CRC morreu na idade madura de 150 anos porque quis. Antes da sua morte, ele modelou sua sabedoria oculta numa organização secreta que deveria existir por todos os séculos posteriores para salvar a humanidade. Esta sociedade era secreta porque tinha poder para curar. Ele foi sepultado numa caverna da Casa do Espírito Santo.
O relato do tratado afirma que um dos discípulos de CRC descobriu sua tumba em 1604 e descobriu inscrições estranhas e um manuscrito escrito com letras douradas. Sobre a porta da caverna havia uma inscrição, que foi interpretada como: "Em 120 anos eu voltarei." No interior da caverna, ele encontrou depositado um corpo perfeitamente conservado, vestido com as roupas dos rosacruzes.11
A descoberta do túmulo de CRC supostamente introduziu uma nova era.12 Os membros dessa fraternidade secreta foram chamados de rosacruzes. Eles afirmavam que nunca sentiam fome, que tinham poder oculto13 e que tinham tido também acesso a segredos perdidos da ciência e da medicina.
Esse é o núcleo do mito rosacruz, assim como a lenda de Hiram é o âmago da lenda maçônica. Após o aparecimento desse tratado, surgiu uma "mania" de literaturas rosacruzes em toda a Europa. Grande parte dela era fraudulenta. Contudo, um item merece a nossa atenção.
Em 1616 surgiu um livro intitulado "O Casamento Químico de Christian Rosenkreutz". Apesar de ser alegadamente narrado por CRC, seu autor foi um erudito de Tünbingen Johann chamado Valentin Andrae (nascido em 1586).14 O livro é a alegoria oculta de um casamento, no qual alguns dos convidados são assassinados e trazidos novamente à vida através da alquimia. Uma das personagens principais é uma mulher misteriosa chamada Virgo Lucífera.15 Seu nome significa "Virgem de Lúcifer".
O documento é tanto uma iniciação quanto uma alegoria da transformação alquímica. A alquimia é vital para o entendimento das profundezas do mal, dos quais descende a franco-maçonaria. Todavia, a alquimia é um assunto complicado; tudo o que precisamos saber para os nossos propósitos é que, tanto para os rosacruzes quanto para os maçons, a alquimia era o meio de produzir a pedra filosofal, que lhes daria a imortalidade. Ela os capacitaria a viver para sempre. Para os alquimistas, a vida eterna que buscavam era a imortalidade física real (uma paródia blasfema da vida eterna que Jesus oferece).16
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