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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Arcadismo 3


Vida e Obras de Cláudio Manuel da Costa

láudio nasceu em Ribeirão do Cabo atual Mariana no sitio da Vargem do Itacolomi a 6 de julho de 1729, filho de pai português que se dedicava a mineração.
Iniciou seus estudos no Rio de Janeiro para mais tarde ser prosseguidos em Portugal. Após seus primeiros estudos com os jesuítas no Brasil, vai para Coimbra estudar direito em 1749. Por essa época toma contato com as idéias, iluministas e absorve o clima das primeiras manifestações arcádia, viveu um tempo em Lisboa onde entrou em contato com as novidades do Arcadismo. Retorna ao Brasil em 1754 e monta banca de advogado em Vila Rica e Mariana entre 1754 e 1758. Por duas vezes foi secretario do governo da capitania em MG, nomeado pelo Conde Borbadela em 1752.
Posteriormente foi nomeado juiz das demarcações de sesmarias do termo de Vila Rica. Em 1768 cercado pelo prestigio oficial e pela admiração de seus confrades foi o fundador da arcádia Ultramarina e publicou suas obras em Coimbra.
Em 1733 dedica o poema em Vila Rica à doutor José Antônio Freire de Andrade, mas não publica.
Respeitado por sua cultura era um liberal, que se deixava influenciar pelos filósofos do iluminismo, pelas teorias econômicas inglesas. Era também adepto da política reformista do Marquês de Pombal.
Como árcade Cláudio adotou o nome de Glauseste Satúrnio e foi poeta de gosto neoclássico empenhado em reviver as fórmulas do quinhentismo português.
Era realmente um homem muito rico, tinha clientela importante, muitos escravos e sociedade em minas de ouro, possuindo uma fazenda de criação de gado e de porcos, além de um negócio de grandes proporções de concessão de créditos. Sua espaçosa mansão em Vila Rica era ponto de reunião de intelectuais da capitania.
Em 1789, 25 de maio, já aos 60 anos foi preso como participante da Inconfidência Mineira. Pouco depois dos primeiros interrogatórios foi encontrado morto na prisão, casa dos contos em Vila Rica, Ouro Preto, em 4 de julho de 1789.
Tudo faz crê que sua morte, haja ocorrido por suicídio, embora historiadores afirmam também que Cláudio tenha sido envenenado, ou seja, assassinado, existem outros que afirmam que, a causa de sua morte seja de sofrimento amoroso.
E até hoje fica a dúvida: Homicídio ou Suicídio?
Foi Cláudio o primeiro a escrever sobre a ciência de economia política que apresentara à Europa o célebre escocês Adam Smith. Comentou Cláudio o tratado da origem das Riquezas das Nações, publicado em Edimburgo e escreveu além disso outras tantas obras que mereceram elogiosas criticas de toda parte.
Sua obra anterior a 1768 compõe-se de algumas poesias no estilo gongórico, escritas sob a influência jesuíticas. Desde aquela data procurou trabalhar sempre de acordo com o pensamento árcade, destacando-se por seus sonetos, perfeitos na forma e na linguagem. Os temas giravam em torna das reflexões morais das contradições da vida tão ao gosto dos poetas quinhentistas, percebendo-se neles uma marcante influência camoniana.
Cláudio escreveu numerosas obras e dentre elas estão: “Munúsculo Métrico” romance heróico em versos; “Labirinto de Amor”, poema; “Obras”, compreendendo romances, sonetos, epicédios, epístolas, etc.; “Vila Rica”, poema oferecido ao conde de Borbadela; “Memória História Geográfica da Descoberta das Minas”; “Saudação à Arcádia Ultramarina” etc.
Patrono da cadeira n° 2 da academia Brasileira de Letras, criada por Alberto de Oliveira, Cláudio é um dos poetas mais ilustres que produziu o solo americano.
Dentro da literatura, Cláudio é um poeta barroco em transição para a simplicidade do Arcadismo. Ele próprio sentiu na sua obra, as tendências para o sublime e os seu desejos de um estilo simples e pastoril.
O que se sente em Cláudio é um dilaceramento, real e não apenas poético, nascido nas asperezas das terras mineiras, terra modesta e inculta, foi educado nas artes, letras e leis da douta e famosa Coimbra.
A saudade o mantém preso à sua pátria de cultura, mas as suas raízes continuam fincadas na pátria de nascença, chão de pedra, ferro e ouro.
E assim o poeta se sente desajustado na própria terra inculta, tão distante da Universidade onde se formou. Aderindo às normas do Arcadismo coimbrão, ele não pode renunciar à rudeza de sua terra, à sua consciente ou inconsciente formação ‘mineira’. É uma posição não convencional mas vital: um poeta dividido entre a rusticidade do berço e a civilização da pátria intelectual. Indeciso entre as duas grandes forças de atração.

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