Pesquisar este blog

quinta-feira, 15 de março de 2012

PRIMEIRAS "LEIS DE ENCERRAMENTO" *

* No original: "BLUE LAWS" - Leis puritanas muito severas outrora em vigor nos EUA (Nova Inglaterra); regulamentação do trabalho, comércio e diversões aos domingos. A expressão vem entre aspas por se tratar de anacronismo, visto que se refere, no texto, às primeiras leis dominicais que ordenavam o encerramento de atividades seculares para a guarda do domingo.
Durante algum tempo, o sábado continuou a ser considerado como dia de repouso. Lenta e seguramente, porém, se foi efetuando a mudança. Com o firme estabelecimento do papado, a obra da exaltação do domingo continuou. Aos que se achavam em cargos sagrados era vedado proceder, no domingo, a julgamentos em qualquer questão civil. Logo depois, ordenava-se a todas as pessoas, de qualquer classe, abster-se do trabalho usual, sob pena de multa aos livres. e açoites no caso de serem servos. Mais tarde foi decretado que os ricos fossem punidos com a perda da metade dos bens: e, finalmente, que, se obstinassem, fossem escravizados. As classes inferiores deveriam sofrer banimento perpétuo.
Recorreu-se também aos milagres. Entre outros prodígios foi referido que estando um lavrador, em dia de domingo, a limpar o arado com um ferro para em seguida lavrar o campo, o ferro cravou-se-lhe firmemente na mão, e durante dois anos ele o carregou consigo, "para a sua grande dor e vergonha".Historical and Practical Discourse on the Lord's Day, Francis West, pág. 174. (Discurso Histórico e Prático sobre o Dia do Senhor)
Mais tarde o Papa deu instruções para que o padre da paróquia admoestasse os violadores do domingo, e fizesse com que fossem à igreja fazer suas orações, não acontecesse trouxessem eles alguma grande calamidade sobre si mesmos e os vizinhos. Mostrando-se insuficientes os decretos dos concílios, foi rogado às autoridades seculares que promulgassem um edito que inspirasse terror ao povo, e o obrigasse a abster-se do trabalho no domingo. Num sínodo realizado em Roma, todas as decisões anteriores foram reafirmadas, com maior força e solenidade. Foram também incorporadas à lei eclesiástica, e impostas pelas autoridades civis, através de quase toda a cristandade. Heylyn, História do Sábado, parte 2, cap. 5, sec. 7.
A ausência de autoridade escriturística para a guarda do domingo ainda ocasionava não pequenas dificuldades. O povo punha em dúvida o direito de seus instrutores de deixarem de lado a positiva declaração de Jeová: "o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus ", para honrar o dia do Sol. A fim de suprir a falta de testemunho bíblico. foram necessários outros expedientes. Um zeloso defensor do domingo, que pelos fins do século XII visitou as igrejas da Inglaterra, encontrou resistência por parte de fiéis testemunhas da verdade; e tão infrutíferos foram os seus esforços retirou-se do país por algum tempo, em busca de meios para fazer valer os seus ensinos. Ao voltar. a falta foi suprida, em seus trabalhos posteriores obteve maior êxito. Trouxe consigo um rolo que dizia provir do próprio Deus, e conter a necessária ordem para a observância E do domingo, com terríveis ameaças para amedrontar o desobediente. Este pretensioso documento - Fraude tão vil como a instituição que a apoiava, dizia-se meramente haver caído do Céu, e sido achado em Jerusalém, sobre o altar de S. Simeão, na Gólgota. Mas, em realidade, o palácio pontifical em Roma foi a fonte donde procedeu. Fraudes e falsificações para promover o poderio e prosperidade da Igreja tem sido, em todos os séculos, consideradas lícitas pela hierarquia papal.
Mas, apesar de todos os esforços para estabelecer a santidade do Domingo, os próprios romanistas publicamente confessavam a autoridade divina do sábado, e a origem humana da instituição pela qual foi ele suplantado. No século , dezesseis. um concílio papal declarou francamente: "Lembrem-se todos os cristãos de que o sétimo dia foi consagrado por Deus, recebido e observado, não, é somente pelos judeus mas por todos os outros que pretendiam adorar a Deus, embora nós, os cristãos, tenhamos mudado o Seu sábado para o dia do Senhor, (domingo)". Thomas Morer Discouse in Six Dialogues on the Name, Notion, , and Observation of the Lord's Day, págs. 281, 282.
Os que estavam a se intrometer com a lei divina, não ignoravam o caráter de sua obra. Achavam-se deliberadamente colocando-se acima de Deus. A Palavra de Deus ensina que estas cenas devem repetir-se, quando os católicos romanos e protestantes se unirem para a exaltação do domingo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário