Sobre o Sermão do Monte – Parte XI
John Wesley
'Entrai pela porta estreita;
porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos
são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho
que leva à vida, e poucos há que a encontrem'.(Mateus 7:13-14)
1.
Nosso Senhor, tendo nos alertado quanto aos perigos que facilmente nos atacam,
em nosso primeiro ingresso na religião; aos obstáculos que naturalmente surgem
nela; às maldades de nossos próprios corações; agora prossegue, para nos avisar
dos obstáculos de fora; particularmente, o mau exemplo e o mau conselho.
Através de um ou outro desses, milhares, que uma vez seguiram bem, retornaram
para a perdição; — sim, muitos desses que
não eram noviços na religião, e que fizeram algum progresso na retidão. A
precaução Dele, portanto, contra esses ele impõe sobre nós, com toda a
gravidade possível, e repete isto, várias vezes, nas mais variadas expressões,
a fim de que não permitamos, por
quaisquer que sejam os meios, que ela
passe desapercebida. Assim, Ele nos protege eficazmente contra a
primeira: 'Entrem', Ele diz, 'pela
porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à
perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado
o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem': Para nos assegurar
da última, 'Tomem cuidado', diz Ele, 'com os falsos profetas'.
Nós iremos, no momento, considerar apenas a primeira.
2. 'Entrem', diz nosso abençoado Senhor, 'pela
porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à
perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e
apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem':
3. Nessas palavras nós
podemos observar:
I. Primeiro, as propriedades
inseparáveis do caminho para a o inferno: 'Portão largo, caminho amplo, que
conduz à destruição, e muitos entram através dele'.
II. Em Segundo Lugar, as
propriedades inseparáveis do caminho para o céu: 'Estreito é o portão, e
poucos o encontram'.
III. Em Terceiro lugar, uma
exortação séria fundamentada nisso: 'Entrem pelo portão estreito'.
I
1. Nós
podemos observar, Primeiro, as propriedades inseparáveis do caminho para o
inferno: 'Largo é o portão, e amplo é o caminho que conduz à destruição. E
muitos existem que entram por ele'.
2. Largo é realmente o
portão, e amplo o caminho que conduz à destruição! Porque o pecado é o portão
do inferno, e a maldade o caminho para a destruição. E quão largo é o portão do
pecado! Quão espaçoso é o caminho da maldade! O 'mandamento' de Deus 'é
excessivamente amplo'; não se estendendo apenas a todas as nossas ações,
mas a cada palavra que sai de nossos lábios; sim, cada pensamento que surge em
nossos corações. E o pecado é igualmente amplo com o mandamento, uma vez que se
trata de pecado, qualquer brecha do mandamento. Sim, antes, é, milhares de
vezes, maior; já que existe apenas um caminho de manter o mandamento; porque
nós não o mantemos devidamente, a menos que a coisa feita, a maneira de
fazê-la, e todas as outras circunstâncias estejam de acordo: Por outro lado,
existem milhares de maneiras de romperem com cada mandamento; portanto esse
portão é amplo, de fato.
3. Para considerar isto um
pouco mais particularmente: quão amplos são aqueles pecados, dos quais todos os
demais derivam suas existências; — a mente carnal que é inimiga de Deus; o
orgulho do coração; a vontade própria; o amor ao mundo! Nós podemos fixar
alguns limites a eles? Eles não se difundem, através de nossos próprios
pensamentos, e se misturam com todos os nossos temperamentos? Eles não estariam
influenciando, mais ou menos, toda a massa de nossas afeições? Nós não podemos,
num exame íntimo e fiel de nós mesmos, perceber essas raízes de amargura,
continuamente brotando, infectando todas as nossas palavras, e corrompendo
todas as nossas ações? E quão inumeráveis frutos elas produzem, em todas as
épocas e nações! Suficientes, até mesmo, para cobrirem toda a terra com
escuridão e habitações desumanas.
4.
Ó quem é capaz de calcular seus frutos execráveis; contar todos os pecados,
quer contra Deus ou nosso próximo; não os que a imaginação poderia descrever,
mas os que podem ser motivo de experiência diária e melancólica? Nem precisamos
percorrer toda a terra para encontrá-los. Inspecionando qualquer um dos reinos;
uma simples região; ou município; ou cidade; e quão farta será esta colheita! E
estes, que estão assim espalhados, não se tratam de maometanos ou da escuridão
pagã; mas daqueles chamados pelo nome de Cristo, e que professam ver a luz de
seu glorioso Evangelho. Indo não muito além do reino ao qual pertencemos, a
cidade onde nós estamos agora!
Nós
nos denominados cristãos; sim, e estes da mais pura espécie: Nós somos
protestantes; cristãos reformados! Mas, ai de mim! Quem poderá continuar a
reforma de nossas opiniões, em nossos corações e vidas? Não existe um motivo?
Porque quão inumeráveis são nossos pecados; — e estes dos mais abjetos! Será
que as mais grotescas abominações, de
toda a espécie, não abundam entre nós, dia a dia? Os pecados, de toda a sorte,
não cobrem a terra, como as águas cobrem o mar? Quem poderá contá-los? Melhor
contar as gotas da chuva, ou as areias do ancoradouro. Então, 'largo é o
portão', assim 'amplo é o caminho que conduz à destruição!'.
5.
'E muitos existem que entram',
por aquele portão; muitos que caminham naquele caminho; — quase tantos quanto
entram para o portão da morte; os que mergulham nas câmaras das sepulturas.
Porque não pode ser negado, (embora nem nós podemos conhecer isto, a não ser
com a vergonha e tristeza do coração), que, mesmo nestas que são chamadas de
regiões cristãs, a generalidade de todas as idades e sexo, de toda profissão e
empreendimento; de todo nível e grau; alto e baixo; rico e pobre, estão
caminhando no caminho da destruição. A maior parte dos habitantes dessa cidade,
até esse dia, vive no pecado; em alguma transgressão palpável, costumeira e
conhecida da lei que eles professam observar; sim, em alguma transgressão
exterior; alguma espécie de descrença e iniqüidade grosseira e visível; alguma
violação declarada de suas obrigações; para com Deus ou homem. Esses, então,
ninguém pode negar, estão todos no caminho que conduz à destruição.
Acrescente
a esses, aqueles que têm um nome que, de fato, eles vivem, mas que nunca
estiveram vivos para Deus; aqueles que exteriormente parecem justos para os
homens, mas que interiormente estão cheios de imundície; cheios de orgulho e
vaidade; de ira ou desejo de vingança; de ambição ou cobiça; amantes de si
mesmos; amantes do mundo; amantes do prazer mais do que amantes de Deus. Esses,
na verdade, podem ser altamente estimados por homens; mas eles são uma
abominação para o Senhor; e quão grandemente irão esses 'santos do mundo'
aumentar o número dos filhos do inferno!
Sim,
acrescente a todos, o que quer que eles sejam na consideração de outros; o que
quer que eles tenham, mais ou menos, da forma da santidade; quem 'sendo
ignorantes da retidão de Deus, buscam estabelecer sua própria retidão', como
alicerce da reconciliação deles com Deus, e a aceitação Nele, e, em
conseqüência, não têm 'submetido a si mesmos à retidão que é de Deus',
pela fé. Agora, junte todas essas coisas, em uma só, quão horrível verdade é
aquela afirmação de nosso Senhor: 'Largo é o portão, e amplo o caminho que
conduz à destruição, e muitos são os que entram por ele!'.
6.
Nem isto diz respeito apenas ao rebanho vulgar, — à parte pobre, e simples, da
humanidade. Homens de eminência no mundo; homens que têm muitos campos e juntas de bóias, não desejam ser excluídos
desses. Pelo contrário, 'muitos homens sábios, segundo a carne', de
acordo com os métodos humanos de julgamento; 'muito consideráveis', no
poder, na coragem, na riqueza; muitos 'nobres', são chamados; chamados
para o caminho amplo, através do mundo, da carne e do diabo; e eles não são
desobedientes daquele chamado. Sim, quanto mais alto se erguem em suas fortunas
e poder, mais profundamente eles mergulham na iniqüidade. Quanto mais bênçãos
receberam de Deus, mais pecados cometem; usando suas honras ou riquezas; seu
aprendizado ou sabedoria, não como meio de operarem sua salvação, mas, antes,
de distinguirem-se no vício, e assim assegurarem sua própria destruição!
II
1. E
a mesma razão que muitos desses seguem, tão seguramente nesse caminho amplo, é
porque ele é amplo; não considerando que esta é a propriedade inseparável do
caminho para a destruição. 'Muitos existem', diz o Senhor, 'que
entram nele': pela mesma razão que eles deveriam fugir dele, mesmo 'porque,
estreito é o portão, e apertado o
caminho que conduz à vida, e poucos são os que o encontram'.
2. Esta é a propriedade
inseparável do caminho para o céu. Tão estreito é o caminho que conduz à vida -
à vida eterna, — tão estreito é o
portão, — que nada impuro; nada não santo, pode entrar. Nenhum pecador pode
passar, através daquele portão, até que ele seja salvo, de seus pecados. Não
apenas dos pecados exteriores, de sua 'conversa maldosa, recebida por
tradição de seus antepassados'. Não será suficiente 'cessar de praticar
o mal', e 'aprender a praticar o bem': Ele não deve apenas ser salvo
de toda ação pecaminosa, de todo o discurso diabólico e inútil; mas mudar
interiormente; renovar-se totalmente no espírito de sua mente: Do contrário,
ele não poderá passar através do portão da vida; ele não poderá entrar para a
glória.
3.
Porque, 'estreito é o caminho que conduz à vida'; o caminho da santidade
universal. Estreito, de fato, é o caminho da pobreza de espírito; o caminho do
murmurar santo; o caminho da humildade; daquela fome e sede em busca da
retidão. Estreito é o caminho da misericórdia; do amor verdadeiro; o caminho da
pureza de coração; de praticar o bem a todos os homens; e de alegremente sofrer
o mal; toda a forma de mal, por causa da retidão.
4. 'E
poucos existem que o encontram'.
Ai de mim! Quão poucos encontram, mesmo o caminho do pagão, honestamente! Quão
poucos existem, que não fazem ao outro o que eles não gostariam que fosse feito
a eles! Quão poucos são inocentados, diante de Deus, por agirem de acordo com a
injustiça ou indelicadeza! Quão poucos 'não ofendem com suas línguas';
não falam coisa alguma indelicada, e mentirosa! Que proporção pequena da
humanidade é inocente, mesmo das transgressões exteriores! E quão menor
proporção tem seu coração correto, diante de Deus, -- limpo e santo aos seus
olhos! Onde estão eles, a quem Seu olhar minucioso discerne serem
verdadeiramente humildes; abominando a si mesmos, no pó e cinza, na presença de
Deus seu Salvador, para ser profunda e firmemente sérios, sentindo suas necessidades,
e 'passando o tempo de sua permanência curta com medo'; verdadeiramente
humildes e gentis, nunca 'dominando o mal, mas sobrepujando o mal com o bem';
totalmente sedentos por Deus, e continuamente buscando a renovação em sua
semelhança? Quão escassamente eles estão espalhados sobre a terra; cujas almas
são engrandecidas no amor para com toda a humanidade; e que amam a Deus com
todas as suas forças; que deram a Ele seus corações, e desejam nada mais na
terra ou céu! Quão poucos são esses amantes de Deus e homens que gastam todas
as suas forças, em fazer o bem a todos os homens; e estão prontos para sofrer
todas as coisas, sim, morrendo em si mesmo, para salvar uma alma da morte
eterna!
5.
Mas, enquanto tão poucos são encontrados no caminho da vida, e tantos são
encontrados, no caminho da destruição, existe um grande perigo de que a
torrente de exemplos possa nos arrastar com eles. Mesmo um simples exemplo, se
ele estiver sempre à nossa frente, está apto a causar muita impressão sobre
nós; especialmente, quando ele tem a natureza do seu lado; quando ele incorre
em nossas próprias inclinações. Quão grande, então, deve ser a força de tão
numerosos exemplos, continuamente diante de nossos olhos; e todos conspirando
juntos com nossos próprios corações, para nos levar para baixo da correnteza da
natureza! Quão difícil deve ser represar a maré, e nos mantermos 'incólumes no mundo'.
6. O que aumenta a
dificuldade ainda mais, é que eles não são a parte rude e insensível da
humanidade, pelo menos, não esses somente, que nos apresentam o exemplo, que
enchem o caminho declinante, mas o polido; o bem educado; o sábio; os homens
que entendem o mundo; os homens de conhecimento; de aprendizado profundo e
diverso; o racional; o eloqüente! Esses são todos, ou quase todos, contra nós.
E como nós devemos nos colocar contra eles? As línguas deles não gotejam maná;
e eles não aprenderam todas as artes da sutil persuasão? — E de raciocínio
também; porque esses são versados em todas as controvérsias, e discussão oral.
Portanto, trata-se de uma pequena coisa, para eles, provarem que o caminho está
correto, porque é amplo; que ele que segue a multidão não pode fazer mal, mas
apenas aquele que não a segue; que o caminho de vocês deve estar errado, porque
é estreito, e porque existem poucos que o encontram. Esses irão tornar claro
para uma demonstração, que o mal é bom, e o bom é mal; que o caminho da
santidade é o caminho da destruição, e o caminho do mundo, o único caminho para
o céu.
7. Ó, como podem os homens
incultos e ignorantes manter sua causa contra tais oponentes! E ainda, esses
não são todos, com os quais eles devem contender; de qualquer modo, eles não
estão à altura para a tarefa: Porque existem muitos homens consideráveis,
nobres e poderosos, tanto quanto sábios, na estrada que conduz à destruição; e
esses têm um menor caminho de contestação, do que aquele da razão e argumento.
Eles usualmente recorrem, não ao entendimento, mas aos medos de alguém que se
oponha a eles; — um método que raramente fracassa, mesmo onde o argumento não
tem proveito algum, colocando-se no mesmo nível de competência de todos os
homens; porque todos podem temer, quer possam raciocinar ou não. E todos que
não têm uma confiança firme em Deus, uma esperança certa no seu poder e amor,
não podem deixar de temer dar algum desgosto a esses que têm o poder do mundo
em suas mãos. Qual a surpresa, portanto, se o exemplo desses é uma lei para
todos que não conhecem a Deus?
8. Muitos ricos estão igualmente no
caminho amplo. E esses recorrem às esperanças dos homens, e a todos os seus
desejos tolos, tão fortemente e efetivamente, quanto o poderoso e o nobre
recorrem aos seus medos. De modo que dificilmente você pode firmar-se no
caminho do reino, a menos que você esteja morto para tudo abaixo; a menos que
você esteja crucificado para o mundo, e o mundo crucificado para você; a menos
que você não deseje nada a não ser Deus.
9. Porque quão escuro, quão
desconfortável, quão proibitivo é o panorama do lado oposto! Um portão
estreito! Um caminho apertado! E poucos encontram o portão! Poucos caminham por
ele! Além do que, mesmo esses poucos não são homens sábios; não são homens de
aprendizado ou eloqüência. Eles não são capazes de raciocinar fortemente e
claramente: Eles não podem propor um argumento para alguma vantagem. Eles não
sabem como provar o que eles professam acreditar; ou explicar mesmo o que eles
dizem; o que eles experimentam. Certamente, tais defensores como esses nunca
irão recomendar, mas, antes, irão desconsiderar a causa que eles aderiram.
10. Acrescentem a estes, aqueles que
não são homens nobres e honrados: Se eles fossem, vocês poderiam tolerar suas
loucuras. Eles são homens de nenhum interesse, nenhuma autoridade, nenhuma
consideração no mundo. Eles são simples e comuns; inferiores na vida; e tal
como não têm poder, não têm desejo de causar dano a vocês. Portanto, não existe
nada, afinal, que deva ser temido deles; e não existe coisa alguma, afinal,
para se esperar: Uma vez que a grande parte deles pode dizer: 'Prata e ouro
eu não tenho'; pelo menos, uma quantia moderada. Mais ainda, alguns deles
dificilmente têm alimento, ou vestuário para colocar. Por essa razão, tanto
quanto porque seus caminhos não são iguais àqueles dos outros homens, falam mal
deles, em qualquer lugar; são menosprezados; eles têm seus nomes banidos como
prejudiciais; são variavelmente perseguidos; e tratados como a imundície e
refugo do mundo. De modo que, tanto os seus temores, as suas esperanças, e
todos os seus desejos (exceto aqueles que você têm imediatamente de Deus), sim,
todas as suas paixões naturais, continuamente inclinam você a retornar para o
caminho largo.
III
1.
Assim sendo, é que nosso Senhor tão sinceramente exorta: 'Entrem pelo portão
estreito'. Ou (como a mesma exortação está expressa em outra parte): 'Esforcem-se
para entrar', — 'lutem, como em agonia': 'Porque muitos', diz nosso
Senhor, 'o buscarão, esforçando-se indolentemente, 'e não serão
capazes'.
2. É
verdade, que Ele anuncia o que pode ser considerada uma outra razão para o fato
de não serem capazes de entrar, nas palavras que imediatamente se seguem a
essas. Porque, depois de ter dito: 'Em verdade, eu lhes digo, que muitos
buscarão entrar, e não serão capazes'; Ele anexa: 'Quando o pai de
família se levantar, e cerrar a porta, e vocês começarem, de fora', —
permanecer do lado de fora parece ser apenas uma expletiva elegante [partícula,
palavra ou frase desnecessária ao enunciado estrito, mas que confere ênfase ou
colorido à linguagem]
— 'a bater à porta, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos; e, respondendo Ele,
lhes disser: Não sei de onde vocês são; apartem-se de mim, vocês todos que
praticam a iniqüidade. Ali haverá choro e ranger de dentes' (Lucas
12:24-28).
3. Pode parecer, numa visão
superficial dessas palavras, que a demora para buscar, afinal, preferivelmente,
à maneira deles buscarem, era a razão porque eles não eram capazes de entrar.
Mas isto é, em efeito, a mesma coisa. Eles eram, portanto, ordenados a partir,
porque eles tinham sido 'trabalhadores da iniqüidade'; porque eles tinham
caminhado na estrada larga; em outras palavras, porque eles não tinham se
afligido 'para entrarem pelo portão estreito'. Provavelmente, eles
buscaram, antes que a porta fosse fechada; mas não foi o suficiente: E eles se
esforçaram, depois que a porta foi fechada; mas, então, era tarde demais.
4. Portanto,
se esforcem, nesse seu dia, 'para entrar pelo portão estreito'. E com esse objetivo, coloquem, em seus
corações; e permitam que predomine, em seus pensamentos, que vocês estão no
caminho largo; que vocês estão o caminho que conduz à destruição. Se muitos vão
com vocês, tão certo quanto Deus existe, eles, assim como vocês, estão indo
para o inferno! Se vocês estão caminhando como a generalidade dos homens
caminha, vocês estão caminhando para o abismo sem fim! Muitos dos sábios,
ricos, poderosos ou nobres estão viajando com vocês nesse mesmo caminho? Por
esse sinal, sem ir mais longe, vocês sabem que ele não conduz à vida. Aqui está
uma regra resumida, clara e infalível, antes de vocês entrarem nos particulares.
Em qualquer profissão que vocês estejam engajados, vocês devem ser singulares,
ou serão condenados! O caminho para o inferno não tem nada singular nele; mas o
caminho para o céu é singularidade em seu todo. Se vocês moverem, a um passo
que seja, em direção a Deus, vocês não serão como os outros homens. Mas não se
esqueça disto. É muito melhor permanecerem sós, do que caírem em um abismo.
Corram, então, com perseverança, a corrida que se coloca diante de vocês,
embora suas companhias sejam poucas. Não será sempre assim. Mais algum tempo, e
vocês terão 'a inumerável companhia de anjos, para a assembléia geral da
Igreja de seu primogênito, e os espíritos dos homens justos que se tornaram
perfeitos'.
5.
Agora, então, 'esforcem-se para entrar no portão estreito', sendo
penetrados com o mais profundo senso do inexprimível perigo, em que suas almas
estão, enquanto vocês estiverem no caminho largo, -- por quanto tempo, vocês
evitarem a pobreza de espírito, e toda
aquela religião interior, que os muitos ricos, e sábios, consideram loucura. 'Esforcem-se
para entrar'; sendo perfurados com a tristeza e vergonha por terem, por
tanto tempo, corrido com a multidão insensata, extremamente negligenciando, se
não, desprezando, aquela 'santidade, sem a qual é impossível algum homem ver
ao Senhor'. Esforcem-se, como em agonia do temor santo, a fim de que 'a
promessa feita a vocês de fazerem parte do que restou, mesmo daquele
'restante que permanece para o povo de Deus', vocês não possam, todavia,
'alcançar'. Esforcem-se fervorosamente, com 'gemidos que não podem ser
articulados'. Esforcem-se, orando sem cessar; em todos os momentos,
erguendo seus corações a Deus, e dando a eles nenhum descanso, até que vocês
'acordem em busca da santidade Dele', e estejam 'satisfeitos com ela'.
6. Para concluir: 'Esforcem-se
para entrar no portão estreito', não apenas, através dessa agonia da alma,
da convicção, da tristeza, da vergonha, do desejo, do medo, da oração
incessante; mas igualmente, ordenando sua conversa corretamente, caminhando com
todas as suas forças, em todos os caminhos de Deus; o caminho da inocência; da
devoção e da misericórdia. Abstenham-se da aparência do mal: Façam todo o bem
possível a todos os homens: Neguem a si mesmo, a sua vontade própria, em todas
as coisas, e tomem suas cruzes diariamente. Estejam prontos a cortar a sua mão
direita; a arrancarem seu olho direito, e atirá-lo para longe de vocês; sofrer
a perda dos bens, dos amigos, da saúde, e todas as coisas na terra, assim vocês
poderão entrar para o reino dos céus!.
[Editado
por Diane Williams, estudante da Northwest Nazarene College (Nampa, ID), com
correções de George Lyons para a Wesley
Center for Applied Theology.]
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