John Wesley
"Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo
para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus". Filipenses 3:12
1. Escassamente existe alguma expressão
nos Santos Escritos que tenha causado mais ofensa do que esta. A palavra, perfeito, é a que muitos não podem
suportar. O mesmo som dela é abominação para eles. E quem quer que pregue a
perfeição (como a frase está), ou seja, afirme que ela é alcançada nesta vida,
corre grande risco de ser considerado por eles, pior do que um ateu ou um
publicano.
2. E, disto, alguns têm aconselhado
totalmente a colocar de lado o uso daquelas expressões, "porque elas têm causado tão grandes ofensas". Mas elas
não são encontradas nos oráculos de Deus? Se forem, através de que autoridade
pode algum Mensageiro de Deus colocá-las de lado, até mesmo, se todos os homens
ficarem ofendidos? Nós não temos aprendido assim de Cristo; nem podemos assim
dar lugar ao diabo. O que quer que Deus tenha falado, isto falaremos, quer os
homens ouçam, ou quer eles proíbam; sabendo que, então, somente algum Ministro
de Cristo pode estar "puro do sangue
de todos os homens", quando ele "não
evitar declarar junto a eles todos os conselhos de Deus". [Atos 20:26-27].
3. Nós não podemos, portanto, colocar
essas expressões de lado, vendo que elas são as palavras de Deus, e não de
homem. Mas nós podemos e devemos explicar o significado delas, e que aqueles
que são sinceros de coração podem não errar, para o lado direito ou esquerdo, da
marca do prêmio de seu chamado. E isto é mais necessário ser feito, porque no
verso já repetido, o Apóstolo fala de si mesmo, como não perfeito: "Não", ele diz, "como se eu já fosse perfeito". E ainda assim, imediatamente depois, no
décimo-quinto verso, ele fala de si mesmo; sim, e de muitos outros, como
perfeitos. "Que nós", diz
ele, "pelo quanto somos perfeitos,
estejamos assim propensos". [Filipenses 3:15].
4. Com o objetivo, portanto, de remover
a dificuldade surgida desta contradição aparente, assim como dar esclarecimento
àqueles que estão pressionando para a marca, e aqueles que são fracos, de modo
a não se desviarem do caminho, eu devo me esforçar para mostrar:
I.
Em que sentido, os cristãos não são perfeitos;
II.
Em que sentido, eles são perfeitos.
I
1. Em Primeiro Lugar, eu devo me
esforçar para mostrar em que sentido os cristãos não são perfeitos. E ambos
pela experiência e Escrituras, parece (1)
que eles não são perfeitos no conhecimento: eles não são tão perfeitos
nesta vida, de maneira a se livrarem da ignorância. Eles sabem, em comum com
outros homens, muitas coisas relativas ao mundo presente; com respeito ao mundo
vindouro, eles sabem as verdades gerais que Deus tem revelado. Eles sabem,
igualmente, (o que o homem natural não recebeu, porque essas coisas são
discernidas espiritualmente) "que
maneira de amor", por meio do qual, "o Pai" tem amado a eles "de maneira que eles possam ser chamados de filhos de Deus".
[I João 3:1]. Eles sabem a obra
poderosa de seu Espírito em seus corações; [Efésios
3:16], e a sabedoria de sua providência, dirigindo todos os seus passos [Provérbio 3:6], e fazendo com que
todas as coisas cooperem juntas para o bem deles. [Romanos 8:28]. Sim, eles sabem, em cada circunstância da vida, o
que o Senhor requer deles, e como manter a consciência nula de ofensa, tanto em
direção a Deus, quanto ao homem. [Atos
24:16].
2. Mas inumeráveis são as coisas que
eles não sabem. No tocante ao próprio Altíssimo, eles não podem buscá-lo, fora
da perfeição. "Reparem que essas são
partes do seu caminho. Mas o trovão de seu poder pode ser entendido?".
[Jó 26:14]. Que eles não podem
entender, eu não direi como "existem
Três que testificam nos céus, o Pai, Filho, e o Espírito Santo, e esses três
são um"; [I João 5:7], ou
como o Filho do Deus eterno "tomem
sobre si mesmo a forma de um servo"; [Filipenses 2:7] – mas não qualquer um atributo; não alguma
circunstância da natureza divina. [II
Pedro 1:4]. Nem é isto para que eles conheçam os tempos e épocas [Atos 1:7], quando Deus realizará suas
grandes obras na terra; não, nem mesmo aquelas que, em parte, foram reveladas
pelos seus servos e profetas, desde que o mundo começou. [veja Amós 3:7 "Certamente
o Senhor DEUS não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus
servos, os profetas"]. Muito
menos eles sabem quando Deus, tendo "concluído
o número de seus eleitos, irá apressá-los para seu reino"; quando "os céus passarão, com grande barulho,
e os elementos se derreterão com calor fervente". [II Pedro 3:10].
3. Eles não sabem as razões, até mesmo,
de muitas das suas presentes dispensações com os filhos dos homens; mas estão
constrangidos a descansar aqui, -- embora "nuvens
e escuridão estejam à volta dele, a retidão e julgamento são a habitação de seu
trono". [Salmos 97:2]. Sim, freqüentemente, com respeito aos feitos dele,
para com eles, seu Senhor lhes diz junto: "O
que eu faço, vós não sabeis agora; mas sabereis daqui para frente". [João
13:7]. E quão pouco eles sabem do que está sempre diante deles, mesmo das
obras visíveis da mão Dele! – Como "Ele
estende o norte sobre o lugar vazio, e suspende a terra sobre o nada?" [Jó 26:7]. Como ele une todas as partes
desta vasta máquina, através de uma corrente secreta que não pode ser quebrada?
Tão grande é a ignorância; tão pequeno o conhecimento, até mesmo do melhor dos
homens!
4. Nenhum deles, é tão perfeito nesta
vida, de maneira a estar livre da ignorância. Nem, (2) "conhecer, a não ser
em parte", [I Cor. 13:12]
está, alguma vez, sujeito ao erro, no tocante às coisas essenciais à salvação:
Eles não "trocam a escuridão pela
luz; ou a luz pela escuridão" [Isaias
5:20]; nem "buscam morte no erro
de suas vidas". [Sabedoria de
Salomão 1:12 (Apócrifa)]. Porque eles são "ensinados de Deus", e a maneira que eles os ensinam, o
caminho da santidade, é tão claro, que "o
homem viandante, embora um tolo, não necessita errar nele". [Isaias
35:8]. Mas em todas as coisas essenciais à salvação, eles erram, e isto,
freqüentemente. Os melhores e mais sábios dos homens estão freqüentemente
errando, até mesmo, com respeito aos fatos; acreditando que essas coisas não foram,
o que elas realmente foram; ou aquelas que deveriam ter sido feitas, e não
foram. Ou suponham que eles não estão errados, quanto ao fato em si mesmo, eles
podem, com respeito a estas circunstâncias, acreditando nelas, ou muitas delas,
de terem sido completamente diferentes do que, na verdade, elas foram. E,
disto, não podemos deixar de levantar muitos equívocos mais além. Disto, eles
podem acreditar, tanto nas ações passadas, quanto presentes, que foram ou são
más, como sendo boas; e tais que foram boas, como sendo más. Disto, também,
eles podem julgar, não de acordo com a verdade, no que diz respeito aos
caracteres dos homens; e isto, não apenas supondo que os homens bons sejam
melhores; ou os homens maus sejam piores, do que eles são, mas por acreditarem
que têm sido, ou que deverão ser homens melhores quem foi ou é muito mau; ou
talvez, aqueles que têm sido ou deverão ser maus, quem foi ou é santo e
irrepreensível.
5. Mais ainda, com respeito às próprias
Escrituras Santas, por mais cuidadoso que ele seja para evitar isto, o melhor
dos homens está sujeito ao erro; e erra, dia a dia; especialmente, com respeito
àquelas partes, que menos imediatamente se referem a prática. Disto, até mesmo
os filhos de Deus não estão de acordo quanto à interpretação de muitos lugares
nos escritos santos. Nem a diferença de opinião deles é alguma prova de que
eles não são filhos de Deus, de ambos os lados; mas é prova de que não devemos
esperar que algum homem vivente seja mais infalível do que o Onisciente.
6. Se for objetado o que tem sido
observado, debaixo deste e do assunto precedente, que João, falando aos seus
irmãos na fé diz: "Vocês têm uma
unção do Espírito Único, e vocês conhecem todas as coisas" (I João 2:20): A resposta é clara: "Vocês sabem todas as coisas que são necessárias
para a saúde de suas almas". [cf.
III João 1:2 "Amado, desejo que
te vá bem em todas as coisas, e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua
alma".]. Que o Apóstolo
nunca pretendeu estender isto mais além; que ele não poderia falar disto, em um
sentido absoluto, está claro, (1) por
isto: -- porque, do contrário, ele descreveria os discípulos, como "acima de seu Mestre"; vendo
que o próprio Cristo, como homem, não sabia todas as coisas: "Daquela hora", disse Ele, "nenhum homem conhece; não, nem o
Filho, mas o Pai apenas". [Marcos 13:32]. Fica claro, (2) das próprias palavras do Apóstolo
que se seguem: "Essas coisas eu
tenho escrito a vocês, concernente àqueles que enganam a vocês"; [cf. I João 3:7], assim como, de suas
precauções freqüentemente repetidas: "Que
nenhum homem os engane"; [veja
Marcos 13:5; Efésios 5:6; II Tessalonicenses 2:3], que tem sido
completamente desnecessário, não tivessem essas mesmas pessoas que tiveram aquela
unção do Espírito Santo [I João 2:20]
sujeitas, não pela ignorância apenas, mas também pelo erro.
7. Até mesmo os cristãos, portanto, não
são tão perfeitos, de maneira a estarem livres da ignorância ou do erro. Eles
podem, (3), acrescentar não das enfermidades.
– Apenas cuidemos de entender esta palavra corretamente: Não vamos tão somente
dar este título delicado aos pecados conhecidos, como é a maneira de alguns. Assim,
um homem nos diz: "Todo homem tem
sua enfermidade, e a minha é a bebedeira". Outros têm a enfermidade da
impureza; outro em tomar o santo nome de Deus em vão; e, ainda assim, outro tem
a enfermidade de chamar ao seu irmão: "Tu,
tolo". [Mateus 5:22],
retornando "injuria por
injuria". [I Pedro 3:9]. É claro que todos vocês que assim falam, se não se
arrependerem, deverão, com suas enfermidades, irem rapidamente para o inferno!
Mas eu quero dizer, por meio disto, não apenas aquelas que são denominadas
enfermidades corpóreas, mas todas aquelas imperfeições interiores e exteriores,
que não são de uma natureza moral. Tal é a fraqueza ou morosidade de
entendimento; embotamento ou confusão de apreensão; incoerência de pensamento;
atividade ou opressão irregular da imaginação. Tal é a necessidade (para não
mencionar mais deste tipo) de uma memória pronta ou retentiva. Tais, em outro
tipo, são aquelas que são comumente, em alguma medida, conseqüentes à estas; ou
seja, lentidão de discurso; impropriedade da linguagem; falta de elegância na
pronunciação; aos quais, alguém acrescentaria milhares de imperfeições
desconhecidas, quer na conversação ou comportamento. Essas são as enfermidades
que são encontradas nos melhores homens; em uma proporção maior ou menor. E
dessas ninguém pode esperar estar perfeitamente livres, até que o espírito
retorne para Deus que o deu. [Eclesiastes
12:7].
8. Nem podemos esperar, até então, estarmos
totalmente livres da tentação. Tal perfeição não pertence a esta vida. É
verdade, que existem aqueles que entregaram à obra toda impureza, com avidez [Efésios 4:19], e dificilmente percebem
as tentações que eles não resistiram, e, assim, parecem estar sem tentações.
Existem muitos também aos quais o sábio inimigo das almas, parecendo adormecido
na forma morta da santidade, não colocará à prova o pecado grosseiro, a fim de
que eles não possam despertar, antes que tenham caído no fogo eterno. Eu sei
que existem também filhos de Deus que estando agora livremente justificados, [Romanos 5:1] encontraram redenção no
sangue de Cristo [Efésios 1:7], para
o momento, não sentem tentação. Deus tem dito para seus inimigos: "Não toquem em meus ungidos, e não
causem dano em meus filhos". [veja I Crônicas 16:22]. E, por agora,
pode ser, por semanas ou meses, ele fez com que eles "cavalgassem nos lugares altos" [Deuteronômio 32:15]; ele os levasse como asas de águia [Êxodo 19:4], acima de todos os dardos
afiados do maligno [Efésios 6:16].
Mas este estado não durará para sempre; como aprendemos daquela simples
declaração, - que o próprio Filho de Deus, nos dias de sua carne, foi tentado,
até mesmo, no fim de sua vida. [Hebreus
2:18 "Porque naquilo que ele
mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados. 4:15 "Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se
das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem
pecado"; 6:7 "Porque a terra que embebe a chuva, que
muitas vezes cai sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por quem é
lavrada, recebe a bênção de Deus"].
Portanto, que seu servo espere ser; porque "é
suficiente que ele seja como seu Mestre". [Lucas 6:49].
9. A perfeição cristã, portanto, não
implica (como alguns homens parecem ter imaginado), uma exceção, quer da
ignorância ou erro; ou enfermidades ou tentações. Na verdade, é apenas um outro
termo para a santidade. Existem dois nomes para a mesma coisa. Assim, cada um
que é perfeito é santo, e todos que são santos são, no sentido bíblico,
perfeitos. Ainda assim, podemos, por fim, observar que nem neste aspecto existe
alguma perfeição absoluta na terra. Não existe perfeição de graus, como isto é
denominado; nenhuma que admita um crescimento contínuo. De modo que, quanto
mais algum homem a obteve, ou em que altura ou grau ele seja perfeito, mais
ainda ele precisa "crescer na
graça". [II Pedro 3:18]; e, diariamente avançar no conhecimento e amor a
Deus seu Salvador. [veja Filipenses 1:9].
II
1. Em que sentido, então, os cristãos
são perfeitos? Isto é o que eu devo me esforçar, Em Segundo Lugar, para mostrar. Mas seria mencionado de antemão,
que existem diversos estágios na vida cristã, como na vida natural: alguns dos
filhos de Deus sendo apenas bebês recém-nascidos; outros tendo obtido mais
maturidade. E, assim sendo, João, em sua Primeira Epístola, (I João 1:12 em diante) refere-se
severamente a esses termos criancinhas, àqueles que ele denomina jovens, e àqueles
que ele intitula pais. "Eu escrevo
junto a vocês, criancinhas", diz o Apóstolo, "porque seus pecados estão perdoados": Porque, até ai,
vocês alcançaram – estando "livremente
justificados", vocês têm "paz
com Deus, através de Jesus Cristo". [Romanos 5:1]. "Eu
escrito a vocês, jovens, porque vocês dominaram o diabo"; ou (como
ele, mais tarde, acrescenta) "porque
vocês são fortes, e a palavra de Deus habita em vocês". [I João 2:13-14]. Vocês suprimiram os
dardos afiados do maligno [Efésios 6:16]:
as dúvidas e temores com os quais ele perturbou vocês a princípio; e o
testemunho de Deus, de que seus pecados são esquecidos, agora habita em seus
corações. "Eu escrevo a vocês, pais,
porque vocês o conheceram, desde o princípio". [I João
2:13]. Ainda assim, têm conhecido a ambos o Pai e o Filho, e o Espírito de
Cristo, na profundeza de suas almas. Vocês são "homens perfeitos, adultos na medida da estatura da plenitude de
Cristo". [Efésios 4:13].
2. É desses principalmente que falo, na
última parte deste discurso: Porque esses apenas são propriamente cristãos.
Mas, mesmo bebês em Cristo, em tal sentido, são perfeitos, ou nascidos de Deus
(expressão tomada também em sentidos diversos), como a (1) não cometerem pecado. Se existir alguma dúvida deste privilégio
dos filhos de Deus, a questão não deve ser decidida pelos raciocínios abstratos
que podem ser esboçados na extensão infinita, mas deixar o ponto exatamente
como estava anteriormente. Nem dever ser determinado pela experiência desta ou
daquela pessoa em específico. Muitos podem supor que eles não cometem pecados,
quando eles o fazem; mas isto prova nada, de qualquer forma. Nós apelamos para
a lei e para o testemunho. "Que Deus
seja verdadeiro, e todo homem um mentiroso". [Romanos 3:4]. Mas sua Palavra permencerá, e esta
somente. Por meio da qual, seremos julgados.
3. Agora a Palavra de Deus declara
plenamente que, mesmo aqueles que estão justificados, que são nascidos
novamente, no sentido mais simples, "não
continuam no pecado"; não podem "viver
mais tempo nele"; (Romanos
6:1-2); são "estabelecidos
juntamente na igualdade da morte" de Cristo; (Romanos 6:5); "o velho
homem, crucificado com ele", e o corpo de pecado, destruído, de
maneira, a dali por diante, não servirem ao pecado; e mortos com Cristo, serem
libertos do pecado; (Romanos 6:6-7),
"mortos para o pecado, e vivos para
Deus"; (Romanos 6-11) "o pecado não mais tem domínio sobre
eles", que estão, "não
debaixo da lei, mas debaixo da graça"; mas que esses "estando livres do pecado, se tornaram
os servos da retidão". (Romanos
6:14-18).
4. No mínimo, o que pode ser deduzido
destas palavras, é que as pessoas das quais se fala nela, ou seja, todos os
cristãos verdadeiros, os crentes em Cristo, são feitos livres do pecado exterior.
E o mesmo livramento que Paulo expressa aqui em tais variedades de frases,
Pedro expressa nesta única: (I Pedro
4:1-2) "Aquele que sofreu na
carne cessou do pecado – para que ele não viva mais para os desejos dos homens,
mas para a vontade de Deus". Porque este cessar do pecado, se for
interpretado no sentido menor, com respeito apenas ao comportamento exterior,
deve denotar o cessar do ato exterior, de alguma transgressão exterior da lei.
5. Mas mais expressa são as palavras
bem conhecidas de João, no terceiro capítulo de sua Primeira Epístola, verso 8
em diante: "Ele que comete pecado é
do diabo; porque o diabo peca, desde o início. Para este propósito, o Filho de
Deus foi manifestado, para que possa destruir as obras do diabo. Quem quer que
seja nascido de Deus não comete pecado; porque sua semente permanece nele: e
ele não pode pecar, porque ele é nascido de Deus". [I João
3:8-9]. E esses, no quinto: (I João
5:18) "Nós sabemos que, quem
quer que seja nascido de Deus não peca; mas ele que é criado de Deus mantém-se,
e o diabo não o toca".
6. De fato, é dito que isto significa
apenas que ele não pecou obstinadamente; ou não cometeu pecado habitualmente;
ou, não, como outros homens o fazem; ou como ele fez antes. Mas, através de que
é isto dito? Através de João? Não. Não existe tal palavra no texto; nem em todo
o capítulo; nem em todas as suas Epístolas; nem em alguma parte de seus
escritos, quaisquer que fossem. Porque, então, o melhor meio de responder a uma
afirmação evidente é simplesmente negá-la. E, se algum homem pode prová-la da
Palavra de Deus, que ele produza suas fortes razões.
7. E uma espécie de razão existe, que
tem sido freqüentemente trazida para o suporte dessas estranhas afirmações,
esboçadas dos exemplos registrados na Palavra de Deus: "O que!", dizem eles, "o
próprio Abraão não cometeu pecado – prevaricando, e negando sua esposa? Moisés
não cometeu pecado, quando ele provocou Deus, nas águas da disputa? Mais ainda,
para produzir uma por todas, mesmo Davi, 'o homem, segundo o coração do próprio
Deus', não cometeu pecado, na questão de Urias de Hittite; até mesmo
assassinato e adultério?". É mais certo que sim. E isto é verdade. Mas o que você infere
disto? Pode ser afirmado: (1) Que
Davi, no curso geral de sua vida, foi um dos mais santos homens em meio aos
judeus; e, (2) que o mais santo dos
homens em meio aos judeus cometeu, algumas vezes, pecado. Mas se você inferior
disto que todos os cristãos cometem e devem cometer pecados, por quanto tempo
vivam; esta conseqüência nós negamos extremamente: isto nunca se seguirá destas
premissas.
8. Esses que argumentam assim, parecem
nunca ter considerado aquela declaração de nosso Senhor: (Mateus 11:11) "Verdadeiramente
eu digo a vocês que, em meio a eles que são nascidos de mulheres, não se levantou
um maior do que João Batista: Não obstante, ele que é o menor no reino dos céus
é maior do que ele". Eu temo, na verdade, que existem alguns que
imaginaram que "o reino dos
céus" aqui quer dizer o reino da glória; como se o Filho de Deus
tivesse exatamente revelado a nós que o menor santo glorificado no céu é maior
do que algum homem sobre a terra! Mencionar isto é suficientemente refutar
isto. Pode, portanto, sem dúvida ser feito, mas "o reino do céu", aqui, (como nos versos seguintes, onde
ele é dito ser tomado pela força), [Mateus
11:12], ou, "o reino de
Deus", como Lucas expressa isto, -- é aquele reino de Deus na terra,
para o qual todos os verdadeiros crentes em Cristo; todos os cristãos reais
pertencem. Nestas palavras, então, nosso Senhor declara duas coisas: (1) que antes de sua vinda na carne, em
meio aos filhos dos homens, não tinha havido um maior do que João Batista;
disto evidentemente se segue que nem Abraão, Davi, nem algum judeu maior do que
João. Nosso Senhor (2) declara que
ele que é menor no reino de Deus (naquele reino que ele veio estabelecer na
terra, e que o violento agora começa a tomar pela força) é maior do que ele: --
Nem um profeta maior, como alguns têm interpretado a palavra; porque isto é
palpavelmente falso, de fato; mas maior na graça de Deus, e no conhecimento de
nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, nós não podemos medir os privilégios dos
cristãos verdadeiros, por aqueles formalmente dados para os judeus. A "ministração" deles (ou
dispensação) nós admitimos "foi gloriosa",
mas as nossas "excedem em
glória". [II Cor. 3:7-9]. De maneira que, quem quer que traga a dispensação
cristã para o padrão judaico; quem quer que junte aos poucos os exemplos dos
fracos, registrados na Lei e os Profetas, e disto conclua que aqueles que "colocados sobre Cristo" [Gálatas 3:27] são devidos com nenhuma força maior, erram grandemente, nem "conhecem as Escrituras, nem o poder de
Deus". [Mateus 22:29].
9. "Mas
não existem afirmações nas Escrituras que provem a mesma coisa, se ela não pode
ser inferida daqueles exemplos? As Escrituras expressamente não dizem: 'Mesmo
um homem justo peca sete vezes ao dia?'". Eu respondo: Não. As Escrituras dizem nada
sobre tal coisa. Não existe tal texto em toda a B´bilia. Isto que parece
ser pretendido é o sexto verso do vigésimo-quarto capítulo de Provérbios, cujas
palavras são: "Um homem justo cai,
sete vezes, e se ergue novamente". [Provérbios 24:16]. Mas isto é uma coisa completamente
diferente. Porque, (1) as
palavras "por dia", não
estão no texto. Assim sendo, se um homem cai sete vezes, em sua vida, é tanto
quanto é afirmado aqui. (2) Aqui,
não menciona a queda no peacado, afinal; o que aqui é mencionado é cair nas
aflições temporais. Isto plenamente aparece do verso anterior nas palavras que
são estas: "Não arme cilada, Ó homem
mau, contra a habitação do justo, ó ímpio, nem assole o seu lugar de
repouso". [Provérbios 24:15].
Segue-se: "Porque um homem justo cai
sete vezes, e se levanta novamente; mas o homem mau cai em sua maldade". Como
se ele tivesse dito: "Deus te
livrará de teus problemas, mas quando tu caíres, não terás alguém para livrar a
ti".
10. "Mas,
como quer que seja, em outros lugares", continuam os opositores: "Salomão afirma plenamente: 'Não existe
homem algum que não peque'"; (I
Reis 8:46; II Crônicas 6:36); sim, 'Não existe um homem justo sobre
a terra, que seja bom, e não peque'. (Eclesiastes
7:20)". Eu respondo: Sem dúvida; assim foi nos dias de Salomão. Sim,
assim foi de Adão a Moisés; de Moisés a Salomão; e de Salomão a Cristo. Não
havia, então, homem que não pecasse. Mesmo desde que o pecado entrou no mundo,
não houve um homem justo sobre a terra que fez o bem e não pecou, até que o
Filho de Deus foi manifesto, para tirar nossos pecados. É inquestionavelmente
verdadeiro que "o herdeiro, por
quanto tempo ele foi uma criança, diferiu nada de um servo". [Gálatas
4:1]. E que, mesmo assim, eles (todos os homens santos do passado, que
estiveram sob a dispensação judaica) estavam, durante aquele estado infantil da
Igreja, "na escravidão, debaixo dos
elementos do mundo". [Gálatas
4:3]. "Mas, quando a plenitude
dos tempo chegou, Deus enviou seu Filho, feito sob a lei, para redimir a eles
que estavam debaixo da lei; para que eles recebessem a adoção de filhos". [Gálatas
4:4] – para que eles recebessem aquela "graça
que é agora manifesta, pela aparição de nosso Salvador, Jesus Cristo, que
aboliu a morte, e trouxe a vida e imortalidade do conhecimento, através do
Evangelho". (II Timóteo 1:10). Agora, portanto,
eles "não são mais servos, mas filhos".
[veja Gálatas 4:7]. De maneira que, qualquer
que fosse o caso daqueles debaixo da lei, nós podemos seguramente afirmar com
João que, desde que o Evangelho foi dado, "aquele
que é nascido de Deus não peca". [I
João 5:18].
11. De grande importância é observar, e
isto mais cuidadosamente do que comumente é feito, a diferença ampla que existe,
entre a dispensação judaica e a cristã; e este alicerce dela, a que o mesmo
Apóstolo se refere no sétimo capítulo de seu Evangelho. (João
7:38, em diante). E depois de referir-se àquelas palavras de nosso
abençoado Senhor: "Ele que crer em
mim, como as Escrituras têm dito, de sua barriga fluirão rios de água
viva", ele imediatamente acrescenta: "Isto fala ele do Espírito", ou emellon lambanein hoi
pisteuontes eis auton, -- que aqueles que crerem Nele, deveriam em seguida
receber. Uma vez que o Espírito Santo não foi dado, porque Jesus não estava
ainda glorificado". [João 7:39]. Agora o
Apóstolo não pode significar aqui (como alguns têm ensinado), que o poder do milagre
operado pelo Espírito Santo não fora ainda dado. Porque isto foi dado; nosso
Senhor o deu a todos os Apóstolos, quando Ele primeiro os enviou para pregar o
Evangelho. Ele, então, deu poder sobre os espíritos imundos, para expulsá-los;
poder para curar o doente; sim, para ressuscitar os mortos. [Marcos 10:8].
Mas o Espírito Santo não for a ainda dado em suas graças santificadoras,
como ele foi depois que Jesus foi glorificado. Foi, então, quando "ele ascendeu aos céus, que o Senhor
Deus habitaria neles". [Salmos 68:18 " Tu subiste ao alto,
levaste cativo o cativeiro, recebeste dons para os homens, e até para os
rebeldes, para que o Senhor Deus habitasse entre eles"; Efésios 4:8 " Por isso diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, E deu
dons aos homens"], quando o
dia de Pentecostes veio plenamente, [Atos
2:1 "E, cumprindo-se o dia de
Pentecostes, estavam todos concordantemente, no mesmo lugar"], então, primeiro que eles que "esperaram pela promessa do pai [Atos 1:4] foram feitos mais do que
vencedores [Romanos 8:37], sobre o
pecado, através do Espírito Santo dado junto a eles.
12. Que esta grande salvação do pecado
não foi dada, até que Jesus foi glorificado, Pedro também testifica plenamente;
onde, falando aos seus irmãos na carne, como agora "recebendo o fim da fé deles, da salvação de suas almas", ele
acrescenta, (I Pedro 1:9, em diante): "De cuja salvação os profetas têm
inquirido e buscado diligentemente, os quais profetizaram da graça";
ou seja, a graciosa dispensação, "que
viria junto a vocês: buscando o que, ou qual maneira do tempo, o Espírito de
Cristo, que estava neles, não significou, quando testificou anteriormente os
sofrimentos de Cristo. E a glória", a salvação gloriosa "que se seguiria. Junto aos quais ela
foi revelada, para que não junto eles, mas a nós eles ministrassem as coisas
que são agora reportadas a vocês, através daqueles que têm pregado o Evangelho,
com o Espírito Santo enviado dos céus". [I Pedro 1:12]; a saber, no dia de Pentecostes, e, assim, a todas
as gerações, nos corações de todos os crentes verdadeiros. Pela razão, até mesmo,
"da graça trazida a eles, pela
revelação de Jesus Cristo" - (I
Pedro 1:13] - o Apóstolo bem deveria construir aquela forte exortação: "Portanto, cingindo os lombos do vosso
entendimento, sede sóbrios, e esperai
inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo; - como Ele
que chamou a vocês é santo, em todo o modo de vida". [I Pedro 1:13]
13. Aqueles que devidamente têm
considerado essas coisas devem admitir que os privilégios dos cristãos, de modo
algum, devem ser medidos pelo que o Velho Testamento registra, concernente
àqueles que estiveram sob a dispensação judaica; vendo-se que a plenitude dos
tempos agora é chegada; o Espírito Santo é agora dado; a grande salvação de
Deus é trazida, junto aos homens, pela revelação de Jesus Cristo. O reino dos
céus está agora estabelecido sobre a terra; concernente ao que o Espírito de
Deus declarou do passado (tanto quanto Davi seja o padrão ou o modelo da
perfeição cristã), "aquele que é
fraco em meio a eles, naquele dia, deverá ser como Davi; e a casa de Davi
deverá ser como Deus, como o anjo do Senhor diante deles". (Zacarias 12:8).
14. Se, portanto, você provasse que as
palavras do Apóstolo: "Aquele que é
nascido de Deus não peca" [I
João 5:18], não deveriam ser entendidas, de acordo com o significado claro,
natural, e óbvio, você deveria trazer suas provas do Novo Testamento; do
contrário, você lutaria, como alguém que bate no ar. [I Cor. 9:26]. E, a primeira dessas que é usualmente trazida é
tomada dos exemplos registrados no Novo Testamento: "Os próprios Apóstolos", é dito, "cometeram pecado; mais ainda, os maiores deles, Pedro e Paulo:
Paulo, através de sua contenda com Barnabé [Atos
15:39]; e Pedro, através de sua
dissimulação em Antioquia". [Gálatas 2:11] "E, chegando Pedro à Antioquia, lhe resisti na cara, porque era
repreensível". Bem: Supondo-se que ambos, Pedro e Paulo, cometeram,
então, pecado; o que você deduziria disto? Que todos os outros Apóstolos
cometeram pecados algumas vezes? Não existe sombra de prova nisto. Ou você
inferiria disto que todos os outros cristãos da era apostólica cometeram pecado?
Pior e pior: Isto é tal inferência que, alguém imaginaria, um homem em seus
sentidos nunca teria pensado a respeito. Ou você argumentaria assim: "Se dois dos Apóstolos uma vez
cometeram pecado, então, todos os outros cristãos, em todas as épocas, cometem
e cometerão pecados, por quanto tempo eles viverem?". Ai de mim, meu
irmão! Um filho do entendimento comum ficaria envergonhado de tal raciocínio
como este. Menos do que tudo, você pode, com alguma nuance de argumento,
inferir que algum homem deve cometer pecado, afinal. Não: Deus proíbe que
possamos falar assim! Nenhuma necessidade de pecado foi colocada sobre eles. A
graça de Deus foi certamente suficiente para eles. E é suficiente para nós até
hoje. Com a tentação que caiu sobre eles, existiu um caminho para escapar; como
há, para toda a alma do homem, em toda tentação. De modo que, quem quer que
seja tentado em algum pecado, não precisa aquiescer; porque nenhum homem é
tentado acima do que seja capaz de suportar [I Cor. 10:13].
15. "Mas
Paulo implorou ao Senhor três vezes, e, ainda assim, ele não pode escapar da
sua tentação". Vamos considerar
suas próprias palavras literalmente traduzidas: "Foi dada a mim uma aflição para a carne; um anjo" (ou
mensageiro) "de satanás,
esbofeteou-me. No tocante a isto, eu implorei ao Senhor, três vezes, para que
isto" (ou ele) "pudesse
sair de mim. E ele me disse: Minha graça é suficiente para ti: Porque minha
força é feita perfeita na fraqueza. Mais alegremente, portanto, eu antes me
gloriarei" nesta "minha fraqueza, para que a força de
Cristo possa descansar sobre mim. Portanto, eu tenho prazer na fraqueza; --
porque, quando eu sou fraco, então, eu sou forte". [II Cro. 12:7-10].
16. Como esta escritura é uma das
fortalezas dos patronos do pecado, pode ser apropriado pesá-la totalmente.
Vamos observar, então, (1) que, de
modo algum, parece que esta aflição, qualquer que fosse, ocasionou que Paulo
cometesse pecado; muito menos, o colocou, sob alguma necessidade de assim
fazer. Portanto, disto nunca poderá ser provado que algum cristão deva cometer
pecado. (2) Os antepassados nos
informam, isto foi completamente óbvio: "uma
violenta dor de cabeça", disse Tertuliano; (De Pudic) para a qual
ambos Crisóstomo e Jerônimo concordam. Cipriano
[De Mortalitate] expressa isto, um pouco mais geralmente, nestes termos: "Muitos e graves tormentos da carne e o
corpo". [Carnis et corporis multa ac gravia tormenta]. (3) A isto, concordam exatamente as
próprias palavras do Apóstolo: "Uma
aflição para a carne me golpear, bater, ou esbofetear". "Minha força
é feita perfeita na fraqueza": -- A
mesma palavra que ocorre, não menos do que quatro vezes, nestes dois versos
apenas. Mas (4), o que quer que ela
fosse, não poderia ser nem pecado interior, nem exterior. Não poderia ser
agitações interiores, mais do que expressões exteriores, de orgulho, ira, ou
luxúria. Isto é manifesto, além de toda exceção possível das palavras que
imediatamente se seguem: "Muito
alegremente, eu me gloriarei" nessas "minhas fraquezas, para que a força de Cristo possa descansar
sobre mim". [II Cor. 12:9]. O que! Ele se glorifica no orgulho, na
ira, e luxúria? Foi através dessas fraquezas que a força de Cristo descansou
sobre ele? Ele prossegue: "Portanto,
eu tenho prazer na fraqueza; porque quando eu sou fraco, então, eu sou
forte"; [II Cor. 12:10]; ou
seja, quando eu sou fraco no corpo, então, eu sou forte no espírito. Mas algum
homem se atreverá a dizer: "Quando
eu estou fraco, pelo orgulhou ou luxúria, então, eu sou forte no
espírito?". Eu chamo todos vocês para registrar esse dia: quem
encontra a força de Cristo descansando sobre si, pode gloriar-se na ira, ou
orgulho, ou luxúria? Vocês têm
prazer nessas enfermidades? Essas fraquezas os tornam fortes? Vocês se
arremessariam para o inferno, se fosse possível, para escapar delas? Até mesmo,
através de vocês mesmos, então, julguem se o Apóstolo poderia gloriar-se e ter
prazer nelas! Que seja observado (5)
que esta aflição foi dada a Paulo, por mais de quatorze anos antes que ele
escreveu esta Epístola; [II Cor. 12:2] "Conheço um homem em Cristo que há
quatorze anos (se no corpo, não sei, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe)
foi arrebatado ao terceiro céu"; que ela própria foi escrita diversos
anos antes que ele terminasse seu curso. [Veja Atos 20:24 "Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra
com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para
dar testemunho do evangelho da graça de Deus"; II Timóteo 4:7 "Combati o bom combate, acabei a carreira,
guardei a fé"]. De modo que ele teve, depois disto, um longo curso a
seguir; muitas batalhas para lutar; muitas vitórias para obter; e um grande
aumento no receber todos os dons de Deus; e o conhecimento de Jesus Cristo.
Portanto, de alguma fraqueza espiritual (se tal tivesse sido) que ele naquele
tempo sentiu, nós não podemos, de modo algum, inferir que ele nunca se fez
forte; que Paulo, o idoso, o pai em Cristo, ainda trabalhou, sob a mesma
fraqueza; em que ele esteve, no mais alto estado, até o dia de sua morte. De
tudo que este exemplo de Paulo pareça ser completamente estranha à
questão, de modo algum, colide com a
afirmação de João: "Ele que é
nascido de Deus não peca". [I João 5:18].
17. "Mas
Tiago diretamente não contradiz isto? Suas palavras são: 'Em muitas coisas nós
ofendemos a todos. (Tiago 3:2). E não é ofender o mesmo que
cometer pecado?". Neste lugar, eu admito que é: Eu admito que as
pessoas das quais se fala aqui não cometeram pecados; sim, que eles todos
cometeram muitos pecados. Mas quem são as pessoas de que se fala aqui? Porque,
esses muitos mestres ou professores, aos quais Deus não enviou; (provavelmente,
os mesmos homens inúteis que ensinaram aquela fé, sem as obras, que é tão
duramente reprovada no capítulo precedente); (Tiago 2] não o próprio Apóstolo, nem algum cristão verdadeiro. Que
na palavra "nós" (usada, através de uma figura de linguagem comum em
todo os outros, assim como nos escritos inspirados), o Apóstolo não poderia
possivelmente incluir a si mesmo, ou algum outro crente verdadeiro, aparece,
evidentemente, (1) da mesma palavra
no nono verso: -- "Com isto",
ele diz, "abençoado seja Deus, e
maldito sejamos nós homens. Da mesma boca procede bênção, e
maldição". [Tiago 3:9]. Verdade; mas não da boca do
Apóstolo, nem de alguém que em Cristo é uma nova criatura. [II Cor. 5:17]. (2) Do
mesmo verso imediatamente precedente ao texto, e manifestadamente ligado a ele:
"Meus irmãos, não muitos
mestres", (ou professores) "sabendo
que nós devemos receber uma condenação maior". "Porque, em muitas
coisas, nós ofendemos todos". [Tiago
3:1]. Nós! Quem? Não os Apóstolos. Nem os crentes verdadeiros; mas aqueles
que os conhecem poderiam receber a maior condenação, por causa daquelas muitas
ofensas. Mas isto não poderia ser falado do próprio Apóstolo, ou de alguém que
caminha nos passos Dele, vendo que "não
existe condenação para aqueles que não caminham, segundo a carne, mas segundo o
Espírito". [Romanos 8:2].
Mais do que isto, (3) o próprio
verso prova que "ofendemos a
todos", não pode ser falado, quer de todos os homens, ou de todos os
cristãos. Porque nele imediatamente se segue a menção de um homem que não ofende,
como o "nós" primeiro mencionou; do qual, portanto, ele é
declaradamente distinguido, e pronunciado um homem perfeito.
18. Tão claramente, Tiago se explica, e
fixa o significado de suas próprias palavras. Ainda assim, a fim de que alguém
não possa ainda permanecer em dúvida, João, escrevendo, muitos anos depois de
Tiago, coloca o assunto inteiramente fora de disputa, através das declarações
expressas acima citadas. Mas aqui uma dificuldade nova pode surgir: Como
podemos conciliar João consigo mesmo: Em um lugar, ele declara: "Quem quer que seja nascido de Deus não
comete pecado"; [I João 3:9],
e novamente, -- "Nós sabemos que
aquele que é nascido de Deus não peca": [I João 5:18]. E, ainda assim, em outro, ele diz: "Se nós dizemos que não temos pecado,
nós enganamos a nós mesmos, e a verdade não está em nós"; [I João 1:8], e novamente – "Se dizemos quer não temos pecado, nós
fazemos Dele um mentiroso, e sua palavra não está em nós". [I João
1:10].
19. Assim como a princípio, uma grande
dificuldade como esta pode aparecer, ela desaparece, se observarmos: (1) que o décimo verso fixa o sentido
do oitavo: "Se nós dizemos que não
temos pecado"; sendo explicado por: "Se dissermos que não pecamos", no último verso. [I João 1:10-18]; (2) que o ponto, a se considerar, no momento, não é se tivemos ou
não pecado antes; nem esses versos afirmam que pecamos, ou cometemos pecado
agora. (3) Que o nono verso explica
tanto o oitavo quanto o décimo: "Se
confessarmos nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar, e nos limpar
de toda iniqüidade". Como se ele tivesse dito: "Eu afirmei antes que 'o sangue de Jesus Cristo nos limpou de todo
pecado'; mas que nenhum homem diga, eu não preciso; eu não tenho pecado para
ser limpo. Se nós dissermos que não temos pecado, que não pecamos, enganamos a
nós mesmos, e fazemos de Deus um mentiroso: Mas, se confessarmos nossos pecados,
Ele é fiel e justo, não apenas para 'perdoar nossos pecados', mas também para
'nos limpar de toda iniqüidade': [I
João 1:8-10] para que possamos
'seguir e não pecarmos mais'" [João
8:11].
20. João, portanto, é bem consistente
consigo mesmo, assim como com os outros escritores santos; como mais
evidentemente aparecerá, se colocarmos todas as suas afirmações no tocante a
este assunto em uma visão: Ele declara (1)
que o sangue de Jesus Cristo nos limpou de todos os pecados; (2) que nenhum homem pode dizer, eu não
pequei; eu não tenho pecado para ser limpo (3),
mas Deus está pronto para perdoar tanto nossos pecados passados, quanto
para nos salvar deles para o tempo vindouro. [I João 1:7-10]. (4) "Essas
coisas eu escrevo a vocês", diz o Apóstolo, "para que vocês não possam pecar. Mas se algum homem"
puder "pecar", ou tiver
pecado (como a palavra deveria ser atribuída), ele não necessita continuar no
pecado; vendo que "temos um advogado
com o Pai Jesus Cristo, o reto". [I João 2:1-2]. Até aí,
tudo está claro. Mas, a fim de que nenhuma dúvida possa permanecer, em um ponto
de tão vasta importância, o Apóstolo resume este assunto em três capítulos, e
largamente explica seu próprio significado: "Crianças",
diz ele "que nenhum homem engane
vocês" (como se eu tivesse dado algum encorajamento àqueles que
continuam no pecado:) "Ele que
pratica a retidão é reto, assim como Ele é reto. Ele que comete pecado é do
diabo; porque o diabo peca, desde o início. Para este propósito, o Filho de
Deus foi manifestado, para que pudesse destruir as obras do diabo. Quem quer
que seja nascido de Deus não comete pecado: Porque sua semente permanece nele;
e ele não pode pecar, porque ele é nascido de Deus. Nisto, os filhos de Deus
são manifestos, e os filhos do diabo". (I João
3:7-10). Aqui o ponto que até então possivelmente teria admitido alguma
dúvida nas mentes fracas, é propositadamente colocado, pelo último dos
escritores inspirados, e decidido da maneira mais clara. Em conformidade,
portanto, com a doutrina de João, assim como com todo o teor do Novo
Testamento, nós fixamos esta conclusão: -- Um cristão é tão perfeito, de
maneira não cometer pecado.
21. Este é o privilégio glorioso de
todo cristão; sim, embora ele seja, a não ser um bebê em Cristo. Em Segundo Lugar, apenas desses que
estão fortes no Senhor, e "têm
dominado o diabo", ou antes, daqueles que "o conhecem desde o início" [I João 2:13-14], é que se pode afirmar que eles são, de tal forma,
perfeitos, de maneira a estarem libertos dos pensamentos e temperamentos
pecaminosos. Primeiro, dos
pensamentos maus e pecaminosos; uma vez que os pensamentos, concernentes ao
pecado, e um pensamento pecaminoso, são amplamente diferentes. Um homem, por
exemplo, pode pensar a respeito do assassinato que outro tenha cometido; e,
ainda assim, este não ser um pensamento mau ou pecaminoso. Assim, o próprio
nosso Senhor abençoado, sem dúvida, pensou a respeito, ou entendeu a coisa
falada pelo diabo, quando ele disse: "Todas
as coisas darei a ti, se tu te prostrares para adorar-me". [Mateus
4:9]. Ainda assim, Ele não tinha pensamento mau ou pecaminoso; nem de fato,
era capaz de ter algum. E, mesmo disto, segue-se que nem os cristãos
verdadeiros: porque "cada um que é
perfeito é como seu Mestre". (Lucas 6:40). Portanto, se Ele estava
livre dos pensamentos maus ou pecaminosos, assim, eles estão igualmente.
22. Na verdade, de onde os pensamentos
pecaminosos procederiam, no servo que é como seu Mestre? "Do coração do homem" (Se afinal) "procedem os pensamentos pecaminosos". (Marcos 7:21). Se, portanto, seu
coração não for pecaminoso, por mais tempo, então, os pensamentos maus não
poderão proceder dele, por mais tempo. Se a árvore for corrupta, assim será o
fruto: Mas se a árvore for boa: o fruto, portanto, será também bom. (Mateus 22:33).
O próprio nosso Senhor testemunha: "Toda
árvore boa produz bons frutos. Uma árvore boa não pode produzir frutos
maus"; assim como "uma
árvore corrupta não pode produzir bons frutos". (Mateus
7:17-18).
23. O mesmo privilégio feliz dos
cristãos verdadeiros, Paulo afirma de sua própria experiência: "As armas da nossa luta", diz
ele, "não são carnais, mas sim
poderosas em Deus para a destruição das fortalezas; e colocar abaixo imaginações"
(ou raciocínios, preferivelmente, porque assim a palavra logimous significa;
todos os raciocínios do orgulho e descrença contra as declarações, promessas ou
dons de Deus) "e toda coisa sublime
que se exalta contra o conhecimento de Deus, e traz cativo todo pensamento de
obediência a Cristo" (II Cor.
10:4 em diante).
24. E como os cristãos, de fato, estão
livres dos pensamentos diabólicos, assim estão aqueles, Em Segundo Lugar, dos
temperamentos maus. Isto é evidente da declaração supracitada do próprio nosso
Senhor: "O discípulo não está acima
de seu Mestre; mas cada um que é perfeito deve ser como seu Mestre". [Lucas 6:40]. Ele havia entregado,
exatamente antes, algumas das mais sublimes doutrinas do Cristianismo, e
algumas das mais graves para a carne e sangue. "Eu lhes digo, amem seus inimigos, e façam o bem àqueles que os
odeiam; -- e a ele que lhe golpeia de um lado da face, ofereçam também a
outra". [Lucas 6:29]. Agora
essas, Ele bem sabia que o mundo não receberia; e, portanto, imediatamente acrescenta:
"Pode um cego conduzir o cego? Ambos
não cairão dentro do fosso?". [Lucas
6:39]. Como se ele tivesse dito: "Não
conferencie com a carne e sangue no tocante a essas coisas, -- com homens nulos
de discernimento espiritual, os olhos de cujo entendimento, Deus não abriu, --
a fim de que eles e você não pereçam juntos". No verso seguinte, ele
remove as duas grandes objeções com as quais esses tolos sábios se encontram, a cada turno: "Essas coisas são muito graves para serem suportadas",
ou, "Elas estão muito altas para
serem alcançadas" [Marcos 23:4],
dizendo: "'O discípulo não está
acima de seu Mestre', portanto, se eu tenho sofrido, estejam satisfeitos de
trilharem meus passos. E não duvidem, vocês, delas, a não ser que eu cumprirei
minha palavra: 'porque cada um que é perfeito deverá ser como seu
Mestre'". [Lucas 6:40]. Mas
seu Mestre estava livre de todos os temperamentos pecaminosos. Assim, portanto,
seus discípulos, até mesmos os cristãos verdadeiros.
25. Cada um desses pode dizer com
Paulo: "Eu estou crucificado com
Cristo: Não obstante, eu viva, ainda assim, não sou eu, mas Cristo vive em
mim" [Gálatas 2:20] – Palavras
que manifestadamente descrevem um livramento do pecado interior, assim como do
exterior. Isto é expresso ambos negativamente, eu não vivo; (minha natureza má,
o corpo do pecado, é destruída); e, positivamente, Cristo vive em mim; e,
portanto, tudo que é santo, e justo, e bom. Na verdade, ambos esses, Cristo
vive em mim, e eu não vivo, estão inseparavelmente unidos; porque "que comunhão tem a luz com as trevas;
ou Cristo com Belial?". [II Cor. 6:15].
26. Aquele, portanto, que vive como
verdadeiros crentes "purificaram
seus corações pela fé"; [Atos
15:9]; de tal maneira, que todo aquele que tem Cristo nele, a esperança da
glória [Col. 1:27], "purifica a si mesmo, assim como ele é
puro" (I João 3:3). Ele é
purificado da vontade própria ou desejo; porque Cristo desejou apenas fazer a
vontade de seu Pai, e terminar sua obra. [João
4:34; 5:30]. E ele é puro da ira, no sentido comum da palavra; porque
Cristo foi humilde e gentil; paciente e longânime. Eu digo, no sentido comum da
palavra; porque nem toda ira é má. Nós lemos que o próprio nosso Senhor, (Marcos 3:5), uma vez, "olhou ao redor com ira". Mas
com que tipo de ira? A palavra seguinte mostra, syllypoumenos, sendo, ao mesmo
tempo, "Afligido pela dureza de seus
corações" [Marcos 3:6].
Assim sendo, ele estava irado com o pecado e, ao mesmo tempo, afligido por
causa dos pecadores; irado ou desconte com a ofenda, mas triste, por causa dos
ofensores. Com ira, sim, ódio, Ele olhou para a coisa; com aflição e amor às
pessoas. Vá, tu que és perfeito, e faze igualmente. Irai-vos, e não pequeis [Efésios 4:26]; sentindo um desprazer
em cada ofensa contra Deus, mas apenas amor e terna compaixão para com o
ofensor.
27. Assim, Jesus "salva seu povo de seus pecados": [Mateus 1:21]. E não apenas dos pecados exteriores, mas também dos
pecados de seus corações; de pensamentos maus e de temperamentos maus. – "Verdade", dizem alguns, "nós podemos assim ser salvos de nossos
pecados; mas não até a morte; não neste mundo". Mas como devemos reconciliar isto com as
palavras expressas de João? – "Nisto,
nosso amor se torna perfeito, para que possamos ter ousadia no dia do
julgamento. Porque como Ele é, assim somos neste mundo". O Apóstolo aqui, além de toda contradição, fala
de si mesmo e de outros cristãos vivos, de quem (como também ele previu esta
mesma evasão, e colocou-se aniquilá-la em seu alicerce), ele claramente afirma
que não apenas na morte ou depois da morte, mas neste mundo, eles são como o
Mestre deles (I João 4:17).
28. Exatamente de acordo com isto,
estão suas palavras, no primeiro capítulo desta Epístola, (I João 1:5 &c). "Deus
é luz, e Nele não existe escuridão, afinal. Se nós caminharmos na luz, -
teremos camaradagem um com o outro, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos
limpará do pecado". E novamente: "Se
confessarmos nossos pecados, Ele é justo para nos perdoar deles, e nos limpar
de toda iniqüidade". [I João 1:9]. Agora, é evidente que o
Apóstolo aqui também fala de um livramento forjado neste mundo. Porque ele não
diz, o sangue de Cristo limpará na hora da morte, ou no dia do julgamento, mas "limpará", no momento
presente, "a nós", cristãos
vivos, "de todo o pecado".
E fica igualmente evidente, que se algum pecado permanece, nós não somos limpos
de todo o pecado: Se alguma iniqüidade permanece na alma, ela não está limpa de
toda iniqüidade. Nem permita que algum pecador diga, contra sua própria alma,
que isto se relaciona à justificação apenas, ou a nos limpar da culpa do
pecado. Em Primeiro Lugar, porque
isto é misturar o que o Apóstolo claramente distingue; quem menciona, primeiro,
perdoar nossos pecados, e, então, nos limpa de toda iniqüidade. Em Segundo Lugar, "porque isto é afirmar justificação pela obras, no sentido mais
forte possível; é tornar toda santidade interior e exterior, necessariamente
prévia à justificação. Porque, se a limpeza falada a respeito aqui é nenhuma
outra do que o nos limpar da culpa do pecado, então, nós não estamos limpos do
pecado; ou seja, não somos justificados, a menos na condição de 'caminhar na
luz, como Ele está na luz'.[I João 1:7].
Resta, então, que os cristãos estão salvos neste mundo de todo o pecado, de
toda iniqüidade; que eles estão agora em tal sentido perfeito, como não a
cometer pecado, e estarem livres de pensamentos e temperamentos
pecaminosos".
29. Assim, o Senhor cumpriu as coisas
que ele falou, através de seus santos profetas, que têm existido, desde o
começo do mundo; - através de Moisés, em particular, dizendo (Deuteronômio 30:6) Eu "circuncidarei teu coração, e o coração
de tua semente, para amar o Senhor teu Deus, com todo o teu coração, e com toda
a tua alma"; através de Davi, clamando: "Cria em mim um coração limpo, e renova um espírito correto dentro
de mim". [salmos 51:10] – e mais notavelmente em Ezequiel, nestas palavras: "Então, eu borrifarei água limpa sobre
você, e você será limpo; de toda sua sujidade, e de todos os seus ídolos, eu
limparei você. Um novo coração, também lhe darei, e um novo espírito colocarei
em você; - e farei com que você caminhe em meus estatutos, e você mantenha meus
julgamentos, e, os cumpra. – Você será meu povo, e eu serei teu Deus. Eu
salvarei você de toda sua impureza. – Assim diz o Senhor seu Deus, no dia em
que deverei limpar você de todas as suas iniqüidades, - o pagão saberá que eu,
o Senhor, reconstruo os lugares destruídos; - eu o Senhor falo e farei
isto". (Ezequiel 36:25-36).
30. "Tendo,
portanto, essas promessas, meu amado", tanto na Lei quanto nos
Profetas, e a palavra profética confirmada junto a nós no Evangelho, por nosso
abençoado Senhor e seus Apóstolos; "vamos
nos limpar de toda sujidade da carne e espírito, aperfeiçoando a santidade no
temor de Deus". [II Cor. 7:1]. "Temamos, a fim de que" as tantas "promessas, feitas a nós de entrarmos em seu descanso",
que aquele que entrou nele, não cesse suas próprias obras, "e qualquer um de nós não possa alcançá-la". [Hebreus 4:1]. "Isto vamos fazer, que prossigamos em direção ao alvo, para o
prêmio do alto chamado de Deus em Jesus Cristo". [Filipenses 3:13-14], clamando junto a ele, dia e noite, até que
nós também sejamos "libertos da
escravidão da corrupção, na liberdade gloriosa dos filhos de Deus!". [Romanos 8:21].
AS
PROMESSAS DA SANTIFICAÇÃO
(Ezequiel
36:25-36.)
Pelo
Rev. Charles Wesley
1.
Deus de todo poder, e verdade, e graça,
Que deve, de eras em eras,
resistir;
Cuja palavra, quando céu e terra
passarem.
Permanecerá e ficará para sempre
certa:
2. Calmamente a ti minha
alma procura,
E espera tuas promessas para provar;
O
objeto de minha esperança constante,
O selo de teu amor eterno.
3. Que eu, tua misericórdia, possa
proclamar.
Que toda a humanidade, tua verdade, possa ver,
Santifique teu grande e glorioso nome,
E perfeita santidade em mim.
4. Escolhido do mundo, se agora eu
permaneço,
Adornado na retidão divina;
Se
trazido para a terra prometida,
Eu justamente chamo o Salvador meu;
5. Cumpre a obra que tu começaste,
Minha alma mais interior a ti convertida:
Ama-me, para sempre ama o que é teu,
E borrifa com teu sangue meu coração.
6. Teu Espírito santificado derrama,
Para
extinguir minha sede, e me deixar limpo;
Agora, Pai, que a chuva graciosa,
Desça,
e torne-me puro do pecado.
7. Purga-me de toda mancha pecaminosa
Meus ídolos todos sejam colocados de lado:
Limpa-me
de todo pensamento mau.
De toda imundície do ego e orgulho.
8. Dá-me um novo, perfeito coração,
Da dúvida, e medo, e tristeza, livra-me;
A mente que estava em Cristo concede-me,
E permite que meu espírito adira-se a ti,
9. Arranca este coração de pedra,
(O teu governá-lo, não pode possuí-lo;)
Em mim, não o deixa mais ficar:
Ó, arranca este coração de pedra.
10. O ódio de minha mente carnal
Da minha carne, imediatamente, remove;
Dá-me um coração terno, resignado,
E puro, repleto da fé e amor.
11. Dentro de mim, teu bom Espírito coloque,
Espírito de saúde, de amor e poder;
Planta em mim, tua vitoriosa graça,
E o
pecado não deverá mais entrar.
12. Faze-me caminhar em Cristo, meu
Caminho,
E eu, teus estatutos cumprirei;
E cada ponto de tua lei, obedecerei.
E
perfeitamente executarei tua vontade.
13. Tu não disseste, quem não podes
mentir,
Que eu tua lei devo manter e fazer?
Senhor,
eu acredito, embora os homens neguem;
Eles todos são falsos, mas tu és verdadeiro.
14. Ó, que eu agora, do pecado liberto,
Tua
palavra poderosa, ao extremo, prove!
Entre no descanso prometido,
A
Canaã de teu amor perfeito!
15. Lá, permita-me sempre, sempre habitar;
Através de ti meu Deus, e eu serei
Teu servo: Ó, sela-me com teu selo!
Dá-me a vida eterna em Ti.
16.
De toda sujeira dentro restante
Permita-me,
em Ti, salvação ter:
Do presente, e do pecado inato
Minha alma remida persiste salvar.
17. Lava minha velha mancha original:
Não me dize mais, isto não pode ser,
Demônios ou homens! Teu Cordeiro foi
morto
Seu sangue foi todo derramado por mim!
18. Respinga ela, Jesus, em meu coração:
Uma gota de teu sangue todo limpo
Faze minha pecabilidade partir,
E preenche-me com a vida de Deus.
19.
Pai, supre toda minha necessidade:
Mantém a vida que ti mesmo tens dado;
Pede pelo milho, o pão vivo,
O maná que desce dos céus.
20.
Os frutos graciosos da retidão,
Teus armazéns de bênçãos inesgotáveis,
Em mim abundantemente aumente;
Nem
me permite, alguma vez mais, ter fome.
21. Que eu não mais, em queixa
profunda:
"Minhas pobrezas, Ó, minhas pobrezas!", grite;
Sozinho, consumido com necessidade
mínima,
De
todos os filhos de meu Pai, eu!
22.
A sede dolorosa, o desejo afetuoso,
Tua presença jubilosa possa remover;
Enquanto minha alma cheia ainda requeira
Toda
tua eternidade de amor.
23. Santo, e verdadeiro, e justo Senhor,
Eu espero para provar teu desejo
perfeito;
Sê cuidadoso com tua palavra graciosa.
E sela-me com o selo do teu Espírito!
24. Tuas
misericórdias fiéis, deixa-me encontrar,
Nas quais, tu me fazes confiar;
Dá-me
uma mente humilde e mansa,
E humilha meu espírito ao pó.
25. Mostra-me quão tolo meu coração tem
sido,
Quando todo renovado pela graça eu sou:
Quando tu tens me esvaziado do pecado,
Mostra-me a plenitude de minha vergonha.
26. Abra meus olhos interiores da fé,
Mostra
tua glória do alto;
E tudo que eu sou deve sucumbir e morrer,
Perdido
na perplexidade e amor.
27. Confunde-me e subjuga-me com tua graça:
Eu
abominaria a mim mesmo;
(todo poder, toda majestade, todo louvor,
Toda
glória seja para Cristo, meu Senhor!)
28. Agora, permite-me ganhar o apogeu da
perfeição!
Agora,
permite-me, no nada, cair!
Ser menos que nada, aos teus olhos,
E sentir
que Cristo é tudo em todos!
[Editado por Dave Sparks (Pastor) na Northwest Nazarene College
(Nampa , ID ),
com correções de George Lyons para a Wesley
Center for Applied
Theology.]
Nenhum comentário:
Postar um comentário