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quarta-feira, 21 de março de 2012

AS COMPORTAS DIABÓLICAS JÁ ESTÃO ABERTAS

A doutrina de que os homens estão isentos da obediência aos mandamentos de Deus já tem debilitado a força da obrigação moral, abrindo sobre o mundo as comportas da iniqüidade. Ilegalidade, dissipação e corrupção nos assoberbam qual maré esmagadora. Na família Satanás está em atividade. Sua bandeira tremula, mesmo nos lares que se professam cristãos. Há invejas, suspeitas, hipocrisias, separação, emulação, contenda, traição de santos legados, satisfação das paixões. Todo o conjunto dos princípios e doutrinas religiosas, deveriam constituir o fundamento e arcabouço da vida social, assemelha-se a uma massa vacilante, prestes à ruir. Os mais vis dos criminosos, quando lançados nas prisões pelas suas faltas, tornam-se freqüentemente recebedores dádivas e atenções como se houvessem alcançado invejável distinção. Dá-se grande publicidade a seu caráter e crimes. A imprensa publica as minúcias revoltantes do vício, iniciando desta maneira outros na prática da fraude, roubo, assassínio. O enfatuamento do vício, a criminalidade, o terrível aumento da intemperança e iniqüidade de toda sorte e grau, devem despertar todos os que temem a Deus para que investiguem o que se pode fazer a fim de suster a maré do mal.
"Qualquer que guardar toda a lei e tropeçar em um ponto, tornou-se culpado de todos." Epístola de Tiago 2:10
Agora que Satanás não mais pode conservar o mundo sob seu domínio, privando-o das Escrituras, recorre a outros meios para realizar o mesmo objetivo. Introduzindo a crença de que a lei de Deus não mais vigora, leva os homens à transgressão, de um modo tão eficaz como se fossem completamente ignorantes acerca de seus preceitos. Apegando-se ao erro papal da imortalidade natural e consciência do homem na morte, rejeitaram a única defesa contra os enganos do espiritismo. A doutrina do tormento eterno tem levado muitos a descrer na Escritura Sagrada. E hoje, como nos séculos passados, está a operar mediante a igreja a fim de favorecer os seus desígnios. As organizações religiosas da época têm recusado ouvir as verdades impopulares claramente apresentadas nas Escrituras, e, combatendo-as, adotaram interpretações e assumiram atitudes que têm espalhado largamente as sementes do cepticismo. E, ao insistir com o povo acerca das reivindicações do quarto mandamento, verifica-se que a observância do sábado do sétimo dia é ordenada; e, como único meio de livrar-se de um dever que não estão dispostos a cumprir, declaram muitos ensinadores populares que a lei de Deus não mais está em vigor. Repelem, assim, a lei e o sábado juntamente. À medida que se estende a obra da reforma do sábado, esta rejeição da lei divina para evitar as reivindicações do quarto mandamento se tornará quase universal. Os ensinos dos dirigentes religiosos abriram a porta à incredulidade, ao espiritismo e ao desdém para com a santa lei de Deus; e sobre esses dirigentes repousa a terrível responsabilidade pela iniqüidade que existe no mundo cristão.
Todavia esta mesma classe apresenta a alegação de que a corrupção que rapidamente se alastra é atribuível, em grande parte, à profanação do descanso dominical, e que a imposição da observância do domingo melhoraria grandemente a moral da sociedade. Insiste-se nisto especialmente na América do Norte, onde a doutrina do verdadeiro sábado tem sido mais amplamente pregada. Ali, a obra da temperança, uma das mais preeminentes e importantes das reformas morais, acha-se freqüentemente combinada com o movimento em favor do descanso dominical, e os defensores do último agem como se estivessem a trabalhar a fim de promover os mais elevados interesses da sociedade; e os que se recusam a unir-se a eles são denunciados como inimigos da temperança e reforma. Mas o fato de que o movimento para estabelecer o erro se encontra ligado a uma obra que, em si mesma, é boa, não é argumento a favor do erro. Podemos disfarçar o veneno misturando-o com o alimento saudável, mas não mudamos a sua natureza. Ao contrário, torna-se mais perigoso o veneno, visto ser mais fácil que ele seja tomado inadvertidamente. É um dos ardis de Satanás combinar com a falsidade precisamente uma porção suficiente de verdade para que lhe dê caráter plausível. Os dirigentes do movimento em favor do domingo podem advogar reformas que o povo necessita, princípios que se acham em harmonia com a Escritura Sagrada; contudo, enquanto houver com eles uma exigência contrária à lei de Deus, Seus servos não se lhes irão unir. Nada os pode justificar de pôr à parte os mandamentos de Deus, optando pelos preceitos dos homens.

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