A teoria da imortalidade da alma foi uma das falsidades que Roma tomou emprestadas do paganismo, incorporando-a à religião da cristandade. Martinho Lutero classificou-a entre:
"as monstruosas fábulas que fazem parte do monturo romano das decretais. " E. Petavel, "O Problema da Imortalidade", vol. 2 , pág. 225.
Comentando as palavras de Salomão no Eclesiastes, de que os mortos não sabem coisa alguma, diz o Reformador:
"Outro passo provando que os mortos não têm... sentimento. Não há ali, diz ele, deveres, ciência, conhecimento, sabedoria. Salomão opinou que os mortos estão a dormir e nada sentem, absolutamente. Pois os mortos ali jazem, não levando em conta nem dias nem anos mas quando despertarem, parecer-lhes-á haver dormido apenas um minuto. " Lutero, Exposição do Livro de Salomão, chamado Eclesiastes, pág. l52.
Sobre o erro fundamental da imortalidade inerente, repousa a doutrina da consciência na morte, doutrina que, semelhantemente à do tormento eterno, se opõe aos ensinos das Escrituras, aos ditames da razão e a nossos sentimentos de humanidade. Segundo a crença popular, os remidos no Céu estão a par de tudo que ocorre na Terra e especialmente da vida dos amigos que deixaram após si. Mas como poderia ser fonte de felicidade para os mortos o saber das dificuldades dos vivos, testemunhar os pecados cometidos por seus próprios amados e vê-los suportar todas as tristezas, desapontamentos e angústias da vida? Quanto da bem-aventurança celeste seria fruída pelos que estivessem contemplando seus amigos na Terra7 E quão revoltante não é a crença de que, logo que o fôlego deixa o corpo, a alma do impenitente é entregue às chamas do inferno! Em quão profundas angústias deverão mergulhar os que vêem seus amigos passarem á sepultura sem se acharem preparados, para entrar numa eternidade de miséria e pecado! Muitos têm sido arrastados à insanidade por este pensamento.
Que dizem as Escrituras com relação a estas coisas? Davi declara que o homem não se acha consciente na morte. "Sai-lhes o espírito e eles tornam em sua terra; naquele mesmo dia perecem os seus pensamentos." Salmos 146: Salomão dá o mesmo testemunho:
"Os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma. O seu amor, o seu ódio e a sua inveja já pereceram e já não têm parte alguma neste século, em coisa alguma do que se faz debaixo do Sol. Na sepultura, para onde tu vais, não há obra, nem indústria, nem ciência nem sabedoria alguma." Eclesiastes 9:5, 6 e 10.
Quando, em resposta à sua oração, a vida de Ezequiel a sua vida foi prolongada por quinze anos, o rei, agradecido, rendeu a Deus um tributo de louvor por Sua grande misericórdia. Nesse cântico ele dá a razão por assim se regozijar: "Não pode louvar-Te a sepultura, nem a morte glorificar-Te; nem esperarão em Tua verdade os que descem à cova. Os vivos. os vivos, esses Te louvarão, como eu hoje faço." Isaías 38:18,19. A teologia popular representa os justos mortos todos estando no Céu, admitidos na bem-aventurança e louvando a Deus com língua imortal; Ezequias, porém, não pôde ver tal perspectiva gloriosa na morte. Com suas palavras concorda o testemunho do salmista: "Na morte não há lembrança de Ti; no sepulcro, quem Te louvará" Salmos 6:5 ; "Os mortos não louvam ao Senhor, nem os que descem ao silêncio" 115:17.
"Porque os vivos sabem que hão de morrer mas os mortos não sabem coisa alguma. Não há obra, nem projeto, nem sabedoria alguma." Rei Salomão, Eclesiastes 9:5, 10.
Pedro, no dia de Pentecostes, declarou que o patriarca Davi "morreu e foi sepultado, e entre nós está até hoje a sua sepultura." "Porque Davi não subiu aos Céus." Atos 2:29 e 34. O fato de Davi permanecer na sepultura até a ressurreição, prova que os justos não ascendem ao Céu por ocasião da morte. É unicamente pela ressurreição, e em virtude de Jesus haver ressuscitado, que Davi poderá finalmente assentar-se à destra de Deus.
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