as provas melancólicas disto, -- homens que, desejando,
decidindo-se serem ricos, sujeitando-se, em busca do dinheiro, a raiz de todo o
mal, já têm perfurado a si mesmos, com muitas tristezas, e antecipado o inferno
para o qual estão indo!
As
precauções, das quais os Apóstolos falam aqui são grandemente observáveis. Eles
não afirmam isto absolutamente do rico: porque um homem pode possivelmente ser
rico, sem qualquer falta sua; através da Providência dominante, obstruindo sua
própria escolha: Mas ele afirma isto daqueles que desejam buscar serem ricos.
As riquezas, perigosas como elas são, nem sempre 'levam os homens à
destruição e perdição'; mas o desejo de riqueza o faz: aqueles que
calmamente desejam e deliberadamente buscam se aterem a ela, quer consigam de
fato, ganhar o mundo ou não, infalivelmente, perderam suas próprias almas.
Estes são aqueles que vendem a Ele que os comprou com Seu sangue, por algumas
poucas peças de ouro ou prata. Esses entram em aliança com a morte e o inferno;
e suas alianças permanecem. Porque eles estão diariamente compartilhando suas
heranças com o diabo e seus anjos!
16.
Ó quem deverá
aconselhar essa geração de víboras a fugir da ira que está por vir! Não esses
que se deitam em seus portões, ou são servis aos seus pés, desejando serem
alimentados com as migalhas que caem de suas mesas. Não aqueles que cortejam
seus favores ou temem suas carrancas: nenhum desses que se dedicam às coisas
terrenas. Mas, se existe um cristão sobre a terra; se existe um homem que tem
dominado o mundo, que deseja nada, a não ser a Deus, e não tema a ninguém, mas
a Ele que é capaz de destruir ambos o corpo e sua alma no inferno; tu, Ó homem
de Deus, fala e não economiza; ergue a tua voz como uma trombeta! Grita alto, e mostra a esses honoráveis
pecadores as condições miseráveis em que se encontram! Pode ser, que um em mil,
possa ter ouvidos para ouvir; possa erguer-se e tirar de sobre si mesmo o pó;
possa abrir as algemas que o mantêm atado a terra, e por fim, armazenar tesouro
nos céus.
17. E se, alguns desses for, pelo
imenso poder de Deus, acordado, e perguntar, 'O que devo fazer para ser
salvo?', a resposta, de acordo com os
oráculos de Deus é clara, completa e rápida. Deus não diz a ti, 'Vende tudo
que possuis'. Realmente, Ele que vê o coração dos homens, vê que é
necessário dar a isto, um caráter peculiar, daquele do rico administrador
jovem. Mas ele nunca impõe uma regra geral para todos os homens ricos, em todas
as gerações sucessivas. Sua direção geral é, Primeiro, 'não sejas
presunçoso'. Deus não vê como o homem vê. Ele estima a ti, não por causa de
tua riqueza, grandeza ou equipagem; por qualquer qualificação ou habilidade que
seja direta ou indiretamente devido à tua prosperidade, que pode ser comprada
ou buscada por meio disto. Todos esses são para Ele como esterco e refugo: que
eles sejam assim para contigo também. Cuida-te para não pensares que tu sejas
um mínimo mais sábio e melhor, por causa de todas essas coisas. Pese a ti mesmo
em outra balança: estime a ti mesmo apenas pela medida da fé e amor que Deus
tem dado a ti. Se tu tens mais do conhecimento e amor de Deus do que ele, tu és
por esse motivo, e não outro, mais sábio e melhor, mais valoroso e honrado, do
que ele que está com os cães de teu rebanho. Mas se tu não tens esse tesouro,
tu és mais tolo, mais vil, mais verdadeiramente desprezível, eu não direi, do
que o servo mais inferior debaixo do seu teto, mas do que o mendigo deitado em
teu portão, cheio de feridas.
18. Em segundo Lugar, 'não
confia em riquezas incertas. Não confia nelas para ajuda: Não confia nelas
para a felicidade.
Primeiro. Não confia nelas para
auxiliar-te. Tu serás miseravelmente enganado, se tu buscares por isto em
ouro ou prata. Esses não serão mais capazes de fixar a ti acima do mundo, do
que de fixar a ti acima do diabo. Saibas que ambos, o mundo e o príncipe do
mundo, riem, afinal, de tais preparações contra eles. As riquezas serão de
pouco proveito, em dias de dificuldades constantes, se elas permanecem nas
horas penosas. Mas não é certo que elas irão permanecer; porque, muitas vezes,
elas 'criam asas e voam embora!'. Mas, se não, que apoio elas irão se
permitir, mesmo nas preocupações comuns da vida? O desejo de teus olhos, da
esposa de tua juventude, teu filho, teu filho único, ou o amigo que é como tua
própria alma, são levados embora de um só golpe. Irá tua riqueza reanimar a
argila sem vida, ou trazer de volta seu último habitante? Ela irá proteger-te
das doenças, enfermidades, dor? Essas coisas visitam os pobres, apenas? Ao
contrário: ele que alimenta teu rebanho, ou cultiva teu chão tem menos doenças
e dores do que você. Ele é mais raramente visitado por essas convidadas indesejáveis:
e se elas chegam, afinal, elas são mais facilmente dirigidas para fora de uma
pequena choupana, do que de um palácio no topo das nuvens. E durante o tempo em
que teu corpo é castigado com dores, ou consumido pela enfermidade, como teus
tesouros irão socorrer a ti?
19. Mas existe, à mão, uma
preocupação maior do que todas essas. Tu deverás morrer! Tu deves virar pó;
retornares ao chão do qual foste tomado, para misturar-te com a argila comum.
Teu corpo tornará a terra como era, enquanto teu espírito retornará para Deus
que o deu. E o tempo aproxima-se: os anos passam velozes, mesmo que em passos
silenciosos. Talvez, teu dia esteja longe de terminar: O meio-dia da vida, e as
sombras do entardecer comecem a descansar sobre ti. Tu sentes, em ti mesmo, uma
decadência aproximando-se. As primaveras da vida passaram a passos acelerados.
Agora que ajuda existe em tuas riquezas? Elas amenizam a morte? Elas tornarão
agradáveis estas horas solenes? Completamente o reverso! Ó morte, quão
amarga tu és para o homem que viveu apoiado em suas posses!'. Quão inaceitável é para ele esta terrível
sentença, 'Esta noite, tua alma será requerida de ti!'. – Ou as riquezas irão impedir o golpe
inoportuno, ou prolongar hora terrível? Elas poderão livrar tua alma, para que
ela não possa ver a morte? Elas poderão restaurar os anos que se passaram? Elas
poderão acrescentar, ao teu tempo determinado, um mês, um dia, uma hora, um
instante? – Ou as boas coisas que tu escolheste para tua porção aqui irão
seguir-te para o grande abismo? Não assim. Nu como vieste ao mundo; nu tu
deverás retornar.
Tuas
terras, tua mansão, tua agradável esposa,
Estes
tu deves deixar; é a sentença da natureza
Nenhuma
árvore, cujo plantio ostente tua vida
Salvo
o triste cipreste, espera tua tumba
Seguramente, não fossem essas
verdades muito simples para serem observadas, porque são muito simples para
serem negadas, nenhum homem que estivesse para morrer, iria possivelmente
confiar na ajuda de riquezas incertas.
20. E não confia nelas
para a felicidade: Porque também aqui, elas se revelarão 'enganosas se
consideradas atentamente'. Na verdade, isto, todo homem razoável pode
inferir do que já tem sido observado. Porque, se nem milhares de ouro e prata,
nem quaisquer das vantagens e prazeres adquiridos por meio deles, pode impedir
de sermos miseráveis, evidentemente se segue, que elas não poderão nos tornar
felizes. Que felicidade elas podem fornecer a ele que, em meio a tudo, sente-se
constrangido a clamar alto:
De fato, a experiência aqui é tão
completa, forte e inegável, que torna todos os outros argumentos
desnecessários. Apelemos, portanto, aos fatos. Os ricos e poderosos são os
únicos homens felizes? E cada um deles é mais ou menos feliz, na proporção da
medida de suas riquezas? Afinal, eles são felizes? Eu, a pouco, disse que eles
eram, de todos os homens, os mais miseráveis! Homens ricos, pelo menos uma
vez, fala a verdade de teu coração. Fala, por ti mesmo, e por teus irmãos!
Certamente, que confiar nas riquezas
para a felicidade é a maior tolice de todas que estão debaixo do sol! Estás tu
convencido disso? É possível que ainda esperes encontrar felicidade no
dinheiro, ou em tudo que ele pode proporcionar: O que! Podem a prata e ouro; o
comer e beber; cavalos, servos; vestuário resplandecente; e diversões e
prazeres (como são chamadas) fazer com que sejas feliz? Eles podem tão logo te
tornar imortal!
21. Essas são todas
aparências mortas. Não as leva em consideração. Confia no Deus vivo; e então, estarás a salvo
debaixo da sombra do Altíssimo; sua fidelidade e verdade serão teu escudo e
proteção. Ele é um socorro bem presente, nos momentos de aflição; tal ajuda que
nunca falha. Assim sendo, deverás dizer, se todos os teus amigos morreram, 'O
Senhor vive, e abençoado seja meu forte ajudador!'. Ele irá te lembrar que
quando tu estiveres doente acamado; quando a ajuda de homens for inútil. Quando
todas as coisas na terra não puderem dar suporte, ele 'afofará tua cama em
tua enfermidade'. Ele irá amenizar tua dor; as consolações de Deus farão com
que batas as mãos em chamas. E mesmo quando tua casa na terra estiver quase por
desmoronar; quando ela estiver preste a cair no pó, Ele irá ensinar-te a dizer,
"O, morte, onde está tua dor aguda? Ó, sepultura, onde está tua
vitória? Abençoado seja Deus que me deu 'a vitória através' de meu Senhor
'Jesus Cristo'".
Ó confia Nele para a felicidade,
assim como para a ajuda. Todas as fontes de felicidade estão Nele. Confia Nele 'que
nos deu todas as coisas ricamente para desfrutarmos', -- quem, de sua própria riqueza e livre
misericórdia, as segurou firme para nós, como em suas próprias mãos; para que,
as recebendo como seu dom, e como garantia de seu amor, pudéssemos desfrutar de
tudo que possuímos. É seu amor que nos deu o paladar de tudo que provamos, -- colocou
vida e doçura em tudo, enquanto cada criatura nos conduz para o alto para o
grande Criador, e toda a terra é uma escala para o céu. Ele transfunde as
alegrias, que estão em sua mão direita, em tudo que ele concedeu aos seus
filhos agradecidos; que, tendo camaradagem com o Pai, e com seu Filho, Jesus
Cristo, desfrutam Dele, em tudo e acima de tudo.
22. Em Terceiro Lugar, não busca
aumentar os bens materiais. 'Não junteis para' ti mesmo 'tesouros
na terra'. Este é um mandamento
claro e positivo; tão claro quanto - 'tu não deves cometer adultério'.
Como, então, é possível para um homem rico, ficar ainda mais rico, sem negar o
Senhor que o comprou? Sim; como pode algum homem que já tem o necessário da
vida ganhar ou almejar ainda mais, e estar sem culpa? 'Não junteis', diz o Senhor, 'tesouros na terra'. Se,
a despeito disto, você o faz, e armazena dinheiro ou bens, que 'as traças e
a ferrugem consomem, ou os ladrões mimam e roubam'. Se você adiciona casa a
casa; ou campo ao campo, -- por que você chama a si mesmo cristão? Você não
obedece a Jesus Cristo. Você não objetiva isto. Por que você denomina a si
mesmo por seu nome? 'Por que você chama a mim, Senhor, Senhor', diz ele mesmo, 'e não faz as coisas que eu
digo?'.
23. Se você perguntar: 'Mas o que
devo fazer com meus bens, vendo que tenho
mais do que tenho oportunidade de usar, se eu não posso armazená-los?
Posso jogá-los fora?'. Eu respondo: Se você jogá-lo ao mar; se você
atirá-los ao fogo, e consumi-los, eles terão melhor uso do que agora. Você não
poderá encontrar uma maneira tão prejudicial de jogá-los fora; de armazená-los
para a posteridade, ou juntá-los para si mesmos, em tolices e
superficialidades. De todos os métodos possíveis de jogá-los fora, esses dois
são os piores; os que mais se opõem ao Evangelho de Cristo, e os mais
perniciosos para sua própria alma.
Quão pernicioso para sua própria
alma é o último desses, tem sido excelentemente mostrado por um recente
escritor:
'Se nós gastamos nosso dinheiro,
nós não somos apenas culpados de desperdiçar um talento que Deus nos deu, mas
culpados de causarmos a nós mesmos um dano além, o de tornamos esse talento
útil, um meio poderoso de corromper a nós mesmos; gastando de maneira errada;
para sustentarmos alguns temperamentos errados, gratificando alguns desejos
vãos e irracionais, que como cristãos nós somos obrigados a renunciar'.
'Como sabedoria e habilidades não podem tão somente
ser menosprezadas, a não ser que exponham aqueles que as têm às tolices
maiores; então, o dinheiro não pode ser tão somente menosprezado, a não ser que
ele não seja usado de acordo com a razão e a religião, fazendo com que as
pessoas vivam uma vida mais tola e extravagante, do que elas poderiam ter
vivido sem ele. Se, por conseguinte, você não gasta seu dinheiro, em fazer o
bem a outros, você deverá gastá-lo para o prejuízo de si mesmo. Você agirá como
aquele que nega o cordial [medicamento
estimulante] para seu amigo doente, já que ele não pode beber, sem inflamar
seu sangue. Porque este é o caso do dinheiro supérfluo, se você o dá para
aqueles que precisam dele, é um medicamento estimulante; se você o gasta
consigo mesmo em alguma coisa, que você não precisa, é apenas para inflamar e
inquietar sua mente'.
"Ao usarmos as riquezas onde eles não têm uso
real; e nem nós mesmos temos alguma necessidade real, nós apenas as usamos para
nosso grande prejuízo, em criarmos desejos desmedidos, em alimentarmos
temperamentos doentios, em induzirmos às paixões tolas, e sustentando uma
mudança vã de mente. Porque comida e bebida dispendiosas, finas roupas e finas
casas, propriedades e equipagem, prazeres e diversões animadas. Todos eles
naturalmente causam dano e desordem ao nosso coração. Eles são o alimento e a
nutrição de todas as tolices e fraquezas de nossa natureza. Eles todos são o
suporte de alguma coisa que não deve ser sustentada. Eles são contrários àquela
sobriedade e devoção de coração que têm prazer nas coisas divinas. Existem
tantos pesos sobre a nossa mente, que nos tornam menos capazes e menos
inclinados a erguermos nossos pensamentos e afeições para as coisas do
alto".
'De maneira que, aquele dinheiro assim gasto, não é
meramente desperdiçado ou perdido, mas é gasto para propósitos maus e efeitos
miseráveis; para a corrupção e desordem de nossos corações; para nos tornar
incapazes de seguir as doutrinas sublimes do Evangelho. É como sonegar o
dinheiro do pobre para comprar veneno para nós mesmos'.
24. Igualmente
indesculpáveis são aqueles que armazenam o que eles não precisam para alguns
propósitos razoáveis: -
'Se um homem tivesse mãos, e olhos, e pés, que pudesse
dar para aqueles que têm necessidade deles; se ele os guardasse à chave em um
baú, em vez de dá-los aos seus irmãos que são cegos e aleijados, nós não
poderíamos justamente supor que ele é um patife inumano? Se ele, antes,
escolhesse entreter-se, juntando-os, do que se dar direito à recompensa eterna,
por dá-los àqueles que necessitam de olhos e mãos, nós não poderíamos
justamente considerá-lo louco?
'Agora o dinheiro tem a mesma natureza dos olhos e
pés. Se, portanto, nós o trancamos em um baú, enquanto o pobre e aflito precisa
dele para seu uso necessário, nós não estamos longe da crueldade daquele que
escolhe, antes, armazenar mãos e olhos do que dá-los para aqueles que
necessitam deles. Se nós escolhemos ajuntar, preferivelmente, do que nos darmos
direito a uma recompensa eterna, por dispormos de nosso dinheiro bem, nós somos
culpados de sua loucura que, antes, escolhe guardar, em um baú, olhos e mãos,
do que tornar a si mesmo, para sempre
abençoado, por dá-los àqueles que necessitam deles'.
25. Esta
não pode ser uma outra razão, porque os homens ricos tão dificilmente entram no
reino dos céus? A vasta maioria deles está debaixo de uma maldição; debaixo de
uma maldição peculiar de Deus; não obstante, no teor geral de suas vidas, essas
pessoas não estejam apenas roubando a Deus continuamente, apropriando-se e desperdiçando os bens do Senhor, e por esses
mesmos meios, corrompendo suas próprias almas; mas também roubando o pobre, o
faminto, o nu; causando injustiça à viúva e órfão; e tornando a si mesmas
responsáveis por todas as necessidades, aflições e infortúnio que elas podem
remover, mas não o fazem. Sim; será que
o sangue de todos esses que perecem, por necessitarem daquilo que elas tanto
economizam quanto gastam desnecessariamente, grita contra elas da terra? Ó que
relato terão eles dado a Ele que está pronto para julgar os vivos, e os mortos!
26. O caminho verdadeiro de empregar o
que vocês não necessitam para si mesmos, vocês podem, em Quarto lugar, aprender
daquelas palavras de nosso Senhor, que são a contraparte do que veio antes:
'Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e os
ladrões minam e roubo. Mas ajuntai tesouros nos céus, onde nem a traça, nem a
ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam'. Distribuam o
que quer que possas considerar em melhor segurança do que esse mundo pode
dispor. Ajuntem teus tesouros no banco dos céus; e Deus irá restaurá-los
naquele dia. 'Aquele que se compadecem dos pobres, emprestam a Deus; e
olhem: o que eles derem, lhes será pago novamente'. 'Coloca isto', diz Ele,
'em minha conta. Todavia, tu me deves a ti mesmo além!'
Dê ao pobre com um olho bom; com um
coração honesto, e escreva: 'Tanto foi dado a Deus'. Porque 'não
obstante, o que for feito ao menor desses meus irmãos, a mim será feito'.
Esta é a parte de uma 'administração
fiel e sábia': Não vender suas casas ou terras, ou suprimento principal,
sejam eles, mais ou menos; exceto, se alguma circunstância peculiar requeira
isto; e não desejar ou se esforçar para aumentá-los, mais do que desperdiçá-los
em vaidade; mas empregá-los totalmente naqueles propósitos sábios e razoáveis,
para os quais seu Senhor os tem depositado em suas mãos. O mordomo sábio,
depois de ter providenciado sua própria família com o que seja necessário para
a vida e santidade, faz a si mesmo amigos com tudo que sobra, de tempos em
tempos, do 'espírito de cobiça da iniqüidade, para que, quando ele cair,
eles possam recebê-lo nas habitações eternas', -- para que, quando quer que
seu tabernáculo terrestre seja dissolvido, eles que foram antes carregados para
o seio de Abraão, depois de terem comido de seu pão, e vestido a lã de seu
rebanho, e louvado a Deus pelo conforto, possam dar boas-vindas a ele no
paraíso, e na 'casa eterna de Deus, nos céus'.
27. Nós 'instruímos'
você, portanto, 'que é rico neste mundo', como tendo autoridade do
grande Senhor e Mestre, -- a habitualmente fazer o bem; viver em um curso de
boas obras. 'Seja misericordioso, como seu Pai que está nos céus é
misericordioso'; aquele que faz o bem, e não cessa. 'Seja
misericordioso', -- até onde? De acordo com o seu poder; com toda a
habilidade que Deus lhe deu. Faça esta sua única medida de fazer o bem; não
apenas axiomas desprezíveis, ou costumes do mundo. Nós instruímos você a 'ser
rico em boas obras'; quando você tiver muito, dar abundantemente. 'Livremente,
nós temos recebido. Livremente, damos'; assim é não juntar tesouros, a não
ser no céu. Esteja 'pronto para distribuir' a todos, de acordo
com a sua necessidade. Distribua amplamente; dê ao pobre; reparta seu pão com o
faminto; cubra o nu com uma vestimenta; entretenha o estranho; traga ou envie
alívio àqueles que estão na prisão. Cure o doente; não por milagre, mas através
da bênção de Deus, sobre sua assistência adequada. Permita que as bênçãos dele
que está pronto a perecer, pela necessidade, seja imputada a você. Defenda o
oprimido; advogue a causa do órfão; e faça o coração da viúva cantar de
alegria.
28. Nós exortamos você, em
nome do Senhor Jesus Cristo, a estar 'disposto a comunicar-se'; a ser do
mesmo espírito (embora não do mesmo estado exterior) daqueles crentes dos
tempos antigos, que permaneceram firmes, naquela abençoada e santa camaradagem,
onde 'ninguém dizia que alguma coisa era sua própria, mas eles tinham todas
as coisas em comunidade'. Seja um mordomo; um fiel e sábio administrador de
Deus e do pobre; diferindo deles nessas duas circunstâncias apenas: que suas
necessidades sejam, primeiro, supridas, fora da porção dos bens de seu Senhor,
que permanecem em suas mãos, e que você tenha a bem-aventurança de dar.
Assim,
'estabeleça para você mesmo um bom alicerce', não no mundo que agora
existe, mas, preferivelmente, 'para o tempo que há de vir, para que você
possa se agarrar à vida eterna'. O grande alicerce, na verdade, de todas as
bênçãos de Deus, se temporais ou eternas, é o Senhor Jesus Cristo, -- sua
retidão e sangue, -- o que Ele fez, e o que Ele sofreu por nós. E o 'outro
alicerce', nesse sentido, 'nenhum homem pode estabelecer'; não; nem
um Apóstolo; nem um anjo do céu. Mas, através de seus méritos; o que quer que
nós façamos, em seu nome, é alicerce para a boa recompensa naquele dia, em que 'cada
homem receberá o seu galardão, segundo as suas próprias obras'. Portanto, 'trabalhe, não para a carne que
perece, mas para o que preserva a vida
eterna'. Por conseguinte, o que quer que sua mão' agora 'encontre
o que fazer, faça-o com toda a sua força'.
Assim
sendo, que nenhuma ocasião justa passe desapercebida; agarra os momentos
dourados, quando eles fogem; tu, através dos poucos anos fugazes, asseguras a
eternidade!
'Sejas, tu,
pacientemente, persistente, em buscar a beneficência, para a glória, e
honra e imortalidade'.
Em uma execução constante, e zelosa de todas as boas obras; espera por aquela
hora feliz, quando o Rei dirá: Eu tive fome, e tu me deste de comer; eu tive
sede, e tu me deste de beber. Eu era um estranho, e tu me acolheste; nu, e tu
me vestiste. Eu estava doente, e tu me visitaste; eu estava na prisão, e tu
vieste me ver. -- Vem, abençoado de meu
Pai, recebe o reino preparado para ti desde a fundação do mundo!'.
[Editado por Jean Fogerson, estudante da
Northwest Nazarene College (Nampa, ID), com correções por George Lyons para
a Wesley Center for Applied
Theology.]
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