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domingo, 24 de novembro de 2013
Ismael Nery
Descendente de índios, negros e holandeses, Ismael Nery, tinha dois anos de idade quando sua família se fixou no Rio de Janeiro; aos 15, matriculou-se na Escola Nacional de Belas-Artes, da qual foi aluno rebelde e displicente. Ao contrário de Di Cavalcanti, Tarsila e Vicente do Rego Monteiro, Ismael Nery buscava o universal: nunca o preocupou a eventualidade de uma pintura brasileira. Por outro lado, em toda a sua obra assoma um só tema: a figura humana. Foi, na verdade, um clássico, cevado na profunda admiração que devotava a Ticiano, Tintorreto, Veronese e Rafael - admiração que estendeu a
Chagall, Max Ernst e Picasso. Em sua produção, pouco extensa - cerca de cem óleos, apenas, e de um milheiro de aquarelas, guaches e desenhos, distinuem-se três fases: a expressionista, de 1922 a 1923; a cubista, de 1924 a 1927 e a surrealista, de 1927 ao fim da vida. Se artisticamente o período expressionista-cubista é o mais importante e fecundo (influência de Picasso), o último, marcado por Chagall, é historicamente o de maior relevo, tendo sido Ismael o introdutor do surrealismo entre nós.
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