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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

LUZ EM MEIO ÀS TREVAS

Preeminente entre os que foram chamados para dirigir a igreja das trevas do papado à luz de uma fé mais pura, acha-se Martinho Lutero. Zeloso, ardente e dedicado, não conhecendo outro temor senão o de Deus e não reconhecendo outro fundamento para a fé religiosa, além das Sagradas Escrituras, Lutero foi o homem para o seu tempo. Por meio dele Deus efetuou uma grande obra para a reforma da igreja e esclarecimento do mundo.
Com a idade de dezoito anos, entrou na Universidade de Erfurt. Memória retentiva, vívida imaginação, poderosa faculdade de raciocinar e aplicação incansável, colocaram-no logo em primeiro lugar entre seus companheiros. Um dia enquanto examinava os livros da Biblioteca da Universidade, Lutero descobriu uma Bíblia latina. Nunca dantes vira tal Livro. Ignorava mesmo sua existência. Tinha ouvido porções dos evangelhos e epístolas, que se liam ao povo ¡ no culto público e supunha que isso fosse a Escritura toda. Agora, pela primeira vez, olhava para o todo da Palavra de Deus. Com um misto de reverência admiração, folheava as páginas sagradas. Pulso acelerado e coração palpitante, lia por si mesmo as palavras de vida, detendo-se aqui e acolá para exclamar: "Oh! Quem dera Deus me desse tal livro!" - História da Reforma do Século XVI, D'Aubigné.
Um desejo ardente de se achar livre do pecado e encontrar a paz com Deus, levou-o afinal a entrar para um mosteiro e dedicar-se à vida monástica,. Exigiu-se-Ihe, ali, efetuar os mais humildes trabalhos e mendigar de porta em porta. Essas ocupações servis eram profundamente mortificadoras para os seus sentimentos naturais; pacientemente. porém, suportou a humilhação, crendo ser necessária por causa de seus pecados.
Acima de tudo se deleitava no estudo da Palavra de Deus. Todo momento que podia poupar de seus deveres diários, empregava-o no estudo. Achara uma Bíblia acorrentada à parede do convento e a ela, muitas vezes, recorria. Aprofundando-se suas convicções de pecado, procurou pelas próprias obras obter perdão e paz. Levava vida austera, esforçando-se por meio de jejuns, vigílias e penitências para subjugar os males de sua natureza, dos quais a vida monástica não o libertava. Dizia Lutero:
"Eu era na verdade um monge piedoso e seguia as regras de minha ordem mais estritamente do que possa exprimir. Se fora possível a um monge obter o Céu por suas obras monásticas, eu certamente teria direito a ele. Se eu tivesse continuado por mais tempo, teria levado minhas mortificações até a própria morte. "D'Aubige, livro 2, cap. 3
Mas com todos os seus esforços, a alma sobrecarregada não encontrou alívio. Finalmente foi arrojado às bordas do desespero.

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