Pr. Marcelo Augusto
de Carvalho
Isa. 14.12-14
- Os
seres criados por Deus, antes do homem, viviam em perfeita harmonia e
felicidade por todo o Universo.
- Eram
de todas as estaturas, nobres, majestosos e formosos. Ostentavam a expressa
imagem de Jesus, e seu semblante irradiava santa alegria, que era uma expressão
da liberdade e felicidade do lugar onde viviam.
- Os
anjos, que também faziam parte destes seres, mas que de maneira especial
serviam a Deus em Seus trabalhos, gozavam desta mesma atmosfera.
- A
alegria dos anjos consistia em cumprir o propósito do Criador.
-
Lúcifer foi criado para dirigir a todos os anjos.
- Era o
maior, mais belo, mais poderoso e mais inteligente dos seres criados por Deus.
Seu semblante era suave e exprimia felicidade. Sua testa era alta e larga, sua
forma era perfeita, seu porte nobre e majestoso. Era o primeiro dos querubins.
Os raios da glória de Deus caíam sobre Ele quando estava à beira do trono de
Deus. Eze. 28.12-15.
- Mas
pouco a pouco ele veio a condescender com o desejo de exaltação própria.
- Ele
começou a achar que sua enorme glória vinha dele mesmo.
-
Arriscou-se a cobiçar a homenagem devida somente ao Criador.
-
Cobiçou o lugar de Jesus na trindade, pensando que aquele lugar privilegiado
deveria ser seu, e não de Cristo. Este ciúme começou quando Deus o Pai chamou
ao Filho para juntos criarem o homem, mas não o chamou. Ele desejava ser
consultado sobre a formação do homem.
-
Sentindo-se traído por Deus, abrigou em seu coração ressentimentos contra o
Criador, e discutiu suas idéias com os anjos.
- Os
demais anjos insistiram com Lúcifer de que ele estava equivocado.
- O
próprio Jesus apresentou-lhe a bondade e a justiça do Criador.
- O Pai
advertiu-o de suas equivocadas ações, mas tal ato apenas despertou nele
espírito de resistência.
-
Lúcifer passou a empenhar toda sua enorme capacidade em prol da luta aberta
contra o Criador, e do engano de seus
confederados.
- Antes
que se iniciasse uma luta, ou grande rebelião, o Pai convocou os exércitos
celestiais para que, na presença de Lúcifer, fosse apresentada a verdadeira
posição de Seu Filho, e mostrar a relação que Jesus mantinha para com todos os
seres criados.
-
Perante todos, O Pai declarou que ninguém, a não ser Cristo, poderia penetrar
inteiramente em Seus propósitos, e a Ele foi confiado executar os poderosos
conselhos de Sua vontade.
- Os
anjos alegremente reconheceram a supremacia de Cristo, e prostrando-se, o
adoraram felizes.
-
Lúcifer também curvou-se, adorou o Criador, pois seu ser ainda fremia de amor
por Ele.
- Mas
pouco tempo depois, voltou a ser tão arrogante como antes. Deixando a presença
de Deus, passou a difundir suais idéias de rebelião com os anjos.
- Por
algum tempo agiu em segredo, sob uma aparência de reverência para com Deus.
Dizia que:
1- Conquanto as leis divinas pudessem ser
necessárias aos habitantes dos mundos, os anjos não necessitavam de tais
restrições, pois eram mais elevados por natureza do que aqueles, e sua
sabedoria era um guia suficiente para eles.
2- Afirmou que era injusta a exaltação do
Filho, sem que ele também recebesse tal homenagem.
3- Que agora todos no universo haviam
perdido sua liberdade, pois Deus colocara sobre eles um governador absoluto:
Jesus Cristo.
4- E prometeu a todos que se ele fosse
colocado no governo do Universo, todos se beneficiariam, pois ele lhes daria
liberdade sem limites.
- O
Filho sempre fora Deus, e sempre estivera ligado ao Pai em seus conselhos e
obras. Aquela exaltação de Cristo fora feita apenas por causa das insinuações
de Lúcifer, bem no começo de sua rebelião. Quando Lúcifer foi criado, o Filho
já era Deus, pois sempre o foi.
-
Tirando vantagem da amável lealdade nele depositada pelos anjos que estavam sob
suas ordens, com muita sutileza Lúcifer infiltrou neles suas desconfianças e
descontentamento.
-
Astutamente levou-os a darem expressão aos seus sentimentos; depois ele repetiu
tais expressões quando lhe foi conveniente, justamente para provar que os anjos
estavam realmente descontentes com o governo de Deus.
-
Insistia ele que modificações na ordem e leis do Céu eram necessárias para a
estabilidade do governo divino.
-
Hipócrita e ostensivamente dizia que estava ele procurando remover o
descontentamento dos anjos, e reconcili-á-los à ordem do Céu.
- Seu
trabalho deu resultado, e muitos anjos ficaram a seu lado.
- Deus
suportou longamente a Lúcifer.
-
Provou-se que sua desafeição era sem causa, e fêz-se-lhe ver qual seria o
resultado de persistir em sua revolta.
-
Lúcifer estava convencido de que não tinha razão. Deus é justo, assim como
todas as suas leis.
- Ele
não tinha neste tempo repelido totalmente sua lealdade a Deus. Quase chegou à
decisão de voltar atrás; mas o orgulho o impediu disto.
- Era
sacrifício demasiado grande, para quem fora tão honrado, confessar que estivera
em erro, e ainda render-se à autoridade que ele procurara demonstrar ser
injusta.
- Deus
fez tudo para que ele se arrependesse. Mas ele apontou essa longanimidade como
uma prova de sua superioridade, como indicação de que o Rei do universo
acederia às suas imposições. Declarou que se os anjos continuassem firmes a seu
lado, poderiam ganhar tudo o que desejaram conquistar.
-
Persistentemente defendeu sua conduta, e entregou-se amplamente ao conflito
contra o seu Criador. Por isto tornou-se Satanás- o adversário de Deus. E
disse:
1-
Rejeitando com desdém os argumentos e rogos dos anjos fiéis, acusou-os de serem
escravos iludidos.
2-
Prometeu a todos os que o seguissem um governo novo e melhor, com liberdade sem
limites.
- Os
anjos fiéis instaram com ele e com os demais revoltosos, dizendo que:
1- Se assim continuassem, Deus poderia
subverter seu poder, e castigá-los terrivelmente;
2- Que nenhum anjo poderia com êxito
opor-se à lei de Deus;
3- Que buscassem a Deus por Seu perdão, sem
demora.
-
Muitos estiveram dispostos a voltar a trás. Mas Lúcifer disse-lhes:
1- Que haviam ido longe demais para
voltarem;
2- Que ele, que havia habitado na presença
de Deus, conhecia como ninguém a lei de Deus, e sabia que Ele não os perdoaria
jamais.
3- Que todos seriam despojados de sua
honra, e rebaixados de sua posição celestial;
4- E que ele estava disposto a continuar
rebelde para sempre.
-
Lúcifer realmente havia ido longe demais. Mas os demais rebeldes ainda tinham
chance de pleno perdão.
- Mas o
orgulho, o amor para com seu chefe, e o desejo de uma liberdade sem restrições
levou-os a acompanharem a Lúcifer até às últimas conseqüências. Foram 1/3 dos
anjos.
* Deus
poderia tê-los destruído naquele momento. Assim se livraria de muitos
problemas. Por que não o fez?
1- Era necessário que os planos de Lúcifer
se desenvolvessem plenamente para que todos pudessem ver sua verdadeira
natureza e tendência.
2- Lúcifer era grandemente amado pelos
seres celestiais, e forte era a sua influência sobre eles. Se fosse destruído,
muitos não entenderiam plenamente as ações de Deus.
3- Todos os atos de Lúcifer era tão
revestidos de mistério que era difícil descobrir a verdadeira natureza de sua
obra.
4- Antes que se desenvolvesse completamente
sua obra, não poderia mostrar a coisa ruim que era; sua desafeição não seria
vista como sendo rebelião.
5- Tudo que era simples ele envolvia em
mistério, e por artificiosa perversão lançava dúvida sobre as mais claras
declarações de Jeová.
6- Sua posição tão intimamente ligada ao
governo divino dava maior força a suas representações.
7- A discórdia que ele criara, lançou-a
sobre deus, dizendo que todo o mal era o resultado da administração divina.
8- Se fosse destruído, muitos serviriam a
Deus por medo de também serem destruídos se fossem rebeldes.
9- Para dissolver eternamente todas as
dúvidas quanto a Seu caráter e Sua lei, Deus não destruiu a Satanás, mas
permitiu que ele provasse suas mentiras.
- Foi
expulso do Céu, mas como ocorrera lá, pensou ele que poderia fazer nos outros
mundos habitados.
- Pena
que o mundo que aceitou suas mentiras foi o nosso.
- O
erro de Adão e Eva foi:
1- Dizer por sua ação que Deus havia sido
arbitrário com a liberdade deles;
2- Procurar essa liberdade maior comendo o
fruto;
3- Desejar conhecer o bem e o mal-
capacidade apenas divina.
4- Não confiar de que os planos divinos são
os melhores planos para a vida.
- Deus
permitiu que o pecado entrasse neste mundo. Assim todo o universo pôde estudar
a Deus e a Satanás pela sua interferência nas ações e história humana.
- A
maior prova de que Satanás estava errado foi a encarnação de Jesus:
1- Ele se humilhou tornando-se humano;
2- Ele provou a todos que é possível
observar a lei divina, não só em estado de santidade, mas entre as piores
situações pecaminosas que possam existir.
3- Ele provou que merecia ser exaltado
junto com o Pai por sua conduta filial durante Sua vida terrestre.
4- Ele provou que é amor pois morreu por
nós.
- Na
cruz, todas as simpatias que o Universo ainda sentia por Lúcifer acabaram. A
morte de Jesus decretou que Lúcifer estava derrotado, e uma data foi colocada
para sua sentença final.
- Nada
é mais claramente ensinado nas Escrituras do que o fato de não haver sido Deus
de maneira alguma responsável pela manifestação e os resultados do pecado.
- Todas
as desgraças e miséria que sofremos são planejadas e enviadas por Satanás.
- E
todas as vezes que blasfemamos dizendo que Deus é o culpado por nossas
tristezas, estamos nos unindo às mentiras diabólicas de Lúcifer.
- A
História humana também provou o que seria do Universo se os outros seres
aceitassem a Lúcifer como rei supremo: desgraça, miséria, doença, e morte.
- Após
o milênio, todas as nações da Terra e os demais mundos exclamarão: Deus é o
vencedor!
-
Cuidado com as tentações de Lúcifer. Ele anda ao redor de todos buscando
levar-nos a tomar seu lado.
-
Cuidado: muitas vezes vemos pessoas que estão totalmente tomadas por ele. São
os endemoninhados. Porém há muitos que nunca estiveram nessa situação, mas
fazem tudo o que Satanás deseja, pois dão ouvidos às suas insinuações. Deixam
que ele plante seu maldito caráter em seus corações. EX- os escribas, fariseus
e sacerdotes do tempo de Cristo. Estavam cheios da lei, e serviam a Deus, mas
davam total vazão aos piores sentimentos da natureza pecaminosa. Por isto,
mataram o Messias.
- Ser
Cristão é muito mais do que evitar o diabo: é seguir a Jesus Cristo!
Ilustração:
Certa vez, um pai foi com seu filhinho a uma lanchonete tomar um suco, em uma
tarde quente de verão. De repente, o filho saiu da guarda do pai, e atravessou
a rua. Um carro o atropelou instantâneamente. No velório, o pai, inconsolável,
pegou o pequeno caixão nos braços, foi até o pastor, e disse: Pastor, onde
estava Deus quando meu filho foi atropelado? Onde estava Deus que não veio
proteger esta inocente criança? Todos olharam comovidos esperando uma resposta
consoladora do pastor, que disse: Deus estava no seu lugar, pai, quando deu Seu
Filho inocente para morrer no meu, no seu, e no lugar de seu filhinho também.
Textos
referentes: Ezeq.28, Isa. 14.12-14, Apoc. 12, Gên. 3, I Cor. 4.9, Jó 1 e 2.
Fonte:
Patriarcas e Profetas, cap. Por que foi permitido o pecado.
Pr. Marcelo Augusto de
Carvalho SP 1998
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