Pr. Marcelo Augusto
de Carvalho
Amós
3.7.
- O
plano de Deus para com o homem era que possuíssem um relacionamento aberto,
franco, sem nada que os separasse. Uma relação pessoal de amizade e respeito.
Porém, com o pecado, o homem foi separado de Deus, nunca mais podendo vê-lo nem
relacionar-se intimamente.
- Para amenizar esta separação,
Deus criou 2 sistemas bem distintos: a ORAÇÃO E O DOM PROFÉTICO. Pela oração o
homem expressa seus sentimentos a Ele, e por meio dos profetas Deus comunica
Sua mensagem ao homem.
- De Adão até Jacó Deus falou com
e por meio dos patriarcas, os pais das famílias que desejavam esta comunhão. O
pai era o sacerdote da família.
- De Jacó em diante Deus falou ao
mundo por meio de Seu povo Israel. Mas mesmo entre eles, Deus usou um meio mais
direto: os profetas.
- Estes homens, todos escolhidos
por Deus, recebiam dEle suas mensagens e as passavam ao povo, oralmente ou as
escreviam tanto para as pessoas de seu tempo como para os fiéis dos tempos
futuros. Por isto hoje temos a Bíblia sagrada. II Ped. 1.21.
- Deus falava com eles por meio
de visões e sonhos. Núm. 12.6.
- Os profetas eram tão
importantes a Israel que na época dos reis houve 40 reis e 120 profetas
mencionados nas Escrituras, uma média de 3 profetas para cada rei! Porque? Sem
profecia o povo se corrompe. Prov. 29.18.
- Deus enviou profetas até mesmo
no exílio babilônico e na volta do povo à Jerusalém.
- Porém, houve um dia que O
PROFETA desceu à Terra. Jesus foi o
maior, pois revelou inteiramente quem é o Pai.
- Na era cristã, Deus falou pelos
apóstolos I Cor.12.28, depois pelos mártires da Igreja em todas as épocas,
pelos reformadores desta Igreja, e por tantos homens santos que deram sua vida
para que a mensagem do Evangelho fosse levada a todo mundo. II Ped. 1.21 e Heb.
1.1-3.
- É claro que por muitos séculos,
pela Idade Média, não houve quase profetas no sentido total das funções (pregar
e profetizar) pois quando a lei de Deus é abandonada por seus filhos (como foi
o caso) cessa o Dom de profecia temporariamente. Sal. 74.7-10.
- Mas o Dom de profecia surgiria
nos últimos dias entre o povo de Deus. I Cor. 1.4-7. O tempo do fim, segundo a
grande profecia de Daniel 7, 8 e 9 começou justamente em 1798.
- Ora, se cremos que a IASD é um
seguimento da igreja cristã que vem até nós através dos séculos, é natural que
esperemos que esta igreja também possua um profeta, pois uma das marcas da
verdadeira igreja é o Dom profético. Apoc. 12.17, 19.10.
- Diante daquela enorme decepção
de 1844, os adventistas estavam atônitos e não sabiam o que fazer. Haviam
descoberto a raiz de seu equívoco doutrinário na profecia de Daniel 8.14, pelo
fiel estudo da Palavra, mas agora não sabiam que direção certa seguirem como
movimento.
- Por isto Deus enviou profetas.
Ele mesmo os escolheu.
a) Guilherme Foy: batista de
Boston. Recebeu seu chamado em 1842.
A primeira visão que recebeu não contou a ninguém pois
não lhe foi ordenado fazê-lo, em janeiro deste ano. Em fevereiro teve a mesma
visão, recebendo ordem para publicá-la, e o fez. A terceira visão ele não
compreendeu, por isto não a passou à frente, não recebendo mais o Dom
profético.
b) Hazem Fozz: adventista de
Portland. Teve uma visão de 3 plataformas antes da decepção de 1844. Foi-lhe
advertido da dificuldade que teria como mensageiro, mas ordenou-se-lhe que
comunicasse a visão. Teve medo e não o fez. Foi-lhe repetida a visão e a ordem.
Recusou-se novamente a obedecer. Na terceira visão foi-lhe dito que o Dom havia
sido concedido a outra pessoa. Assustado, reuniu os irmãos e tentou relatar a
visão mas esqueceu-a .
c) Ellen G. Harmon. Em dezembro
de 1844, aos 17 anos, ela estava ajoelhada humilde e tranqüilamente em oração
junto com 4 irmãs na fé, em casa da Sra. Haines em Portland, no Maine, EUA.
Ali, em sua primeira visão, foi mostrada a jornada do povo do advento da
decepção de 1844 à cidade de Deus. Segui-se pronta ordem para ela ir e relatar
aos outros o que lhe fora revelado. Obedeceu imediatamente.
- Trabalhou assim por mais 70
anos, escrevendo 25 milhões de palavras de conselho, exortação e ajuda ao povo
de Deus, morrendo em 1915, aos 87 anos, deixando uma vasta e reconhecida obra
missionária.
- E hoje, ao vermos o imenso
avanço e prosperidade deste movimento, podemos ver claramente que em muito
devemos à direção desta profetiza usada por Deus, bem como a fé deste povo nas
palavras do profeta enviado. II Crôn. 20.20.
a) Nem sempre foi facilmente
aceita e ouvida. No início era vista por muitos como “uma menina visionária”.
Por volta de 1843, por causa de tantos fanáticos e que se diziam profetas, a
liderança do movimento adventista decidiu não confiar em qualquer visão, sonho
ou revelação particular.
- Em 1847, um crente escreveu a
Tiago White dizendo que não cria nas visões de Ellen, pois cria serem apenas
divagações religiosas.
- Mas o tempo e as ocorrências
das visões e sonhos mostraram ser ela uma enviada de Deus.
- José Bates era um experiente
navegador, e por causa disto, interessava-se por qualquer artigo sobre
astronomia. Interessou-se muito na descrição de Lord John Rosse quanto à
“abertura no céu” publicada em certo jornal da época, em 1845. Em novembro de
1846, ele assistiu a uma conferência dos adventistas. Neste tempo ainda não
estava convencido da veracidade das visões de Ellen. Certa ocasião havia
interrogado-a quanto ao que ela sabia acerca de astronomia, achando-a tão
ignorante como a maioria de nós nesse assunto, e ficou decepcionado ao saber de
que ela nunca havia lido um livro ou artigo sobre o assunto. Porém, em uma
tarde nas reuniões, ele a viu em visão, e ficou espantado com o que ela dizia.
Ela descreveu com extrema exatidão as luas e as características de Júpiter,
Saturno e a referida abertura no céu que ele havia lido com tanto interesse.
Isto bastou para José Bates. Creu no Dom de profecia de Ellen.
- O Dr. Brown de Parkville,
Michigan, era um médico espírita que dizia poder controlar Ellen em visão, caso
tivesse a oportunidade, a fim de desmascará-la totalmente. Em um Sábado , 12 de janeiro
de 1861, ao fim do culto neste lugar Ellen foi tomada em visão. Logo foi
chamado o Dr. Brown a fim de que provasse sua jactância. Antes de ele haver
chegado à metade do exame, voltou-se mortalmente pálido, e tremendo como uma
folha. Ele disse: “ Ela não respira”. E dirigiu-se rapidamente para a porta.
Mas os irmãos lhe disseram: “Volte e cumpra suas palavras. Tire-a de sua
visão”. Porém ele tentou sair forçosamente, e dizia: “Só Deus sabe o que
acontece com ela: deixem-me sair desta casa, por favor”.
b) Ela foi uma profetiza
verdadeira pois suas profecias se cumpriram. Deut. 29.29, Jer. 28.9.
- Em 24 de março de 1849 Ellen
previu que as pancadas que as irmãs Fox, do Estado de Nova Iorque, ouviam e
entendiam, tornar-se-iam um engano mundial, sendo uma nova cara do espiritismo.
Lembre-se que naquele tempo na América não havia médiuns, transes ou mensagens
de espíritos, nenhum grupo organizado de espíritas. Era portanto uma predição
muito ousada. Hoje vemos o espiritismo por toda parte do planeta, prendendo
juízes, médicos, cientistas, redatores, escritores, poetas, educadores,
estadistas e até mesmo cristãos.
- A partir de 1902 Ellen advertiu
da vindoura destruição de S. Francisco e Oakland. O terrível terremoto de S.
Francisco aconteceu em 1906 matando milhares de pessoas.
- Em 1910 Ellen advertiu que em
breve romperia uma enorme guerra onde milhares morreriam, navios seriam
afundados, milhares de incêndios destruiriam várias cidades importantes,
haveriam muitos desastres em estradas de ferro, muitos acidentes e colisões de
forma geral. Em 1914, explode a I Gerra Mundial, destruindo boa parte de nossa
civilização até 1918.
- Em 1856, ao final de uma
reunião de obreiros, ela disse que alguns que ali estavam estariam vivos na
volta de Jesus, e outros mortos. Todos aqueles morreram até mesmo ela. Ela se
enganou? Não. Há profecias condicionais nas Escrituras, como as de Jonas a
Nínive. Se o povo de Deus tivesse pregado a mensagem, com certeza Cristo já
teria voltado. Mas fomos infiéis, por isto ele ainda não veio. Jer. 18.7-10.
Evangelismo, pp. 695-696.
c) Ela foi uma guia ao movimento
adventista nos momentos de crise. Oséias 12.13.
- Repetidamente Ellen White
dirigia palavras de incentivo, algumas vezes de condenação e outras de
reprovação à igreja, colocando a obra na direção desejada pelo Senhor.
- Leia em Crede em seus profetas,
pp. 83-86, CPB- a visão de Salamanca.
d) Seus escritos estiveram sempre
em harmonia com a Bíblia.
- ela exaltava o verdadeiro Deus-
Deut. 13.1-4 (História da Redenção), ensinava obediência à lei de Deus II Crôn.
24.19-20(O maior discurso de Cristo), cria e ensinava que Jesus veio em carne- I Jo. 4.2-3
(Desejado de todas as nações).
e) Sua vida e obra produziram
frutos e glória e Deus e exaltação de Sua obra.
- 70 anos são um período bem
longo para que, diante de olhares bem críticos, as pessoas cheguem à conclusão
de o profeta é verdadeiro ou não. Diante de tantos, cépticos, duvidosos,
incertos e suspeitosos, e outros bem
hostis, quaisquer falhas, erros ou incoerências seriam expostos com grande
satisfação pelos adversários. Ellen viveu em vários lugares- Nova Inglaterra,
Michigan, Suíça, Austrália e Califórnia. Viajou extensivamente pelos EUA,
Europa, e Austrália, porém o fruto de sua vida atestam-lhe a piedade,
sinceridade, zelo e diligência e coerência de seu viver.
- Tudo o que a IASD veio a ser-
as milhares de igrejas por todo o mundo, as tantas escolas de I e II graus, as
faculdades e os alunos que estas comportam, o valor dessas propriedades, os
hospitais e clínicas, os médicos institucionais, as casas editoras, as milhares
de publicações periódicas, o sistema da colportagem, as escolas sabatinas, a
organização mundial da conferência geral- tudo isto testifica deste Dom
maravilhoso de Ellen White, pois estas instituições foram fruto de seus
conselhos e orientações enquanto estava viva, como por meio de seus livros
deixados.
f) A natureza prática de suas
mensagens.
- Ao chegar à Austrália, insistiu
com os irmãos dali para que construíssem um colégio para a juventude adventista
australiana. Ele descreveu a eles como deveria ser este colégio e quantas bençãos
a igreja ganharia com esta instituição. Aqueles irmãos achavam que isto era
impossível, e mesmo desnecessário, pois o governo lhes oferecia boas escolas
aos filhos. Mas decidiram tentar. A quantia de dinheiro que arrecadaram era
muito baixa, e o lugar que conseguiram avaliar foi comprovadamente testado como
improdutivo para o plantio, e consequentemente para a instalação de tal
colégio. Ellen disse: “Comprai este terreno. Deus me mostrou que nele haverá um esplêndido colégio, e que esta
terra se tornará extremamente produtiva em nossas mãos”. Eles obedeceram. E até
hoje este colégio, já centenário, é uma imensa benção na vida de tantos alunos,
como continua produzindo o necessário para as necessidades do colégio.
g) Deus revelou segredos por meio
de Ellen White.
- ainda na Austrália, por volta
de 1891, Ellen recebeu uma visão sobre os obreiros adventistas daquele país.
Entre eles havia um chamado Faulkhead. Era comerciante de muito êxito, possuía
talentos fora do comum, sendo apreciado pela igreja. Mas era MAÇOM, e líder em
5 ou mais sociedades secretas. Devido à sua capacidade financeira, tornou-se
tesoureiro da Publicadora adventista da Austrália.
- após a visão, Ellen sentou-se e
a escreveu, levando 50 páginas para conter toda a situação.
- 1 ano depois ela então pôde
apresentar-lhe a situação. Após uma reunião da direção da obra naquele lugar,
ele foi falar com ela pois sabia que ela queria falar-lhe. Antes disso, porém,
ele havia sonhado com ela, sendo-lhe revelado que Deus já apresentara a Ellen
seu problema. Mas foi mesmo assim pois tinha muita consideração por ela.
Interessante que apesar disso, ele não cria muito nas visões dela.
- Frente a frente, ela lhe expôs
a situação, revelando-lhe o que vira na visão- o que ele falava nestas
reuniões, onde se sentava, a espécie de assento em que se sentava, o cargo que
ocupava na loja, e a atitude que manifestava em transações comerciais. Fez-lhe
vários sinais maçons, conhecidos apenas pelos participantes da seita.
Estarrecido ao ver a autenticidade de tais revelações, ele se convenceu da
veracidade da visão, e converteu-se.
Apelo- II Crô. 20.20.
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