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domingo, 11 de março de 2012

LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA AMEAÇADA

O romanismo é hoje olhado pelos protestantes com muito maior favor do que anos atrás. Há crescente indiferença com relação às doutrinas que separam as igrejas reformadas da hierarquia papal e ganha terreno a opinião de que, em última análise, não diferimos tão grandemente em pontos vitais como se supunha e de que pequenas concessões de nossa parte nos levarão a melhor entendimento com Roma. Houve tempo em que os protestantes davam alto valor à liberdade de consciência a tão elevado preço comprada. Ensinavam os filhos a aborrecer o papado, e sustentavam que buscar harmonia com Roma seria deslealdade para com Deus. Mas quão diferentes são sentimentos hoje expressos!
Os defensores do papado asseveram que a igreja foi caluniada e o mundo protestante inclina-se a aceitar esta declaração. Muitos insistem em que é injusto julgar a igreja de hoje pelas abominações e absurdos que assinalaram seu domínio durante os séculos de ignorância e trevas. Desculpam sua horrível crueldade como sendo o resultado da barbárie dos tempos, e alegam que a influência da civilização moderna lhe mudou os sentimentos.
Olvidaram estas pessoas a pretensão da infalibilidade sustentada há oitocentos anos por este altivo poder? Longe de ser abandonada, firmou-se esta pretensão no século XIX de modo mais positivo que nunca dantes. Visto como Roma assevera que a igreja "nunca errou, nem, segundo as Escrituras, errará jamais" (História Eclesiástica Mosheim, livro 3, século XI, parte 2, cap. 2, nota 17), como poderá ela renunciar aos princípios que lhe nortearam a conduta nas eras passadas?
A igreja papal nunca abandonará a sua pretensão à infalibilidade. Tudo que tem feito em perseguição dos que lhe rejeitam os dogmas, considera ela estar direito; e não repetiria os mesmos atos se a oportunidade se lhe apresentasse? Removam-se as restrições ora impostas pelos governos seculares, reintegre-se Roma ao poderio anterior, e de pronto ressurgirá a tirania e perseguição.
Um conhecido escritor refere-se nos seguintes termos à atitude da hierarquia papal no que respeita à liberdade de consciência e aos perigos que ameaçam especialmente os Estados Unidos pelo êxito de sua política: "A Constituição dos Estados Unidos garante a liberdade de consciência. Nada se preza mais ou é de maior transcendência. O Papa Pio IX, na encíclica de 15 de agosto de 1854, disse: "As doutrinas ou extravagâncias absurdas e errôneas em defesa da liberdade de consciência, são erros dos mais perniciosos - uma peste que, dentre todas as outras, mais deve ser temida no Estado.' O mesmo Papa. na encíclica de 8 de dezembro de 1854, anatematizou "os que defendem a liberdade de consciência e de culto" e também, "todos os que afirmam que a Igreja não pode empregar a força."
"O tom pacífico usado por Roma nos Estados Unidos não implica mudança de coração. É tolerante onde é impotente. Diz o Bispo O'Connor: "A liberdade religiosa é meramente suportada até que o contrário possa ser levado a efeito sem perigo para o mundo católico."... O arcebispo de São Luís disse certa vez: "A heresia e a incredulidade são crimes; e em países cristãos como a Itália e a Espanha, por exemplo, onde todo o povo é católico e onde a religião católica é parte essencial da lei da nação, são elas punidas como os outros crimes."...
"Todo cardeal, arcebispo e bispo da Igreja Católica, presta para com o papa um juramento de fidelidade em que ocorrem as seguintes palavras: 'Combaterei os hereges, cismáticos e rebeldes ao dito senhor nosso (o Papa), ou seus sucessores e perseguí-los-ei com todo o meu poder' " Josiah Strong-Our Country cap.5, par. 2-4.
É certo que há verdadeiros cristãos na comunhão católico-romana. Milhares na dita igreja estão seguindo a Deus segundo a melhor luz que possuem. Não distinguem a verdade, nunca viram o contraste entre o verdadeiro culto prestado de coração e um conjunto de meras formas e cerimônias. Deus olha para estas almas com compadecida ternura, educadas como são em uma fé que é ilusória e não satisfaz. Fará com que raios de luz penetrem as densas trevas que as cercam. Revelar-lhes-á a verdade como é em Jesus.

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