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segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Sobre o Sermão do Monte – Parte I



John Wesley

'Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos: E ele abriu sua boca, e falou com eles dizendo': "Abençoados sejam os pobres de espírito: para eles será o reino dos céus. Abençoados são aqueles que choram: porque eles serão consolados". (Mateus 5:1-4)

1. Nosso Senhor tinha 'percorrido quase toda a Galiléia', (Mateus 4:23), começando no tempo 'em que João havia sido lançado na prisão' (Mateus 4:12), não apenas 'ensinando em suas sinagogas, e pregando o Evangelho do reino', mas igualmente, 'curando toda forma de enfermidade, e todas os tipos de doenças entre o povo'. Foi como conseqüência natural disto, que 'o seguiu uma grande multidão: da Galiléia, de Decápolis, de Jerusalém, da Judéia, e da região além do Jordão' (Mateus 4:25). 'E vendo a multidão', que nenhuma sinagoga poderia conter, mesmo que houvesse alguma à mão, 'ele foi para as montanhas', onde havia um lugar para todos que vieram até ele, de todos os cantos. 'E, quando ele se assentou', como era costume dos judeus, 'seus discípulos vieram até ele. E ele abriu sua boca', (uma expressão denotando o começo de um discurso solene), 'e ensinou a eles, dizendo:' --

2. Vamos observar, quem é este que está aqui falando, e poderemos dar atenção ao que ouvimos: Trata-se do Senhor dos céus e terra; o Criador de tudo; que,. como tal, tem o direito de dispor de todas suas criaturas; o Senhor, nosso Governador, cujo reino é para sempre, e reina sobre tudo; o grande Legislador; quem pode bem impingir todas as suas leis, sendo 'capaz de salvar e de destruir', sim, punir com a 'destruição eterna, de sua presença e da glória de seu poder'. Trata-se da Sabedoria eterna do Pai, que sabe para o que fomos feitos, e entende nossa mais íntima estrutura: que conhece como nos posicionamos com relação a Deus; ao outro; a todas as criaturas que Deus tem feito, e, conseqüentemente, como adaptar cada lei que ele prescreve, para todas as circunstâncias nas quais ele tem nos colocado.

Trata-se daquele, que 'ama cada homem; cuja misericórdia é sobre todas as suas obras'; o Deus do amor, que tendo esvaziado a si mesmo de sua glória eterna, veio de seu Pai declarar sua vontade para com todos os filhos dos homens, e, então, retornou ao Pai; aquele que é enviado de Deus 'para abrir os olhos do cego, e dar luz àqueles que estão na escuridão'. É o grande Profeta do Senhor, concernente a quem Deus declarou solenemente muitos anos atrás: 'E será que qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu o requererei dele'. (Deut. 18:19), ou como o Apóstolo expressa: 'Toda a alma que não ouvir este Profeta, deverá ser destruído de entre as pessoas'. (Atos 3:23).   

3. E o que Ele está ensinando? O Filho de Deus, que veio dos céus, está aqui mostrando-nos o caminho para o céu; para o lugar que Ele tem preparado para nós; a glória que Ele tem, mesmo antes do mundo. Ele nos está ensinando o verdadeiro caminho para a vida eterna; o caminho real que nos conduz ao reino; e o único caminho verdadeiro, -- já que não existe outro além; todos os demais conduzem à destruição. Do caráter do Orador, nós estamos bem seguros de que ele tem declarado a perfeita e completa vontade de Deus. Ele não tem afirmado coisa alguma mais – nada mais do que ele recebeu do Pai; nem muito menos, -- Ele não tem evitado declarar toda a deliberação de Deus; muito menos, ele tem afirmado alguma coisa errada; alguma coisa contrária à vontade daquele que o enviou. Todas as suas palavras são verdadeiras e corretas, concernentes a todas as coisas, e deverão permanecer para sempre e sempre.

Nós podemos facilmente notar, que, em explicar e confirmar esses dizeres fiéis e verdadeiros, ele toma cuidado para refutar não apenas os erros dos Escribas e Fariseus, que, então, faziam comentários falsos, por meio dos quais os professores judeus daqueles tempos tinham pervertido a Palavra de Deus, mas todos os erros práticos, os quais eram inconsistentes com a salvação, que poderiam se levantar na Igreja Cristã; todos os comentários, por meio dos quais os Professores Cristãos (assim chamados) de alguma época ou nação poderiam perverter a Palavra de Deus, e ensinar às almas descuidadas a buscar a morte no erro de suas vidas.

            4. E daí, nós somos naturalmente conduzidos a observar, quem eram aqueles que Ele está ensinando. Não apenas aos Apóstolos; se assim fosse, ele não precisaria ter ido até as montanhas. Uma sala na casa de Mateus, ou algum de seus discípulos poderia conter todos os Doze. Nem, de forma alguma, parece que os discípulos que vieram até ele eram apenas os Doze. Sem colocar qualquer ênfase sobre a expressão, pode ser entendido que se trata de todos os que desejaram aprender dele Mas, para colocar isto fora de toda questão, e tornar inegavelmente claro que, onde é dito, 'Ele abriu sua boca e ensinou a eles', a palavra eles inclui toda aquela multidão que seguiu com Jesus até a montanha, nós precisamos observar os versos conclusivos do Capítulo sétimo: 'E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se admirou da sua doutrina, porquanto os ensinava com autoridade e não como os escribas'. (Mateus 7:28-29).

E não apenas para aquela multidão que estava com Ele no monte, aos quais Jesus agora ensinava o caminho da salvação; mas a todos os filhos dos homens; toda a raça da humanidade; os filhos que já nasceram; e todas as gerações que estavam por vir; mesmo para o fim do mundo, e aos que nunca ouviram palavras como esta na vida. 

            5. E isto todos os homens concordam, com respeito a algumas partes do discurso resultante. Nenhum homem, por exemplo, nega que o que ele disse de pobreza de espírito refere-se a toda a humanidade. Mas muitos têm suposto que outras partes, dizem diretamente apenas aos Apóstolos, ou aos primeiros Cristãos, ou aos Ministros de Cristo; e nunca foram designadas para a generalidade dos homens que, conseqüentemente, não tinha coisa alguma a ver com elas, afinal.

            Mas nós não podemos justamente inquirir, quem foi que disse isto a eles - que algumas partes concernem apenas aos Apóstolos, ou aos Cristãos da era apostólica, ou aos Ministros de Cristo? Expor afirmações não é uma prova suficiente para estabelecer um ponto de tão grande importância. Então, foi o próprio nosso Senhor que nos ensinou que algumas partes do discurso não dizem respeito à toda a humanidade? Se tivesse sido assim, sem dúvida, Ele teria nos dito; Ele não poderia ter omitido uma informação tão necessária. Mas ele nos disse dessa forma? Onde? No próprio discurso? Não! Aqui não existe a menor insinuação disto. Ele teria dito em algum outro lugar? Em alguma outra parte dos seus discursos? Nenhuma palavra que sugira isto nós podemos encontrar em alguma coisa que ele tenha falado – tanto para as multidões, quanto para os discípulos. Algum dos Apóstolos, ou outros escritores inspirados deixaram tal instrução registrada? Não tal coisa. Nenhuma afirmação desse tipo é encontrada em todos os oráculos de Deus. Quem, então, são os homens que são mais sábios do que Deus? – tão sábios que estão acima do que está escrito?  

6. Talvez eles irão dizer que a razão da coisa requer tal restrição a ser feita. Se for assim, deve ser sobre um desses dois relatos; porque, sem tal restrição, o discurso seria aparentemente absurdo, tanto quanto contradiria alguma outra escritura. Mas este não é o caso. Claramente irá aparecer, quando nós estivermos examinando as diversas particularidades, que não há absurdo, afinal, em aplicar tudo o que nosso Senhor tem aqui entregue para toda a humanidade. Nem irá inferir qualquer contradição a qualquer coisa que ele tenha entregue; nem a alguma outra escritura tão pouco. Mais ainda: irá aparecer, mais além, que todas as partes desse discurso devem ser aplicadas a todos os homens em geral, e não parte deles; vendo que eles estão todos conectados; todos unidos como as pedras em uma colunata; as quais você não pode tirar uma fora, sem destruir toda a estrutura.

            7. Nós podemos, por fim, observar, como nosso Senhor ensina aqui. E, certamente, como em todo o tempo, e, particularmente neste, Ele fala¸'como nenhum homem falou antes'. Nem como os homens santos do passado; embora eles também falassem, 'como que movidos, pelo Espírito Santo'. Nem como Pedro, ou Tiago, ou João, ou Paulo: eles eram realmente sábios arquitetos em suas igrejas; mas, ainda assim, nos patamares da sabedoria divina, o servo não é como seu Senhor. Não; nem mesmo como ele próprio, em algum outro tempo, ou em alguma outra ocasião. Não parece que fosse sempre seu objetivo, em algum outro momento ou lugar, estabelecer, de uma só vez, todo o plano de sua religião; nos dar um panorama completo do Cristianismo; para descrever amplamente a natureza daquela santidade, sem o que nenhum homem poderá ver o Senhor. Ele tem realmente descrito, em milhares de ocasiões diferentes, as ramificações particulares disto; mas nunca antes, além daqui, ele forneceu, deliberadamente, uma visão geral do todo. Mais ainda, nós não temos coisa alguma como esta, em toda a Bíblia; a menos que alguém exclua aquele pequeno esboço de santidade entregue por Deus, naquelas Dez Palavras, ou Mandamentos de Moisés, no monte Sinai. Mas, mesmo aqui, quão larga diferença existe entre um e outro! 'Porque também o que foi glorificado, nesta parte, não foi glorificado, por causa desta excelente glória. (2Cor 3:10).

8. Acima de tudo, com que amor surpreendente, o Filho de Deus revela aqui a vontade de seu Pai para o homem! Ele não nos traz novamente 'para o monte que queima com fogo, nem para a negridão, e escuridão e tempestade'. Ele não fala como quando ele 'trovejou dos céus'; quando o Altíssimo 'despejou seus trovões, granizos e carvões de fogo'. Ele agora se dirige a nós com sua voz ainda pequena, -- 'Abençoados', ou felizes, são os pobres em espírito'. Felizes são os que choram; os mansos; aqueles que têm fome de retidão; os misericordiosos; os puros de coração: Felizes em seus resultados; no caminho; felizes nessa vida; e na vida eterna! Como se ele tivesse dito: 'Quem é ele que, entregando-se à luxúria para viver, com prazer, verá bons dias? Observem: eu mostro a vocês aquilo que suas almas almejam! Vejam o caminho que vocês buscaram, tanto tempo, em vão; o caminho do deleite; o caminho da calma; da paz jubilosa; do paraíso abaixo e do paraíso acima!',

            9. Ao mesmo tempo, com que autoridade ele ensina! Bem poderiam eles dizer: 'Não como os escribas'. Observem a maneira, o servo de Deus; não como Abraão, seu amigo; não como algum dos Profetas; nem como quaisquer dos filhos dos homens. É alguma coisa mais do que humana; mais do que pode concordar algum ser criado. Ele fala, como um Criador, afinal! Um Deus; um Deus visível! Sim; o Uno; o Onisciente; Jeová; o Onipotente; o Supremo; o Deus que está sobre todos, abençoado para sempre!

            10. Esse discurso divino, entregue, no método mais excelente, com todas as partes subseqüentes, ilustrando aquelas que precedem, é, comumente, e não impropriamente, dividido em três ramificações principais: A Primeira, contida no quinto, -- A segunda, no sexto, -- e a Terceira, no sétimo capítulo. 

            I – Na Primeira, a soma de toda a religião verdadeira é colocada, em oito pormenores, que são explicados e guardados contra as interpretações falsas do homem, nas partes seguintes do quinto capítulo.

            II – Na Segunda, estão as regras para aquele propósito correto, que nós deveremos preservar, em todas as nossas ações exteriores; não misturadas com desejos mundanos, ou cuidados ansiosos, até mesmo, para com as necessidades da vida.

            III – Na Terceira, estão as precauções contra as principais obstruções da religião, estritas com uma aplicação do todo. 

I

1. Nosso Senhor, Primeiro, estabelece a soma de toda religião verdadeira em oito pormenores, que ele explica e guarda contra as interpretações falsas dos homens, para o final do quinto capítulo.

Alguns têm suposto que ele designou, nesses, apontar os diversos estágios do curso cristão; os passos que um cristão toma sucessivamente em sua jornada para a terra prometida; -- outros, que todas as particularidades aqui colocadas pertencem, todo o tempo, a todos os cristãos. E por que nós não podemos aceitar tanto uma, quanto a outra? Que inconsistência existe entre elas? Sem dúvida, é verdade que, tanto a pobreza de espírito, quanto todos os outros temperamentos que estão aqui mencionados, são encontrados, em um grau maior ou menor, o tempo todo, e em todo cristão real. E é igualmente verdade que o Cristianismo verdadeiro sempre começa na pobreza de espírito, e segue na ordem aqui colocada, até que o 'homem de Deus seja feito perfeito'. Nós começamos com o menor desses dons de Deus; ainda que não para desistir disso, quando somos por Deus, para irmos para mais alto: Mas o que já temos alcançado, seguramos firmes, 'enquanto prosseguimos, para o que ainda está mais à frente, para as mais altas bênçãos de Deus em Jesus Cristo.

2. O fundamento de tudo é a pobreza de espírito: Aqui, por conseguinte, nosso Senhor começa: 'Abençoados', diz ele,' são os pobres de espírito;porque deles é o reino dos céus'.            

Não se pode supor, que nosso Senhor olhou aqueles que estavam ao redor dele, e, observando que os ricos não estavam lá, mas os pobres do mundo, ele aproveitou a oportunidade de fazer uma transição das coisas temporais para as espirituais. 'Abençoados', diz ele, (ou felizes, -- então, a palavra poderia exprimir ambos os significados, neste verso e nos versos seguintes) 'são os pobres de espírito'. Ele não diz, eles que são pobres, como circunstâncias exteriores, -- não sendo impossível, que alguns desses possam estar tão longe da felicidade quanto um monarca encima de seu trono; mas, por 'pobre em espírito', -- eles que, quaisquer que sejam as circunstâncias exteriores, têm aquela disposição do coração que é o primeiro passo para a felicidade real e substancial, tanto neste mundo, quanto naquele que está para vir.

            3. Alguns têm julgado que, pobres em espírito, são aqueles que amam a pobreza; aqueles que estão livres da cobiça; do amor do dinheiro; que temem, preferivelmente, a desejarem, as riquezas. Talvez, eles tenham sido induzidos a assim julgarem, através de um completo confinamento de seus pensamentos ao sentido exato do termo; ou por considerarem aquela observação convincente de Paulo de que 'o amor ao dinheiro é a raiz de todo o mal'. E, daí, muitos têm se privado totalmente, não apenas das riquezas, mas de todos os bens materiais. Daí, também, os votos de pobreza voluntária que parece ter-se erguido na Igreja Papista; supondo-se que, tão eminente degrau dessa fundamental graça deva ser um passo largo em direção ao 'reino dos céus'.

Mas esses não parecem ter observado, Primeiro, que a expressão de Paulo deve ser entendida com alguma restrição; do contrário, não é verdadeira; já que o amor ao dinheiro não é a raiz, ou a única raiz, de todo o mal. Existem milhares de outras raízes do mal no mundo, como as tristes experiências diárias mostram. Seu significado pode apenas ser que ele é a raiz de muitos males; talvez, mais do que algum vício sozinho. – Em Segundo lugar, que esse sentido da expressão 'pobre de espírito', de modo algum se adequará ao presente objetivo de Nosso Senhor, que é estabelecer o alicerce geral, sobre o qual toda a estrutura do Cristianismo pode ser construída; um objetivo que poderia ser, de maneira alguma, respondido precavendo-se de um único vício em particular: assim sendo, mesmo que esse fosse suposto ser uma parte do seu significado, não poderia possivelmente ser o todo. – Em Terceiro Lugar, não se poderia supor que esta seja uma parte do seu significado -  a menos que nós o responsabilizemos com tautologia [vício de linguagem que consiste na repetição de idéias] declarada: Vendo que, se a pobreza de espírito fosse apenas liberdade da cobiça; do amor do dinheiro; ou do desejo dos ricos, iria coincidir com o que Ele menciona, logo depois; seria apenas uma ramificação da pureza de coração. 

            4. Quem, então, são os 'pobres de espírito?'.  Sem dúvida, os humildes; eles que conhecem a si mesmos; que estão convencidos do pecado; aqueles a quem Deus tem dado aquele primeiro arrependimento, que é anterior à fé em Cristo.

            Algum desses já não pode dizer, 'Eu sou rico, e próspero nos bens materiais, e não preciso de nada'; agora que ele sabe que é 'vil, e pobre, e miserável, e cego, e nú'. Ele está convencido que é, de fato, pobre espiritualmente; tendo nenhum bem espiritual habitando nele. 'Em mim', ele diz, 'não habita coisa boa', mas o que quer que seja pecaminoso e abominável. Ele tem um profundo sendo da repugnante podridão [o Sr. Wesley usa a expressão lepra - que é hoje um termo preconceituoso] do pecado, que foi trazido com ele desde o útero; que se espalhou por toda a sua alma, e corrompeu totalmente todo o poder e faculdade nela.

Ele vê, mais e mais, os temperamentos maus que brotam da raiz da pecaminosidade; do orgulho e arrogância do espírito; da inclinação constante de pensar em si mesmo, mais do que deveria pensar; da vaidade; da sede de estima e honra que vem dos homens; do ódio ou inveja; do ciúme e vingança; da ira; malícia; ou amargura; da animosidade nata, contra Deus e homem, que aparece de dez mil formas; do amor do mundo; da vontade própria; dos desejos tolos e danosos, que  penetram no mais íntimo de sua alma. Ele está consciente do quão profundamente ele tem ofendido, através de sua língua; se não, por palavras profanas, insolentes, inverídicas, ou indelicadas; ainda assim, através de discursos que não são 'bons para o uso da edificação', não 'apropriados para ministrarem graça aos que ouvem', o que, conseqüentemente, era, na consideração de Deus, corrupto e aflitivo ao seu Espírito Santo. Suas obras diabólicas estão agora igualmente à sua vista: se ele diz delas, elas são mais do que ele é capaz de expressar. Melhor pensar no número dos pingos da chuva, das areia do mar, ou dos dias da eternidade.

Sua culpa está agora, diante de sua face: Ele conhece a punição que ele tem merecido; ela seja, apenas, um relato de sua mente carnal; a inteira e universal corrupção de sua natureza; quanto mais, um relato de todos os desejos e pensamentos pecaminosos; de todas as palavras e ações pecadoras! Ele não pode duvidar, por um momento, que o menor desses merece a condenação ao inferno --, 'o remorso que não morre; e o fogo que nunca é extinto'. Acima de tudo, a culpa de 'de não crer no nome do único Filho criado de Deus', cai pesada sobre ele. Como, diz ele, eu poderei escapar; aquele que 'negligenciou tão grande salvação?'. 'Ele que não crê já está condenado', e 'a ira de Deus habita nele'.    

            6. Mas o que poderá ser dado em troca da sua alma, que foi confiscada para a justa vingança de Deus? 'Com o que ele deverá se apresentar diante do Senhor?'. Como ele deverá pagar o que deve? Tivesse ele, desse momento em diante, cumprido a obediência mais perfeita a todos os mandamentos de Deus, isto não faria qualquer reparo a um simples pecado; a cada ato de desobediência do passado; vendo que ele deve a Deus todos os serviços que ele é capaz de executar, desse momento, até a eternidade: Pudesse ele pagar isto, não faria, de qualquer maneira, emendas ao que ele deve ter feito anteriormente. Ele se vê, por conseguinte, totalmente desamparado com respeito à expiação de seus pecados passados; inteiramente incapaz de fazer qualquer reparo a Deus; a pagar qualquer resgate por sua própria alma.

            Mas, se Deus pode perdoá-lo de tudo o que se passou, apenas nesta única condição - a de que ele não peque mais; que para o tempo que está por vir, ele obedeça inteiramente e constantemente a todos os seus mandamentos; ele bem sabe que isto não seria de proveito algum, uma vez que esta é uma condição que ele nunca cumpriria. Ele sabe e sente que ele não é capaz de obedecer, até mesmo, os mandamentos exteriores de Deus; já que esses não podem ser obedecidos, enquanto seu coração permanece, na pecaminosidade e corrupção natural; porquanto uma árvore má não pode produzir bons frutos. Ele não pode limpar um coração pecador: Para o homem, isto é impossível: De maneira que ele está inteiramente perdido; até mesmo, em como começar a caminhar, nos caminhos dos mandamentos de Deus. Ele não sabe como dar um passo adiante neste caminho. Cercado pelo pecado, e tristeza, e medo, e não encontrando caminho para escapar, ele só pode clamar: 'Senhor, salve, ou perecerei!'.

            7. Pobreza de espírito, então, como ela implica no primeiro passo que nós tomamos na corrida que se apresenta diante de nós, ela significa a justa sensação de nossos pecados interiores e exteriores, e de nossa culpa e impotência. Isto, alguns têm disformemente intitulado de 'a virtude da humildade'; assim, nos ensinando que estarmos orgulhos do saber faz com que mereçamos a condenação! Mas a expressão de nosso Senhor é completamente de outro tipo; transmitindo nenhuma idéia ao ouvinte, a não ser aquela da mera necessidade, da nudez do pecado, da culpa e miséria, impotentes.

            8. O grande Apóstolo, onde ele se esforça para trazer os pecadores para Deus, fala de uma maneira exatamente respondível a isto. 'Porque do céu, a ira de Deus',  diz ele 'é revelada sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detém a verdade em injustiça' (Rom. 1:18 em diante); a responsabilidade que ele fixa imediatamente sobre o mundo pagão, e, por meio disto, prova que eles estão debaixo da ira de Deus. Ele depois mostra que os judeus eram nada melhores do que eles, e estavam, por conseguinte, debaixo da mesma condenação; e tudo isto, não com o objetivo de que eles alcançassem a 'virtude nora da humildade', mas 'que toda boca fosse fechada, e todo o mundo se tornasse culpado diante de Deus'.

Ele prossegue, para mostrar que eles eram impotentes, tanto quanto culpados; o que é o sentido claro de todas aquelas expressões: 'Portanto, pelas obras da lei, não haverá carne justificada': -- 'Mas, agora, a retidão de Deus, que é pela fé em Jesus Cristo, sem a lei, é manifesta': -- 'Nós concluímos que um homem é justificado, através da fé, sem as obras da lei': -- Expressões todas se inclinando, ao mesmo ponto; até mesmo a 'ocultar o orgulho do homem'; para humilhá-lo ao pó, sem ensiná-lo a refletir sobre sua humildade, como uma virtude; para inspirá-lo com aquela convicção completa e penetrante de sua extrema pecaminosidade, culpa e impotência. Que lança o pecador, despojado de tudo, perdido e arruinado, em seu forte Ajudador, Jesus Cristo, o Justo.

            9. Nós não podemos deixar de observar aqui, que o Cristianismo começa, justamente onde a moralidade pagã termina; pobreza de espírito; convicção do pecado; a renúncia de nós mesmos; o não ter a nossa própria retidão (o mesmo primeiro ponto na religião de Jesus Cristo); deixando todas as religiões pagãs para trás. Isto sempre foi ocultado dos homens sábios desse mundo; de tal maneira, que todo o idioma romano, até mesmo com todos os melhoramentos da era Agostiniana, não dispõe, tanto assim, de um nome para a humildade; (a palavra de onde nós emprestamos disso, como é bem conhecido, tendo em Latim um significado completamente diferente); não, nem uma foi encontrada em todo o rico idioma do Grego, até que ela foi criada pelo grande Apóstolo.

            10. Ó, que nós possamos sentir o que elas não foram capazes de expressar! Pecador, acorda! Saibas, por ti mesmo! Saibas e sintas, que tu fostes 'formado na maldade', e que, 'no pecado tua mãe te concebeu'. E que tu mesmo tens empilhado pecado sobre pecado; mesmo depois de discernires o bem do mal! Mergulha nas poderosas mãos de Deus, como culpado da morte eterna; e lança fora; renuncia; abomina, toda imaginação de sempre seres capaz de ajudar a ti mesmo! Seja toda a tua esperança seres lavado no sangue Dele, e renovado pelo seu poderoso Espírito, já que Ele mesmo 'suportou todos os nossos pecados, em seu próprio corpo, no madeiro!' Assim sendo, que tu sejas testemunha de que 'Felizes são os pobres de espírito; porque deles é o reino dos céus'.

            11. Isto é  aquele reino dos céus, ou de Deus, que está dentro de nós; mesmo 'retidão, e paz, e alegria no Espírito Santo'.  E qual é a 'retidão', se não, a vida de Deus na alma; a mente que estava em Jesus Cristo; a imagem de Deus, estampada no coração, agora renovada depois da semelhança Dele que o criou? O que significa, a não ser o amor de Deus, porque ele primeiro nos amou, e o amor de toda a humanidade, por causa Dele? 

            E qual é esta 'paz';  a paz de Deus, a não ser aquela serenidade calma da alma que docemente repousa no sangue de Jesus, que não deixa dúvida de nossa aceitação nele; que exclui todo o medo, a não ser o medo de amor filial de ofender nosso Pai que está nos céus?
           
            Este reino interior implica também 'na alegria no Espírito Santo'; que sela em nossos corações 'a redenção que está em Jesus',  a retidão de Cristo, imputada sobre nós 'para a remissão dos pecados que se passaram'; que nos dá agora 'a garantia de nossa herança', a coroa que o Senhor, o Juiz justo, irá dar naquele dia. E isto pode bem ser denominado 'o reino dos céus', vendo que ele é o paraíso já aberto em sua alma; o primeiro brotar daqueles rios de prazer que fluem da mão direita de Deus eternamente.

12. 'Deles é o reino dos céus'. Quem quer que tu sejas, a quem Deus tem determinado ser 'pobre em espírito', sentindo-te perdido, tu tens direito a isto, através da graciosa promessa Dele que não pode mentir. È a tua aquisição, através do sangue do Cordeiro, está bem perto: Tu estás à porta do paraíso! Um outro passo, e estás, no reino da retidão, paz e alegria! Tu és todo pecado? 'Observa o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!' -- todo impuro? Veja teu 'advogado com o Pai - Jesus Cristo o Justo!' – Tu és incapaz de expiar, pelo menor de teus pecados? 'Ele é o sacrifício expiatório para' todos os teus 'pecados'. Agora, creia no Senhor Jesus Cristo,  e todos os teus pecados serão apagados! – Tu és totalmente impuro, na alma e no corpo? Aqui está a 'fonte de água para lavar todo o pecado e imundície!'. 'Levanta-te e lava teus pecados!'. Não cambaleia mais, na promessa do descrente! Dá glória a Deus! Atreve-te a crer!

13. Então, tu aprendeste, dele, a ser 'humilde de coração'. E esta é a humildade cristã verdadeira e genuína que flui da sensação de amor de Deus, reconciliado para nós, em Jesus Cristo. Pobreza de espírito, nesse significado da palavra, começa quando a sensação da culpa e da ira de Deus termina; e é uma sensação ininterrupta de nossa dependência total nele; para todo pensamento, palavra ou obra; de nossa inaptidão absoluta para todo o bem; a não ser que ele 'nos irrigue, todo momento'; e tenhamos aversão ao elogio dos homens, sabendo que todo louvor é devido a Deus apenas. Com isto, junta-se a vergonha amorosa, a humilhação terna, diante de Deus; mesmo para os pecados que nós sabemos ele já perdoou de nós, e para o pecado que ainda permanece, em nossos corações; embora saibamos que ele não é imputado para nossa condenação.

Não obstante, a convicção que sentimos do pecado inato, é mais e mais profunda, dia após dia. Quanto mais crescemos na graça, mais vemos a maldade desesperada de nosso coração. Quanto mais avançamos no conhecimento e amor de Deus, através de nosso Senhor Jesus Cristo, (mesmo parecendo àqueles que não conhecem o poder de Deus para a salvação, um grande mistério), mais discernimos de nossa alienação de Deus; da inimizade que está em nossa mente carnal; e da necessidade de nossa existência, inteiramente renovada, na retidão e santidade verdadeira.

II

1. É verdade, que aquele que agora começa a conhecer o reino dos céus interior dificilmente tem qualquer concepção disto. 'Em sua prosperidade ele diz, eu nunca sairei do lugar; tu Senhor construíste minha colina tão forte!'. O pecado está tão inteiramente esmagado, debaixo de seus pés, que ele mal pode acreditar que ele permanece nele. Mesmo a tentação é silenciosa, e não fala novamente: Ela não pode se aproximar, mas permanece à distância. Ele é nascido nas alturas, nas carruagens de alegria e amor: Ele se eleva 'como nas asas de uma águia'. Mas nosso Senhor bem sabe que esse estado triunfante não continua freqüentemente. Ele, por conseguinte, daqui a pouco, acrescenta: 'Abençoados sejam todos os que choram; porque serão confortados'.  

2. Nem podemos imaginar que essa promessa pertence àqueles que murmuram, apenas por causa de motivos mundanos; aqueles que estão tristes e angustiados, meramente por causa de problemas ou desapontamentos materiais  --, tais como a perda da reputação, amigos, ou diminuição de suas fortunas. Quão pouco direito a ela têm aqueles que estão se afligindo, por causa do medo de algum mal temporal; ou que se consomem com cuidados ansiosos, ou aquele desejo de coisas mundanas que 'torna o coração doente'. Não vamos pensar que esses 'devam receber alguma coisa do Senhor'. Jesus não está em todos os pensamentos deles. Por conseguinte, é que eles assim 'caminham, em uma tristeza vã, e se inquietando também em vão'. 'E para que vocês tenham o meu auxílio', diz o Senhor, 'vocês devem se prostrar na tristeza'.

 3. Os murmuradores, de quem nosso Senhor fala aqui, são aqueles que murmuram por um motivo totalmente diferente: Aqueles que murmuram, em busca de Deus; em busca Dele, em quem eles 'se regozijaram, com alegria inexprimível', quando Ele deu a eles 'a oportunidade de provar o bem', o perdão, 'a palavra e poderes do mundo que há de vir'. Mas Ele agora 'oculta a sua face, e eles estão aflitos': Eles não podem ver a Ele, através das nuvens escuras. Mas eles vêem a tentação e pecado, que eles credulamente supuseram nunca mais retornarem; erguerem-se novamente; seguindo em busca deles, com toda a velocidade, e segurando-os por todos os lados. Não é de se estranhar que suas almas estejam agora perturbadas; e a preocupação e aflição tomaram posse deles. Nem o grande inimigo deles fracassa em tirar proveito da ocasião, para perguntar:

"Onde está teu Deus agora? Onde está a bem-aventurança, da qual falaste, agora? O começo do reino dos céus? Sim, foi mesmo Deus quem disse que 'teus pecados foram perdoados de ti?'. Certamente, Deus não deve ter dito isso! Tudo não passou de apenas um sonho; uma mera ilusão; uma criação de tua própria imaginação. Se teus pecados foram perdoados, por que tu ainda estás assim? Pode um pecador que fora perdoado ser, dessa maneira, pecaminoso? – E, se, então, ao em vez de clamarem imediatamente a Deus, eles argumentarem com ele que é mais sábio, eles estarão angustiados de fato; com uma tristeza no coração; com uma angústia que não podem ser expressas. Não; mesmo quando Deus brilha novamente sobre a alma, e tira toda a dúvida de sua misericórdia passada; ainda assim, ele que é fraco na fé pode ser tentado e afligido, por causa do que virá; especialmente, quando o pecado interior revive, e leva tormento até ele, de maneira que ele pode cair". 


            4. Certo, é que essa 'aflição', para o presente, 'não é jubilosa, mas dolorosa; não obstante, depois disto, ela produza o fruto da paz, junto a eles que foram exercitados nela'. Abençoado, portanto, são aqueles que assim murmuram, se eles permanecem no descanso do Senhor', e não sofrem para buscarem os consoladores miseráveis do mundo; se eles resolutamente rejeitam todos os confortos do pecado, da leviandade, e vaidade; todas as diversões e deleites inúteis do mundo; todos os prazeres que 'perecem ao uso',  e que apenas tendem ao entorpecimento e estupidez da alma, para que ela não esteja consciente de si mesma, nem de Deus. Abençoados são aqueles que 'continuam ininterruptamente no conhecimento do Senhor', e firmemente recusam todo outro conforto. Eles serão confortados, pelas consolações de seu Espírito; através da manifestação renovadora do seu amor; por meio de tal testemunho da aceitação deles no Amado, para não mais ser arrancado deles. Esta 'segurança total da fé' absorve toda a dúvida, e todo o tormento do medo; Deus dá a eles agora a esperança certa de uma essência duradoura, e 'consolação forte, por meio da graça'. Sem questionar se será possível a alguns desses 'caírem; os que foram, uma vez, iluminados pelo Espírito Santo, e feitos seus parceiros', é suficiente para eles perguntarem, através do poder agora sobre eles, 'quem poderá separá-los do amor de Cristo' – Eu estou persuadido de que, nem a morte, nem a vida, nem as coisas presentes, nem as que virão, nem a altura, nem a profundidade, serão capazes de nos separar daquele amor de Deus que está em Jesus Cristo, nosso Senhor'. (Romanos 8:35-39)

5. Todo esse processo, ambos de murmurar pela ausência de Deus, e de  recuperar a alegria de seu semblante, parece fora do que nosso Senhor falou aos seus Apóstolos, na noite anterior a sua paixão: 'Vocês indagam daquilo que eu disse: um pouco mais, e vocês não me verão: Em novamente, um pouco mais, e vocês irão me ver? Na verdade, na verdade, eu lhes digo que vocês chorarão e lamentarão'; ou seja, quando vocês não me virem; 'mas o mundo irá se regozijar'; deverá triunfar sobre vocês, já que a esperança de vocês chegou agora ao fim. 'E vocês deverão ficar tristes', por causa da dúvida, do medo, das tentações, do desejo veemente; 'mas a tristeza de vocês irá se transformar em alegria', por causa do retorno Dele, a quem a alma de vocês amou. 'Uma mulher, quando ela está para dar a luz, tem tristeza, porque é chegada a sua hora. Mas, tão logo lhe é entregue o filho, ela não mais se lembra da angústia, porque um homem nasceu no mundo. E vocês agora têm tristeza'; vocês murmuram e não podem ser confortados; 'mas eu irei vê-los novamente; e seus corações se regozijarão', com calma e alegria interior, 'e essa alegria, nenhum homem tirará de vocês'.  (João 16:19-22).  

6. Mas, embora essa murmuração esteja no fim, perdida na alegria santa, por causa do retorno do Confortador; ainda assim, existe um outro - e que choro abençoado  é este que habita nos filhos de Deus: Eles ainda murmuram, pelos pecados e misérias da humanidade: Eles 'lamentam com aqueles que lamentam'. Eles choram por aqueles que não choram por si mesmos; pelos pecadores, que estão contra suas próprias almas. Eles murmuram, por causa da fraqueza e deslealdade daqueles que estão, em alguma medida, salvos de seus pecados. 'Quem é fraco, e eles não são fracos? Quem está ofendido, e eles não se ofenderam?. Eles estão aflitos por causa da desonra continuamente feita à Majestade dos céus e terra. Todo o tempo, eles tem uma terrível sensação disto, o que traz uma seriedade profunda em seus corações; a seriedade que não está pouco ampliada, desde que os olhos de seu entendimento foram abertos, por continuamente verem o vasto oceano da eternidade, sem o fundo ou a orla, que já tragou milhares e milhares de homens, e está abrindo espaço para devorar os que ainda restam. Eles vêem aqui a casa do Deus eterno nos céus; lá, inferno e destruição, sem uma cobertura; e, por isto, sentem a importância de cada momento, que apenas surge, e se vai para sempre!

7. Mas toda essa sabedoria de Deus é tolice para o mundo. Todo esse assunto de choro e pobreza de espírito é estupidez e idiotice para eles. Mais ainda; está tudo bem, se eles tiverem um julgamento favorável sobre isto; se eles não o elegem como uma mera lástima e melancolia; insanidade e distração manifesta. E não é de se admirar, afinal, que esse julgamento possa se passar por aqueles que não conhecem a Deus. Supondo-se que duas pessoas fossem caminhar juntas; uma de repente pare, e com os mais fortes sinais de medo e espanto, exclame: 'Sobre que precipício nós estamos! Veja, você, nós estamos a ponto de sermos feitos em pedaços! Mais um passo, e caímos no imenso abismo! Pare! Eu não seguirei em frente, por todo o mundo!'. – quando o outro, que parece, pelo menos a si mesmo, perspicaz, olha em frente e não vê coisa alguma disso; o que ele pensar poderá com respeito a seu companheiro, a não ser que ele está fora de si; que sua cabeça está confusa; que muita religião (se ele não for culpado de 'muito aprendizado) tem certamente o enlouquecido!

8. Mas não permitam que os filhos de Deus, 'os murmuradores em Sião', sejam afligidos por essas coisas. Vocês, cujos olhos estão iluminados, não se preocupem, por causa daqueles que ainda seguem na escuridão. Vocês que não seguem em uma sombra vã: Deus e eternidade são coisas reais. Céu e inferno estão na mesma realidade, aberta diante de vocês; e vocês estão na extremidade do grande abismo. Ele já levou para suas profundezas, mais do que as palavras podem expressar, nações e famílias, e povos, e línguas, e ainda se abre para devorar - quer eles vejam isto ou não - os levianos e miseráveis filhos dos homens. Ó gritem alto! Não poupem esforços! Ergam suas vozes, até Ele que compreende o tempo e a eternidade; ambos para vocês mesmos e seus irmãos, para que vocês possam ser considerados merecedores de escapar da destruição que virá como um furacão. Para que vocês possam ser trazidos a salvo, através de todas as ondas e tempestades, para o céu, onde vocês deverão estar! Lamentem, por si mesmos, até que Ele seque fora as lágrimas de seus olhos. E, mesmo então, lamentem as misérias que virão sobre a terra, até que o Senhor de todos, possa por um fim na miséria e pecado; possa enxugar as lágrimas de todas as faces, e 'o conhecimento do Senhor cubra a terra, como as águas cobrem o mar'.


 [Editado por Kimberly Horner, estudante da Northwest Nazarene College (Nampa, ID), com correções de George Lyons  para a  Wesley Center for Applied Theology.]


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